domingo, 30 de janeiro de 2011

637 milhões USD da China para preencher o défice correndo eléctrico à Kinshasa

Um transformador da Sociedade nacional de électricté, em Kinshasa (foto arquivos).Um transformador da Sociedade nacional de électricté, em Kinshasa (foto arquivos).

A China emprestou 367 milhões de dólares americanos ao RDC para atingir este objectivo em 3 anos. Este dinheiro servirá para construir a central de Zongo II que trará os 150 megawatt para preencher o pedido actual em electricidade na capital, um pedido considerado à 1000 megawatt de acordo com os peritos. Os trabalhos desta central vão poder criar dois mil empregos.

O protocolo de financiamento deste projecto foi assinado sábado 29 de Janeiro pelo embaixador de China na RDC por um lado e os ministros de Finanças e da Energia por outro lado, ao ministério das Finanças.

O ministro das Finanças Matata Mponyo fala deste projecto:

O financiamento foi negociado de maneira muito profissional por peritos congoleses. Podemos tranquilizá-los que trata-se dos empréstimos que permitem certamente a economia congolesa tomar do impulso para o futuro.

O ministro indicou igualmente que este projecto servirá para produzir suficientemente energia eléctrica para a capital. Cidades vizinhas, que estivessem dentro ou fora do país, poderiam igualmente beneficiar da electricidade produzida por ZongoII, acrescentaram.

Gemena: um consultor da União Europeia aos acórdãos

Bartolomeu Molele estava visita privada na região, quando os serviços de segurança interpelaram-o Sexta-feira 28 de Janeiro. De acordo com os membros da sua família, é parado sem motivo válido.

Todo teria partido de uma denúncia de licenças da sociedade de exploração florestal “Sodefor”, de acordo com ele, não era mais em regra. A informada desta situação, população de Lisala levantou-se contra a empresa.

Rádio Okapi recolheu o testemunho Didier Molele, filhos deste agente da União Europeia:

(Anotação Bartolomeu Molele) tinha ido ao Equador para ver a sua base. A população apresentou-lhe o processo de Sodefor, para ver se a licença de exploração desta empresa está regra. Após verificação, o Sr. Molele constatou que o contrato é caduco. A população enervou-se e impediu os agentes de Sodefor explorar a madeira.

CIF: Mazembe super campeão da África

O esporte em RDC está em supreme ascenção.

Um momento de alegria imenso para os jogadores do TP Mazembe (PH. Arquear.)Um momento de alegria imenso para os jogadores do TP Mazembe (PH. Arquear.)

Duplo campeão da Liga dos campeões da Confederação africana de futebol (C1), muito o Potente Mazembe ganhou, segunda vez consecutivo o corte de super de campeão sábado 29 de Janeiro à fase do QUÉNIA, em frente da equipa marroquina FOI Rabat, campeão 2010 do Corte do CIF (C2). A vitória da equipa Moïse Katumbi Chapwe veio na sequência de uma série de sessões dos tiros ao objectivo proibida ao cardíacos, as duas equipas sobre contabilizar de zero bebeu por toda a parte no fim do tempo regulamentar.

A paridade prosseguiu-se aquando da primeira sessão dos tiros aos objectivos (4-4). É aquando da segunda sessão, morta súbita, que Mazembe tomou a parte ao cálculo final, graças um acórdão de Kidiaba, antes que este último tomar a pesada responsabilidade de jogar o último TIR da sua equipa único ele converteu maravilhosamente (4-3).

Duplo campeão da Liga, Mazembe por conseguinte saiu igualmente duplo super campeão da África.

Lepra: o ponto sobre a situação da doença em RDC

Despistagem do lèpre©photo wikio

Este Domingo 30 de Janeiro, a comunidade mundial celebra o 58e dia mundial contra a lepra. Em RDC, esta doença não é erradicada, apesar dos esforços que visam a sua eliminação. A Kinshasa, o hospital da margem continua a receber novos casos, tempo na Província Oriental, não se é ainda ao limiar da eliminação da doença, embora certa melhoria da tomada seja registada em Ituri.

Por ocasião deeste dia, à Kinshasa, o director do Programa nacional de luta contra a lepra escolheu manter-se com os antigos pacientes ao hospital da margem, situado sobre a margem esquerda do rio o Congo, na comuna de Ngaliema.

O doutor Florent Mputu, director associado ao programa de luta contra a lepra, sublinha que o hospital da margem continua a receber novos casos, ainda que o seu estatuto já tem alterado.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Novas evidências de que a vida na Terra veio do espaço

Notícias - Ciência & Tecnologia
universoDois novos estudos publicados na semana passada dão mais peso à teoria de que a vida na Terra não teria surgido no planeta, e sim veio do espaço.
Eles sustentam a idéia de que os aminoácidos, os blocos constituintes da vida, são quirais (eles têm lado direito e esquerdo prevalecente)e que a vida no espaço e na terra seria mais “canhota” porque a vida na Terra veio do espaço.
Na semana passada, os cientistas documentaram a descoberta mais uma variedade de rochas espaciais que tinham aminoácidos “canhotos”, embasando ainda mais a teoria.
Segundo Daniel Glavin, da Nasa, isso prova que realmente há algo que veio dos asteróides.
Cientistas franceses acreditam que essa tendência tenha a ver com luz polarizada – a luz oscila em direções diferenciadas (para cima, para baixo, para a esquerda ou direita). No espaço a luz forma, no entanto, um padrão de “saca rolhas”, pois sua polarização é circular. Como a luz é um dos ingredientes para a formação dos aminoácidos, esse padrão faria com que fossem criados mais aminoácidos canhotos do que destros.
Se a vida fosse criada na Terra, diretamente, a proporção seria igual, já que a luz não é polarizada de forma circular.
E você, leitor? O que acha sobre essa teoria?
PopSci

Segurança reforçada no Hospital onde Mandela está internado

Notícias 
nelson mandela 13Joanesburgo - Uma viatura militar e vários carros da polícia sul-africana, alguns transportando elementos da brigada de minas e armadilhas com cães, foram destacados para as instalações hospitalares onde Nelson Mandela está desde ontem internado.
Milpark, local onde se situa o hospital com o mesmo nome na zona noroeste de Joanesburgo, tem conhecido, desde a noite passada, um movimento absolutamente invulgar de viaturas oficiais, de segurança e da comunicação social.
Desde o meio da manhã de hoje inúmeras personalidades entraram nas instalações onde o ex-presidente, de 92 anos, foi ontem internado para "exames de rotina": a sua ex-mulher, Winnie Madikizela-Mandela, a viúva do "histórico" dirigente Walter Sisulu, Albertina, que se movimenta numa cadeira de rodas, o ministro da Justiça e alto quadro do ANC, Jeff Radebe, e várias outras.
LUSA

Em entrevista Exclusiva - Filho de Savimbi fala Sobre a UNITA

Notícias 
ululi sakaitaO militante do Galo Negro, Ululi Sakaita “Savimbi”, um dos filhos de Jonas Savimbi, líder fundador deste Partido apela a realização do congresso neste ano.Ele que falou em entrevista exclusiva a este portal pediu aos militantes e compatriotas do partido em que militam à terminarem com o samakuvismo.
Acompanha a Entrevista na Íntegra. Tudo pelo clima de indecisão da não realização do congresso previsto para este ano.
Angola24horas: UNITA de hoje e a UNITA de ontem, que apreciação fazes?
Ululi Sakaita “Savimbi” - A minha apreciação é a seguinte: para começar, eu vou voltar um pouco atrás. A UNITA é uma família acima de tudo com ideais fixas, a UNITA foi criada com o objectivo de que se revejam nele.
A salvação da raça negra e oprimida com os seus pontos de programa altamente diferentes do MPLA-PT, coisa que hoje não vemos nada, a UNITA tornou-se igual ao MPLA. Mas achamos que não para muito tempo.
Angola24horas: Fala desta forma por ser da UNITA ou por ser filho do fundador da UNITA?
Ululi Sakaita “Savimbi” - Por ser angolano acima de tudo e ser da UNITA.
Angola24horas: É o mesmo sentimento da família? Ou seja, teus irmãos, a sua mãe e a única irmã de Doutor Savimbi?
Ululi Sakaita “Savimbi” - Eu falo por mim e acho que eles não estão longe deste pensamento. Este é o meu ponto de vista
Angola24horas: Onde está o maior problema no vosso Partido? Ou seja, da UNITA?
Ululi Sakaita “Savimbi” - Nada mais nada menos na Direcção do Partido.
Angola24horas: O que propõe como saída?
Ululi Sakaita Savimbi - A saída neste labirinto, nós e muitos outros, como seguidores do projecto Muangai, devemos dizer não ao samakuvismo e o seu próprio elenco. Precisamos de uma liderança congregadora.
Angola24horas: Acha que o Congresso é importante para o sucesso da UNITA?
Ululi Sakaita “Savimbi” - Sim. Porque o Congresso faz com que agente tome um novo rumo para as próximas eleições 2012.
Angola24horas: Um apelo a sociedade e aos militantes do vosso Partido.
Ululi Sakaita “Savimbi” - Caros militantes do nosso glorioso partido UNITA, não devemos baixar os braços porque afinal de conta a UNITA não é o Presidente Samakuva, mas sim, a UNITA somos todos nós. Por isso devemos defende-lo com as nossas vidas se for necessário. Porque o Galo Negro não vai tardar a cantar para um dia melhor, já viemos de longe, já passamos em dificuldades maiores, até vida dos nossos queridos irmãos ficaram, já não estamos longe. “Força e Coragem” é o nosso lema.
Angola24horas: Faça-nos lembrar, Ululipaga as quotas regularmente no partido?
Ululi Sakaita “Savimbi” – Sim e com muito orgulho
Ululi Sakaita “Savimbi” é filho da mãe Catarina como é carinhosamente chamada pelos mais próximos, esposa oficial de Jonas Savimbi.
Lembro que a Dona Catarina Ululi pode se pronunciar a qualquer momento.
CM
Angola24horas.com

Petróleo gera pobreza no paradoxo angolano

Notícias 
luanda46Avaliado em razão da abundância de seu petróleo e de sua reduzida população, Angola possivelmente é o país mais rico da África. Mas, pela sua experiência, Antonio Dodge Domingo não concordaria com isso. De dia e de noite, a sacada de seu apartamento, no segundo andar de um prédio, é salpicada de excrementos humanos. Seus vizinhos dos andares superiores estão sempre atirando baldes cheios de imundície.
Em Luanda, capital do país, Domingo, a mulher, sete filhos e centenas de vizinhos ocupam um prédio inacabado de 17 andares, sem eletricidade, sem telefones, sem elevadores, sem janelas, sem nenhuma coleta de lixo e nenhum encanamento. Há 25 anos, um construtor abandonou a estrutura de concreto e fugiu para Lisboa logo após a independência de Portugal.
Os filhos de Domingo sofrem freqüentemente de disenteria, provavelmente porque costumam brincar na sacada ou por causa da água marron que escorre pelas paredes da cozinha. Contraíram também malária transmitida por mosquitos de uma lagoa vizinha do prédio. O lixo atirado do prédio "acarpeta" a lagoa. Nos dois últimos anos, três crianças da vizinhança morreram afogadas em meio ao lixo da lagoa.
"Absolutamente não estou satisfeito, mas não tenho outra saída", disse Domingo, de 48 anos. Doutor em ciência política pela Universidade de Bombaim, ele dirige uma escola particular de inglês e mora no prédio há oito anos. "Tenho que viver agora de acordo com a realidade de meu país."
Durante décadas, a realidade em Angola é regida pelo paradoxo da abundância:
A riqueza do petróleo tem ajudado a financiar uma guerra interminável entre o presidente da república, Eduardo dos Santos, e seu grande inimigo, Jonas Savimbi, líder dos rebeldes da Unita. Isso contribuiu para aumentar a pobreza e a falta de saúde de quase todos os angolanos. Este país tem o maior índice de pessoas mutiladas por minas de todo o mundo (1 para cada 133). Um terço das crianças morre antes de completar cinco anos. A expectativa de vida é de apenas 42 anos.
Se o paradoxo se mantiver, Angola está madura para uma miséria ainda maior.
Recentes descobertas ao largo da costa tornaram este país um dos mais fortes produtores de petróleo do mundo. A produção provavelmente duplicará ns próximos cinco anos.
Para os Estados Unidos e outros países ocidentais sedentos de gasolina, o petróleo faz de Angola mais do que simplesmente mais uma nação problemática da África. Angola já responde por 7% do consumo anual de petróleo dos EUA e provavelmente por pelo menos 10% até 2005.
O mal-cheiroso apartamento de Domingo, no centro de Luanda, não é absolutamente excepcional. A capital tem 4 milhões de habitantes, mas apenas cerca de 20 mil têm água corrente ou banheiros modernos. Na maré baixa, ao longo da Marginal - a via que se estende, em curva, ao longo do Atlântico, na Baía de Luanda - o cheiro de esgoto é tão avassalador que é difícil andar sem sentir náuseas.
Segundo os especialistas, o governo poderia facilmente dar-se ao luxo de construir uma rede de tratamento de esgotos e canalizar água potável para a cidade. Existem dois rios próximos e a guerra está longe da capital. Devido a essa falta, milhões de pessoas pobres de Luanda pagam até 10 mil vezes mais caro pela água potável do que a elite, que pode abrir uma torneira.
Todas as noites, a polícia e os soldados isolam o centro da capital, onde mora a elite governante, formada por cerca de 30 famílias. O governo não quer pessoas revoltadas invadindo os melhores bairros depois do anoitecer.
Em todo o país - rico em minerais e terras imensamente férteis - o governo oferece a seus 12 milhões de cidadãos, a desigualdade e a repressão. Mais de dois terços das crianças angolanas chegam à idade adulta com apenas quatro anos ou menos de escola. As taxas de analfabetismo - 50% para os homens, 70% para as mulheres - são elevadas até mesmo pelos padrões africanos. E estão aumentando.
Enquanto isso, os filhos das famílias da elite que fazem parte do governo estudam no exterior por conta do Estado. As bolsas de estudo concedidas pelo governo a esses privilegiados consumiram até 36% de todos os gastos oficiais em educação.
No ano passado, de acordo com representantes do governo americano, os dirigentes angolanos gastaram na compra de armas cerca da metade dos lucros inesperados com o aumento do preço do petróleo, estimados em US$ 900 milhões. Muitas dessas armas foram compradas unicamente para proveito pessoal.
Segundo funcionários do governo americano, os dirigentes de Angola parecem ter roubado parte substancial daquilo que não gastaram em armas.
Representantes de bancos internacionais afirmam que os US$ 900 milhões não constam do orçamento nacional publicado.
Executivos de companhias americanas de petróleo dizem ironizando que "contribuem pecuniariamente" para o principal programa de desenvolvimento comunitário da Angola: a transferência de dinheiro para os bancos de Zurique e Genebra.
A BP Amoco, Chevron, Exxon Mobil e outras 24 companhias de petróleo estão planejando investir cerca de US$ 19 bilhões em Angola nos próximos 10 anos, para fazer perfurações em águas profundas ao largo da costa.
Existe um amplo nervosismo entre as companhias multinacionais de capital aberto, temerosas de que a publicidade negativa sobre corrupção, injustiça social e violações dos direitos humanos possa pôr em risco os investimentos.
Executivos do petróleo lembram-se da reação dos consumidores americanos que boicotaram a Shell quando vincularam a empresa às violações dos direitos humanos e ao enforcamento de um famoso dissidente, praticados pelo governo militar da Nigéria no início da década de 1990.
"Sabemos que vamos ser estreitamente fiscalizados", disse David Rice, alto assessor político da BP Amoco em Londres, que no ano passado se aliou a outras três companhias de petróleo para comprar, por US$ 350 milhões, os direitos de exploração de um campo de petróleo na costa angolana. "Este é um maravilhoso coquetel para chamar a atenção do público mundial: petróleo, diamantes, guerra civil e minas terrestres.
Se nos considerarem parte do problema, sairemos perdendo. Temos de ser considerados parte da solução."
O Departamento de Estado e o Fundo Monetário Internacional estão insistindo para que Angola realize reformas capazes de abrir sua economia e gaste muito mais dinheiro do petróleo em serviços sociais.
"Estamos convencidos de que eles deverão fazer isso", disse um funcionário do governo. "Se eles forem sérios em seu propósito de reconstruir o país, terão de seguir uma série de regras diferentes das que seguiram no passado."
Durante décadas, o governo angolano apresentou a guerra civil como uma desculpa para justificar todas as falhas. A guerra com a Unita, que começou antes da independência de Angola em 1975, absorveu a maior parte do dinheiro do petróleo, enquanto a infra-estrutura do país era arruinada.
Mas o governo finalmente parece estar vencendo. A Unita foi expulsa da região do vale do Rio Cuango, rica em diamantes. Analistas militares dizem que os rebeldes não têm mais a receita dos diamantes, necessária para financiar grandes operações terrestres.
Enquanto a produção de petróleo cresce e as lutas diminuem, a guerra não é mais uma desculpa universal para a má administração do governo, como o reconheceu o presidente Eduardo dos Santos num discurso recente.
O governo anunciou que irá gastar US$ 250 milhões em novos programas para reconstruir a infra-estutura e conceder empréstimos a pequenas empresas.
Pela primeira vez, prometeu ao FMI que irá autorizar a vinda de auditores externos para examinar sua maneira de gastar o dinheiro.
O FMI e o governo americano estão dispostos a aceitar um acordo que deixaria de lado a corrupção passada e insistiria apenas na futura abertura .
Os Estados Unidos precisam do petróleo de Angola e as autoridades americanas admitem que essa necessidade refreia sua vontade de criticar o governo ou exigir demais em pouco tempo. "Isso é realismo", disse um funcionário do Departamento de Estado.
Sob outros aspectos, Angola parece impermeável à maior abertura que agora se vê em grande parte da África. Quando algumas pessoas se reuniram nas ruas de Luanda, em fevereiro do ano passado, para protestar contra um aumento de 1.600% nos preços da gasolina imposto pelo governo, a polícia reprimiu os manifestantes usando granadas de gás lacrimogêneo e cassetetes.
Blaine Harden
The New York Times

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Discurso proferido pelo irmão Ngola Kabangu

Notícias 
kabangu discDiscurso proferido pelo irmão Ngola Kabangu, presidente da Fnla, na sessão de abertura da reunião da comissão política permanente, dia 28.01.2011
Irmão vice-presidente,
Irmão secretário geral,
Estimados irmãos membros da comissão política permanente,
Permitam-me, antes de tudo, saudar-vos calorosamente e agradecer a vossa presença sempre encorajadora.
Espero que tenham todos, bem como as vossas digníssimas famílias, transitado do ano de 2010 para o novo ano de 2011, com paz e saúde. Reitero a todos, votos ardentes de ano novo feliz e cheio de prosperidade, e que o ano de 2011 seja o ano das esperanças renovadas.
Com efeito, é ancorados nessas esperanças que devemos redobrar de vigor e determinação, empenhando-nos, cada vez mais, nas tarefas que nos foram acometidas pelo conselho político nacional, nomeadamente, a dinamização e conclusão do processo de reimplantação do partido em todo o território nacional, a realização do congresso ordinário em novembro e, finalmente, a preparação para a nossa participação plena nas eleições gerais marcadas para 2012.
Essas eleições são de suma importância para o nosso partido, porquanto é preciso alterar profundamente a nossa posição na futura assembléia nacional, o que nos permitirá assegurar melhor a defesa dos interesses superiores do povo angolano, de Cabinda ao Cunene.
Como podeis constatar, as tarefas são enormes e requerem todo o nosso empenho e entrega militante.
O caminho está traçado, basta-nos somente a determinação de percorrê-lo devidamente organizados e altamente motivados.
Assim, urge que todos os sectores do partido se empenhem, eles também, com afinco, no cumprimento das tarefas programadas para que possamos envolver toda a massa militante, os simpatizantes e os numerosos amigos da grande família Fnla, de Cabinda ao Cunene. É todo um desafio, mas demonstremos que temos capacidade de enfrentá-lo e vencer, tal como já o fizemos no passado.
Irmão vice-presidente,
Irmão secretário geral,
Estimados irmãos membros da comissão política permanente,
Recentemente, o nosso grupo parlamentar demonstrou, mais uma vez, o seu profundo respeito, consideração e estima por todos aqueles que consentiram os mais altos sacrifícios pela libertação de angola. Citei os valorosos antigos combatentes.
Com efeito, no pretérito dia 19 de janeiro do ano em curso, os nossos deputados reafirmaram solenemente, na assembléia nacional, que o 4 de janeiro e o 15 de março de 1961 devem ser reescritos em letras de ouro no quadro de honra dos feriados nacionais. Não se trata de solicitar um favor, mas sim de exigir o respeito pela história, pela verdadeira justiça.
Sobre o 15 de março de 1961, os nossos deputados foram precisos e categóricos. Esta data marcou indiscutivelmente o início da luta armada de libertação nacional que durou 14 anos e culminou com a proclamação da independência nacional a 11 de novembro de 1975. Esta é a verdade histórica registada e irrefutável.
No tocante aos outros assuntos de interesse nacional, devemos nos associar a todas as forças vivas da nação, partidos políticos, igrejas, sociedade civil e sindicatos, que continuam a clamar por uma governação mais transparente e realmente empenhada na busca de soluções dos males que afligem os angolanos em todo o espaço nacional, gerindo com rigor e responsabilidade o erário público.
Angola enfrenta desafios sociais tremendos, tais como fornecimento de água potável e energia eléctrica, segurança alimentar, saúde, educação, habitação condigna para todos, transporte e outras necessidades básicas.
Por isso, as receitas decorrentes da venda do petróleo, dos diamantes e de outros recursos, devem não só ser bem geridas, mas igualmente, devidamente aplicadas para que as mesmas criem as condições básicas para o bem-estar sócio-económico de todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene.
Voltando à situação interna do nosso partido, gostaria de reiterar o meu apelo para que nos empenhemos, da base ao topo e com afinco, na preparação do congresso ordinário que, com a vossa permissão, gostaria de denominar de congresso da reafirmação da identidade histórica e política da gloriosa, imortal e indivisível Fnla.
Trata-se de cumprir com os pressupostos estatutários e com os princípios democráticos. É, pois, impelidos pelos mesmos, que devemos nos preparar para apresentar aos congressistas, em novembro, o nosso balanço. Prestar contas faz parte das regras democráticas e da boa gestão.
Com estas palavras de determinação e de esperança, declaro aberta a reunião da comissão política permanente.
Fnla oyé!
Com o espírito do yembe!
Paz justiça e progresso!
Todos por uma angola,
Uma angola para todos!
Angola!
Liberdade e terra!
Muito obrigado
FNLA - ANGOLA

Angola e o tabu sobre as origens dos dirigentes

Notícias 
makuta nkondo 45Não é mal questionar a origem de um PR, É aconselhável que o Governo ou o MPLA revelem as origens das pessoas que dirigem Angola. Que o MPLA deixe de ser egoísta em relação a origem do seu líder, JES.
Ouça as declarações de Makuta Nkondo
Qual é a origem etnolinguística do Presidente José Eduardo dos Santos, qual é o seu verdadeiro nome e qual é a sua língua materna? É tempo de revelar as origens dos dirigentes do topo à base, porque a manutenção do segredo sobre a sua identidade verdadeira ameaça a estabilidade politica do País. Em Angola, é comum ouvir pessoas questionarem a origem do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
O MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) de que ele é o líder, assim como o seu governo, apresenta uma Biografia lacónica de José Eduardo dos Santos (JES) em que afirmam que este é natural do Município de Sambizanga, em Luanda.
Ultimamente, foi a vez do “Semanário Angolense” (SA) a publicar uma longa peça sobre a origem, a infância e a juventude de José Eduardo dos Santos, afirmando que o líder do MPLA nasceu em Sambizanga, nas imediações do Mercado de São Paulo de Luanda.
Para identificar alguém, não basta dizer que ele nasceu no bairro tal. Sabe-se que as cidades e vilas são cosmopolitas e como tal elas são habitadas por pessoas oriundas de várias origens etnolinguísticas.
O Bairro Sambizanga é povoado de pessoas de origem Kikongo, Kimbundu, Umbundu, Ngangela, Tshokwe, Luvale, Mbundas, Kuanhama, Inhaneka Nkumbi, Mukuvale, Caboverdeana, Saotomense, Moçambicana, Portuguesa e agora Chinesa.
O Presidente José Eduardo dos Santos pertence a que Etnia, Tribo, Clã e Linhagem? Ele é nkongo ou mukongo (singular de bakongo, pessoas de etnia Kikongo), Kimbundu ou Umbundu? O malogrado Presidente da UPA-FNLA, Holden Roberto, afirmava que José Eduardo dos Santos é originário da comuna de Kindezi (ex-Beça Monteiro), Município do Nzeto, Província do Zaire, mas não precisava o seu Kanda (clã ou família no contexto bantu) assim como as suas aldeias paterna e materna.
Em África e principalmente para o povo bantu, o local de nascimento pouco importa para a identidade de uma pessoa. O que importa é o seu sangue. Um filho sempre tem a origem dos seus progenitores, independemente do local onde nasceu.
Não é mal questionar a origem de um Presidente da República. Buscar saber donde é o chefe de Estado não se deve confundir a um insulto ou a uma humilhação ou falta de respeito. Pelo contrario!
Da mesma maneira que um filho deve saber detalhadamente a origem dos seus progenitores, pai e mãe, os cidadãos de um país devem conhecer a origem do seu Presidente da República assim como as de todos os outros dirigentes do país, do topo à base.
Mesmo as origens das autoridades tradicionais, Regedores, Sobas e Séculos, devem ser conhecidas. Os antepassados paternos e maternos de José Eduardo dos Santos são de que País, Etnias, Tribos, Clãs e Linhagens? Antes da chegada do colonialismo (português) em África, os bisavôs de JES eram donde?
Quais são as aldeias paternas e maternas do Presidente José Eduardo dos Santos e qual é a sua língua de origem?
É aconselhável que o Governo ou o MPLA revelem as origens das pessoas que dirigem Angola. Que o MPLA deixe de ser egoísta em relação a origem do seu líder, JES.
É tempo de revelar as origens, os verdadeiros nomes, as aldeias e as línguas maternas de todos os membros do Governo (Ministros, Vice-Ministros, Secretários de Estado, Governadores de Província e de Bancos públicos, Directores Nacionais, PCA- Presidentes de Conselhos de Administração - de Empresas públicas, etc), das Forças Armadas Angolanas e Policia Nacional, Diplomacia, dos Deputados à Assembleia Nacional, dos Tribunais Supremo, Constitucional e de Contas, da Procuradoria geral da República e da Procuradoria Militar.
Os Partidos políticos, incluindo os da Oposição, devem igualmente publicar as origens dos seus líderes e de membros dos seus Comité Central.
O povo quer saber também a origem dos antepassados do vice-presidente, Fernando Dias dos Santos “Nandó”. Laconicamente, Nandó é apresentado como sendo natural da Barra do Dande, Província do Bengo. Esta identidade não é clara um Vice-Presidente da República, sobretudo quando se sabe que Barra do Dande era um porto marítimo onde desembarcaram pessoas de várias procedências, dos países da África do Oeste, antigos estivadores de navios.
Muitos destes oeste-africanos fixaram-se em Barra do Dande onde casaram e fizeram filhos.
A que Etnia, Tribo, Clã, Linhagem pertence Nandó e como se chama a aldeia da sua mãe e a do seu pai na Comuna da Barra do Dande e qual é a sua língua local?
A propósito da identidade nacional, deve-se ter em conta a mistura de pessoas de várias origens que se regista nas cidades portuárias como Luanda, Benguela, Cabinda, Lobito, Namibe e Tombua, assim como nas Estações do Caminho-deferro de Benguela (CFB) habitadas por antigos trabalhadores katangueses e soldados do Exercito Vermelho de Moise Tshombé que fugiram a guerra de Secessão da Província de Katanga, República Democrática do Congo (RDC).
Por causa do Porto de Lobito e do CFB, existem muitos ovimbundu falsos, da mesma maneira que há muitos bakongo, kimbundu e tchokwe falsos devido às fazendas agrícolas do café, algodão e cana de açúcar, e de empresas de diamantes, nas suas Provincias.
De igual modo, os angolanos são sedentos de conhecer as origens do Chefe de Estado-maior General das FAA, o general Fortunato, como também do Ministro das Relações Exteriores, Assunção dos Anjos.
Muitos dizem que Assunção dos Anjos identifica-se como sendo natural da Província de Malange, sem precisar em que Município, Comuna e Aldeia. Outro questionamento refere-se às origens do actual Ministro dos Assuntos Parlamentares, Norberto dos Santos “Kwatakanawa” e do Primeiro Vice-Presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço.
Os Presidentes nomeadamente do Tribunal Supremo, Tribunal Constitucional, Tribunal de Contas assim como os Presidentes dos Conselhos de Administração (PCA) do Banco Nacional
de Angola, do Banco de Poupança e Credito e outros Bancos públicos e o Procurador-geral da República são oriundos donde?
O povo quer saber com clareza as origens de todas as pessoas que exercem os cargos de soberania nacional. Pois, como diz uma sabedoria kikongo, “O ngumbe kete nkayi, enkula zamalu kalendi zo kaya ko” (Mesmo generosa, a perdiz não oferece a tinta das suas pernas).
Da maneira que não se deixa uma filha casar com um homem desconhecido, que os bakongo chamam por Mfumbiankenge (fantasma), não se entrega o poder de uma família (Kanda, clã), de uma comunidade e muito menos de um país à uma pessoa intrusa.
No Reino do Kongo, alguém queria candidatar-se a Ntotela (Autoridade máxima dos bakongo que outros chamam por Rei ou Imperador). Os Mbanda-Banda (Conselheiros) de Ntotela pediram para que a candidatura seja acompanhada de uma informação detalhada sobre os makanda (singular Kanda, clã) paterno e materno do candidato.
Como o mesmo não pertencia a nenhum kanda kikongo, ele abandonou a iniciativa, calou-se e como vingança, organizou uma revolta armada contra o poder do Kongo, Wene wa Kongo (Reino ou Império do Kongo). Para os bakongo, um Kanda – que pode ser definido também como sendo uma família no conceito bantu – deve ser chefiado por um membro genuíno eleito. É o Nkulubundu ou Nkazi (Chefe de Kanda).
Um intruso ou escravo nunca pode dirigir um cla (Kanda). Os bakongo identificam-se pelo luvila – nome de makanda – e não pelos nomes. Makuta Nkondo é quem? Ele é Miala mia Nzinga (clã materno) e neto de Ntumb´a Mvemba.
A sua aldeia materna é Yenga, Comuna de Kinsimba, a paterna Nsenge, ambas no Município do Tomboko, Província do Zaire. A sua língua é Kikongo. Na sua comunidade ele (Makuta Nkondo) é chamado por Mpetelo. Antes do colonialismo português, os antepassados de Makuta Nkondo eram originários do “Reino ou Império” do Kongo. O tabu sobre as origens dos dirigentes e líderes políticos é perigoso para o País, comparável a um vulcão adormecido ou um furúnculo que acabará por rebentar.
Makuta Nkondo
Jornal Angolense

27% de mortos nos cadernos eleitorais

Notícias 
eleicoes africa 40Mais de um quarto dos inscritos nos cadernos eleitorais do Zimbabué estão... mortos, ao passo que mais de dois mil são mais do que centenários, conforme o relatório de uma organização zimbabueana independente divulgado hoje.
Segundo a agência AFP, o documento da Rede de Apoio às Eleições no Zimbabué (ZESN, na sigla em inglês), uma rede de associações locais independentes, mostra que as listas contam com 27 por cento de pessoas que já faleceram.
Por outro lado, um controlo por computador identificou 2.344 pessoas nascidas entre 1901 e 1909 e nove entre 1890 e 1900.
O exame das listas pela ZESN permitiu também identificar 93 "eleitores" com menos de um ano.
O partido do presidente Robert Mugabe, o ZANU-PF, quer eleições gerais este ano, para acabar com dois anos de partilha do poder com o Movimento para a Mudança Democrática, MDC (ex-oposição), do primeiro-ministro, Morgan Morgan Tsvangirai.
O chefe do governo entende que não há condições para um escrutínio equitativo.
A oposição, tal como os observadores, identificou a existência de "eleitores fantasmas" nas listas.
A comissão eleitoral anunciou que a falta de fundos não permitiria "limpar" as listas.
O ZANU-PF e o MDC tinham concordado com a adoção de uma nova Constituição antes das eleições gerais, mas as consultas políticas sobre o texto estão num impasse.
DN

Presidente da Nigéria reafirma opção militar da CEDEAO para desalojar Gbagbo

Notícias 
goodluck jonathanAbuja – O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan (na foto), reafirmou domingo à noite em Abuja que o uso da força continua a ser uma opção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEEAO) para tirar do poder o Presidente cessante da Côte d’Ivoire, Laurent Gbagbo, .
"Não mudamos a nossa posição desde a última cimeira", disse Jonathan, presidente em exercício da CEDEAO, durante um encontro com o enviado especial da União Africana (UA), o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga.
Ele sublinhou que a organização regional estará feliz se resolver a crise política ivoiriense de modo pacífico, indicando que as consultas entre os dirigentes dos 15 Estados membros prosseguem.
Após o seu encontro com o Presidente nigeriano, Odinga deverá deslocar-se a Abidjan (Côte d'Ivoire) para prosseguir com a sua mediação em nome da UA.
ANGOP

Lésbicas da África do Sul sofrem com estupro “corretivo”

Notícias 
lesbicaMulheres homossexuais são estupradas para aprender a gostar do sexo oposto
A cidade sul-africana Khayelistha tem sido palco de uma atrocidade pública: mulheres lésbicas têm sido vitimas de estupro “corretivo”. Os homens acreditam que as mulheres homossexuais devem ser estupradas para aprender a gostar do sexo oposto.
A emissora “Sky News” realizou reportagem com algumas mulheres que passaram por situação humilhante. Segundo o depoimento, elas e outras mulheres estão com medo de sair às ruas. Funeka Solidaat, uma das entrevistadas, revelou que já foi estuprada duas vezes.
Funeka também contou que ficou “espantada” com a atitude da polícia. Segundo ela, os policiais não deram atenção e ainda por cima a humilharam. Outra entrevistada fez uma revelação ainda mais chocante, a de que as mulheres que se assumem homossexuais correm risco de vida. Durante a reportagem alguns homens chegaram a afirmar que lésbicas “merecem morrer”.
O "estupro corretivo", uma prática horrenda de estuprar lésbicas para "curar" a sua sexualidade, se tornou uma crise na África do Sul.
Millicent Gaika (foto acima) foi atada, estrangulada e estuprada repetidamente durante um ataque no ano passado. Ativistas sul-africanas corajosas estão arriscando as suas vidas para garantir que o caso da Millicent desperte mudanças.
Dykerema

Cabinda é Angola?

Notícias - Debates & Debates
cabindaAs opiniões dividem-se. A maioria diz que o enclave é uma província de Angola. Outros dizem que não. Certo é que o problema existe
Cabinda? Província de Angola ou território ocupado? “Cabinda é parte integrante da República de Angola”, diz o especialista em relações internacionais Eugénio Costa Almeida. “É um território ocupado por Angola e tem direito à independência”, afirma por outro lado o jornalista angolano-português Orlando Castro. Aqui ficam dois pontos de vista que, esperamos, possam ajudar a que o assunto seja resolvido de uma vez por todas.


As “coisas” que “eles” inventam…

Por Eugénio Costa Almeida

Em Cabinda “eles” dizem que atacam estrangeiros e “angolanos” para provocar o diálogo entre Luanda e “eles”.

As coisas que eles dizem…

“Eles” disseram que atacaram uma coluna de camiões – são tão precisos na mentira que até disseram a marca dos camiões, uns tais DAF, coisas… – entre as localidades de Liambo Liona e Weca e que dos ocupantes três teriam ficado feridos, dois dos quais com gravidade.

E o mais grave do anúncio, até conseguiram descortinar que eram chineses. Como se os chineses, que só puseram o seu desinteressado dinheiro à disposição do desenvolvimento de Angola, andassem por aí a fazer serviços que, naturalmente, são de natural aptidão dos angolanos. Coisas…

Como foram “eles” que o disseram – ah! desculpem, ainda não tinha dito que “eles” são os da FLEC (qual? não sei, “eles” há mais demais…) – e Luanda ainda nada disse – bem pelo contrário, ainda há dias li das palavras de um representante da capital que há Paz em Cabinda, logo nada poderia dizer nada – não acredito neste hipotético ataque.

Só quando uma entidade independente – pois, de onde…, talvez de um ministro português ou de um alto representante europeu – é que acredito. Como nenhum deles, naturalmente, o irá dizer, fico com a certeza que não houve nada.

E, nem mesmo quando os chineses vierem dizer que três cidadãos seus ficaram feridos, devido a um acidente entre três viaturas automáticas DAF – mas elas já não acabaram nos anos 70? – devido à distracção e pouca habilidade de um deles nas estradas secundárias de Cabinda entre Liambo Liona e Weca, aí terei a certeza que “eles” estavam a mandar poeira para os nossos delicados e patrióticos olhos.

Coisas…

Coisas que talvez mereçam um atento olhar da nossa parte e todos compreenderem que não é com guerras que se ganham certo tipo de batalhas – os portugueses do Estado Novo que o digam, como comprova o excelente trabalho de Joaquim Furtado para a RTP sobre a “Guerra” – mas com efectivo diálogo.

Reafirmo o que sempre disse e escrevi. Cabinda é parte integrante da República de Angola.

Disse-o e mantenho essa perspectiva, nomeadamente – e aqui o meu amigo Orlando Castro que me absolva mas para o Direito Internacional Público os acordos entre entidades não estatais e Estados ou representantes de Estado só têm valor jurídico se assim a Comunidade Internacional o quiser dar – quanto à legalidade – não confundir com legitimidade – dos Acordos de Simulambuco e da alteração do estatuto colonial de Angola em Província, mais tarde com Caetano, em Estado e, mais tarde, embora já afirmado nos finais dos anos 60 na 3ª Comissão, sancionado pela OUA e ratificado na União Africana.

Mas também tenho sempre afirmado que, pela sua especificidade cultural e económica, Cabinda deve gozar de um Estatuto especial dentro da Pátrio angolana. Ganharíamos todos, sem qualquer dúvida.

Espero que a nova Constituição possa prever e contemplar essa perspectiva. Como dizem os europeus, nem sempre uma andorinha faz a Primavera, como nem sempre um caso tem de ser extrapolado para outros ou todos os outros casos que algum “lunático” queira trazer à colação.

Independência com certeza

Por Orlando Castro
E eu penso desde há muito tempo que Cabinda não faz parte de Angola e que, por isso, deve ser um país independente. Dir-me-ão alguns, sobretudo os que se julgam donos de uma verdade adquirida nos areópagos da baixa política angolana ou portuguesa, que isso é uma utopia.

Mais coisa menos coisa, são os mesmos que há 35 anos diziam o mesmo a propósito da independência de Angola, são os mesmos que há poucos meses diziam algo semelhante a propósito do Kosovo, são os mesmos que nesta altura dizem o mesmo quanto ao País Basco.

Mas, tal como se disse em relação a Angola e ao Kosovo, um dia destes estará por aqui alguém a falar da efectiva independência de Cabinda.

Creio que só por manifesta falta de seriedade intelectual, típica dos diferentes órgãos de soberania portugueses (Presidência da República, Governo e Parlamento), é que pode dizer-se que Cabinda é parte integrante de Angola.

Cabinda só passou a ser supostamente parte de Angola quando, em 1975, os sipaios portugueses ao serviço do comunismo e os três movimentos ditos de libertação (MPLA, FNLA e UNITA) resolveram nos Acordos do Alvor integrar Cabinda em Angola.

Cabinda, com uma superfície de cerca de 10.000 quilómetros quadrados e uma população estimada em 300.000 habitantes, é palco de uma luta armada independentista liderada pela FLEC desde 1975, na exacta altura em que, sem ser ouvida ou achada, foi comprada pelo MPLA nos saldos lançados pelos então donos do poder em Portugal, de que são exemplos, entre outros, Melo Antunes, Rosa Coutinho, Costa Gomes, Mário Soares, Almeida Santos.

Até à vitória final, continuará a indiferença (comprada com o petróleo de Cabinda), seja de Portugal, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa ou até mesmo da comunidade internacional.

E é pena, sobretudo quanto a Portugal, que à luz do direito internacional ainda é a potência administrante de Cabinda. Lisboa terá um dia (quando deixar de ter na Sonangol, MPLA, clã Eduardo dos Santos faustosos investidores) de perceber que Cabinda não é, nunca foi, nunca será uma província de Angola.

Por manifesta ignorância histórica e política, bem como por subordinação aos interesses económicos de Angola, os governantes portugueses fingem, ao contrário do que dizem pensar do Kosovo, que Cabinda sempre foi parte integrante de Angola. Mas se estudarem alguma coisa sobre o assunto, verão que nunca foi assim, mau grado o branqueamento dado à situação pelos subscritores portugueses dos Acordos do Alvor.

Os cabindas continuam a reivindicar, e desde 1975 fazem-no com armas na mão, a independência do seu território. No intervalo dos tiros, e antes disso de uma forma pacífica, nomeadamente quando Portugal anunciou, em 1974, o direito à independência dos territórios que ocupava, a população de Cabinda reafirma que o seu caso nada tem a ver com Angola.

Relembre-se aos que não sabem e aos que sabem mas não querem saber, que Cabinda e Angola passaram para a esfera colonial portuguesa em circunstâncias muito diferentes, para além de serem mais as características (étnicas, sociais, culturais etc.) que afastam cabindas e angolanos do que as que os unem.

Acresce a separação física dos territórios e o facto de só em 1956, Portugal ter optado, por economia de meios, pela junção administrativa dos dois territórios.

Deixem-me, por fim, dizer-vos que só é derrotado quem deixa de lutar. Por isso, Cabinda acabará por ser independente. É que os Cabindas nunca deixarão de lutar. E ainda bem que assim é, digo eu.