quarta-feira, 30 de março de 2011

Mfuka Muzemba em Bruxelas critica o governo de Jes/Mpla

mfuka muzemba  0054O secretário geral da JURA, braço juvenil da UNITA, disse em Bruxelas no encontro com os jovens da comunidade angolana, que o presidente angolano José Eduardo dos Santos, não é só mais corrupto, mas sim gatuno do país, tudo pela forma como tem desviado o erário público e enriquecer a sua família.
Temos um governo que não presta contas ao parlamento e aos angolanos e, que as pessoas denunciadas sobre corrupção permanecem impunes e com cobertura do governo, ou até são mais promovidos, como se quem está no governo e não roubar é desconfiado, considerou Mfuca Muzemba.
Mfuca Muzemba, que ao abordar os problemas da população angolana com os jovens em Bruxelas, considerou deplorável a vida dos angolanos que ao longo de 35 anos de governo do MPLA, o povo vive ainda em extrema pobreza com a falta de saneamento básico, sem luz normalizada, sem água potável e, a juventude atirada ao desemprego sem perspectivas e nem esperança porque estão cansados das varias promessas falhadas do MPLA.
Ainda na sua abordagem, Mfuca Muzemba disse estar satisfeito com o sinal vivo e claro que a juventude dá em relação à mudança do actual regime que governa Angola. A juventude aqui na diáspora deve contribuir mais para a mudança em Angola, até porque vocês vivem de perto o desenvolvimento destes países desde as novas tecnologias, a saúde qualificada, escolas competitivas, rede de transporte desenvolvidos e o exercício de direitos e liberdades fundamentais, em países que nem sequer tem o mínimo de potencialidades de riqueza que Angola tem.
De recordar que Mfuca Muzemba está num périplo pela Europa, onde na semana passada conferenciou com os jovens angolanos em Portugal e foi recebido na Assembléia da República num encontro com deputados, mormente o Dr. JOÂO SOARES. Apos Bruxelas Mfuca Muzemba é esperado na Holanda e em Paris (França).
Angola24horas.com

Assinala-se hoje 23 anos da Batalha do Cuito Cuanavale

mig23Assinala-se hoje 23 de Março, o vigésimo terceiro aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale, considerada a maior de forças regulares ocorrida na África Austral.
A efeméride marca a derrota imposta pelas ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), conjuntamente com internacionalistas de Cuba, contra militares do antigo regime do apartheid sul-africano, que, na altura, invadiam Angola a partir desta região sudeste do país.
A derrota das então forças militares sul-africanas obrigou o regime do apartheid a promover conversações quadripartidas, que levou a assinatura do acordo de Nova Iorque (EUA) e, consequentemente, a independência da Namíbia e a democratização da África do Sul, com o fim do regime do Apartheid.
A intervenção sul-africana em Angola teve início no período colonial português, com o objectivo de ajudar os colonialistas na luta contra os grupos de guerrilheiros que na altura existiam. A principal base da África do Sul na altura estava localizada na região do Cuito Cuanavale.
Após a independência, estas forças voltaram a invadir o país, posicionando as suas tropas até ao sul do Ebo, província do Kwanza Sul, de onde sofreram uma derrota e tiveram de se retirar.
Após este recuo, instalaram-se na Namíbia e daí realizavam incursões no território angolano, sempre com o pretexto de que combatiam os militantes da Swapo e do ANC.
Durante quase mais de uma década, o regime sul-africano tinha como objectivo manter um território no sul de Angola, onde operariam livremente contra o exército angolano.
Ainda durante este tempo, o exército angolano realizou várias operações ao sul do território, com o objectivo de destruir as bases da Unita, e nela foram empregues quatro brigadas (16, 21, 45, 59), que avançaram até às margens do rio Longa.
A ofensiva das FAPLA estava a ser coroada com grandes êxitos até os sul-africanos introduzirem directamente forças como a brigada 61 motorizada, batalhão búfalo e outras que conseguiram, na altura, parar a ofensiva do Governo angolano.
Animados com este resultado, resolveram realizar outra operação denominada "Hooper", cujo objectivo era destroçar as brigadas das FAPLA e tomar o Cuito Cuanavale.
Decidiram então abrir duas frentes, sendo uma no Kuando Kubango e outra no Cunene, com o objectivo de realizar uma ofensiva em direcção à fronteira namibiana.
Após grandes combates de artilharia, tanques e bombardeamentos aéreos, que duraram oito horas, as FAPLA conseguiram derrotar as tropas sul-africanas, obrigando-as a se retirar.
Nesta batalha, segundo fontes militares, foi quebrado o mito de invencibilidade do exército racista da África do Sul e alterou, "de uma vez por todas", a correlação de forças na região austral do continente.
A superioridade alcançada pelas ex-FAPLA no campo de batalha fez com que o regime do apertheid, temendo uma derrota mais pesada, aceitasse a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU.
A resolução 435/78 ditava a independência da Namíbia e consequentemente o desmantelamento do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul.
Numa declaração dirigida à nação, em 2008, por ocasião da data, o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, enalteceu este feito, por constituir, sem dúvida, a premissa fundamental para a paz e a reconciliação nacional de Angola.
"A Batalha de Cuito Cuanavale foi, assim, o ponto de viragem decisivo numa guerra que se arrastava há longos anos e na qual o jovem Estado angolano teve de sofrer as pressões e ameaças de grandes potências e a agressão directa de forças militares que elas financiavam, apoiavam e armavam", lê-se na mensagem.mapa
Segundo o presidente, "com a vitória do Cuito Cuanavale e as medidas tomadas posteriormente foram eliminados os principais factores externos que ainda condicionavam o conflito em Angola e abriu-se uma via favorável à sua resolução interna".
Para honrar a memória de todos os que lutaram para defender aquela localidade da ocupação sul-africana, o governo angolano ergueu, à entrada da sede municipal do Cuito Cuanavale, um edifício de aproximadamente 35 metros de altura, sob a forma de pirâmide, denominado "Monumento Histórico".
A infra-estrutura comporta dois pisos, um terraço e sustentada por três vigas de betão armado, que lhe conferem a forma de uma pirâmide, está equipada com um elevador com capacidade para transportar cinco pessoas.
Logo à entrada do pátio do monumento histórico, encontra-se uma estátua de dois soldados, sendo um combatente das ex-FAPLA e outro cubano, com os punhos erguidos em sinal de vitória no fim dos combates da já conhecida, no mundo, "Batalha do Cuito Cuanavale".
No mesmo perímetro, encontra-se uma biblioteca e um museu, este último, onde estão expostas algumas das armas capturadas durante os combates e do material utilizado pelas extintas FAPLA e pelas tropas cubanas.
O nome Cuito Cuanavale, um dos municípios da província do Kuando Kubango, tem origem dos rios Cuito e Cuanavale, que convergem nesta região.
O Cuito Cuanavale possui uma superfície de 35.610 quilómetros quadrados, onde se estima que habitem 94.743 pessoas, que se dedicam essencialmente à agricultura e criação de gado.
ANGOP

terça-feira, 29 de março de 2011

Nerika Loureiro Condenada a 17 anos

nerika 79400O juiz da 7ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, António Morais, condenou esta quarta-feira a 17 anos a ré Nerika Loureiro, acusada de assassinar o seu esposo Lopo Loureiro com 11 golpes de faca.
Após sete audiências e ouvidos 27 declarantes foi de igual forma um total de três milhões e cinqüenta mil kwanzas é à ser paga a família da vítima.
O advogado da Ré Sergio Raimundo disse que não concorda com a sentença e vão recorrer à decisão do Tribunal. A mesma intenção foi revelada pela Ana Paula Godinho a assistente de acusação. No final os familiares da vítima protestarão a decisão do TPL.
HISTORIAL DO CRIME
A morte do jovem Lopo Loureiro deu-se por volta das duas horas da manhã na sua residência, em Nova Vida, algumas horas depois de ter ido buscar a sua esposa no Aeroporto Internacional de Luanda 4 de Fevereiro.
A acusada chegara à Angola por volta das 18 horas e 40 minutos do dia 31 de Março 2010, num dos aviões da TAAG que fazia a escala Lisboa-Luanda, em companhia da sua mãe Beatriz da Conceição e dos seus dois filhos, Naió e Ângelo Loureiro, de dois anos e de dez meses, respectivamente. A jovem que trabalhava na Sonair, se deslocara à Portugal para gozar ferias de 15 dias com a mãe e os filhos e aproveitou fazer check up médico.
Este jornal apurou que, às 21 horas e 45 minutos do dia 1 de Abril, Lopo Loureiro enviou uma mensagem para um dos seus colegas do Banco de Poupança e Crédito (BPC) avisando-o que a sua família havia chegado bem das terras de Camões e que levou a sua sogra em casa. De seguida o casal deixou a senhora Beatriz da Conceição na sua residência e rumou para o seu apartamento no bairro Nova Vida.
Depois de ter cometido o crime, a ré se deslocara à residência dos seus progenitores. Deixou as crianças no carro e subiu ao apartamento para os avisar sobre o que havia sucedido. Em pânico, ela deslocou-se à Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) para pedir asilo, mas foi rejeitada. O facto de não ter sido bem sucedida no território americano terá concorrido para a acusada se deslocar posteriormente à Embaixada Portuguesa, por volta das 4h30, em companhia de um dos agentes que protegia aquele local. Ao ver que teria de esperar que os serviços diplomáticos abrissem, ligou para uma das suas colegas da SONAIR para contar o que havia cometido.
Os parentes de Lopo Loureiro estão a ser defendido pela advogada Paula Godinho. O malogrado trabalhava na direcção de Corporate do Banco de Poupança e Crédito (BPC) desde 2007 e estava prestes a abandonar este posto para integrar o departamento de negociações da petrolífera angolana Sonangol.
Formado em gestão e administração pública, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa e pela Universidade de Abeerden, na Escócia.
Após concluir o curso superior de gestão de empresa, em 2007, regressou a Angola e começou a estagiar na Endiama, mas em Outubro do mesmo ano pós fim a essa etapa para exercer a função de gestor de contas do BPC. Função que exerceu até à data da sua morte.
Angola24horas.com

" Voz de padre, só por si, não representa Igreja"

 Sociedade
catolica14«A voz de um padre, só por si, não representa a Igreja, nem tem mais autoridade do que a mesma doutrina por ele exposta». Assim salienta a nota Pastoral saída da I Assembleia Anual da CEAST, que esta terça-feira encerrou os seus trabalhos.
Segundo o documento, “ os pronunciamentos dos sacerdotes devem estar em sintonia com o pensamento da Igreja, sobretudo em questões políticas”.
“Queremos recordar aqui que a igreja não pode ser instrumentalizada por partido algum, nem se quer por aquele que exerce o poder. A igreja é mãe de todos os seus baptizados e respeita as suas opções políticas, desde que elas se não oponham aos princípios da sua fé” – refere a nota.
O Bispo de Cabinda acrescentou que “ há dois momentos em que a Igreja fala oficialmente, através dos bispos, de um modo geral ou através do porta-voz da Conferência Episcopal, ou do porta-voz de uma diocese”.
“Todas outras opiniões ou declarações que venha a fazer são declarações de carácter pessoal que deveriam estar em consonância com aquilo que é o pensamento da Igreja” - frisou.
“Quando um padre fala numa homilia, em principio deveria falar sempre em sintonia com o pensamento de Igreja e não transmitir algo que exprima uma sensibilidade pessoal, sobretudo se tratando de questões de natureza politica” – reforçou ainda.
Apostolado

segunda-feira, 28 de março de 2011

Lubango: Director preso por suspeita de desvio de fundos

prisoner 90A Polícia na Huíla deteve por ordem da Procuradoria da República na região um alto funcionário da administração municipal do Lubango acusado do crime de peculato por suposto desvio de fundos nas contas da edilidade.
Nas vestes de Director do Gabinete do Plano da Administração Municipal do Lubango, Gaudêncio da Glória Clemente, numa cabala com o empresário do ramo de construção civil, David Salvador, também preso, terá supostamente desencaminhado mais de 15 milhões de Kwanzas, pouco mais de 150 mil dólares norte-americanos
Segundo o porta-voz do Comando da Polícia da Huíla dada a envergadura dos números que envolveram a operação, a Polícia de Investigação das Actividades Económicas continua a trabalhar com vista a encontrar eventuais outros implicados.
Sem se abrir muito, o oficial superior da Polícia, Paiva Tomás, evocou o segredo de justiça;
“Por isso é que o trabalho decorre, sempre que o trabalho decorre as informações a respeito do caso param por aí isto por um lado para não aquilo que se chama espantar a caça e por outro lado são normas próprias de um trabalho investigativo no sentido de apurar mais factos.”
Até ao momento desconhece-se o destino do dinheiro sabendo-se apenas que ainda não foi recuperado;
“Geralmente quando esses valores se é que existem e não se deram outro destino, então caberá simplesmente ao Tribunal determinar a reposição dos respectivos valores.
E mais não disse o porta-voz da Polícia na Huíla, Paiva Tomás.
Na eventualidade do processo proceder nos termos em que é requerido pelo Ministério Público, os cidadãos em causa, poderão ser sancionados mediante o Código Penal angolano através dos artigos 313, 437 e 421 que prevê para o crime de peculato penas que vão dos oito aos 12 anos de prisão efectiva.
VOA News

Situação de abandono da província do Zaire (II)

mulherA situação do descontentamento generalizado da população da província do Zaire. A população Quer justiça e transparência no que visa o plano da reconstrução Nacional e dos direitos da cidadania.
A província do Zaire tem uma superfície de 40 130 km2 e uma população de cerca de 376 000 habitantes, constituída na sua maioria pelo povo étnico dos Bacongos.
A província tem 5 deputados que não representam efectivamente os segmentos importantes do povo do Zaire na sua diversidade, há problemas reais e concretos dos cidadãos e das comunidades, mas os dignos representantes e defensores não tem a capacidade de os discutir com interesse e de os pôr no centro da agenda política da Assembleia Nacional e mobilizar o Executivo e a sociedade no geral.
Segundo as opiniões obtidas pela massa juvenil desta província seria de extrema importância que acontecesse a manifestação do dia 7 de Março na história dos Angolanos principalmente nó da província do Zaire, onde a província no âmbito do plano da reconstrução nacional, verifica-se completamente esquecida.
A província do Zaire tem 6 municípios nomeadamente: M'banza kongo que é a sede provincial, Sóyo, N'zetu, Tombokco, Cuimba e Nóqui,
Encontra as suas maiores dificuldades na falta de infra-estruturas escolares e de condições de saúde. Neste sector, verifica-se a precariedade de centros de saúde, de medicamentos e equipamentos, de campanhas de vacinação e o consequente aumento das doenças transmissíveis. As principais doenças são a malária, a má nutrição, as doenças diarréias agudas, a doença do sono, a tuberculose e a sida.
Os jovens sem rumo clamam dia a dia sobre o futuro da província por falta das escolas para todos, as oportunidades de empregos, grande percentagem da juventude acabam por envolver-se em grupos de delinquência (roubos e outras práticas), e na camada feminina existem fenómenos da prostituição, com o objectivo de encontrar uma maneira de sobreviver.
As adolescentes e menores de idades são vítimas e sujeitas a envolverem-se precocemente em actos sexuais, isto devido à falta de distracção com actividades culturais, desportivos e de sítios de lazer; tal como: Cinemas, Bibliotecas, jardins, Parques infantis e etc.
Os “professores” escrevem as vezes com carvão sobre um “quadro” feito de tronco de árvore. Recorde-se que a Província é rica em florestas densas produtoras de madeira.
Zaire não tem Universidade. Fala-se em um “Pólo de ensino superior” cuja direcção está em Cabinda, mas também ninguém sabe explicar com que infa-estruturas vão funcionar ou leccionar.
A Província do Zaire (M´Banza Kongo) não tem prédios e hotéis. Os únicos “prédio” são nomeadamente o Palácio do Governo Provincial com dois andares, o famoso “Hotel” Estrela do Congo, que não passa de uma pousada, também com dois andares.
A Província não tem um Estádio de futebol, nem qualquer outra estrutura desportiva
Há a falta de hospitais adequados, as populações morrem diariamente em grande número, um elevadíssimo número de populações recorrem aos países vizinhos a procura de soluções de Saúde, onde alguns acabam mesmo morrendo pelo caminho, até para aquelas doenças que diagnostica mente são de fácil curas. Há uma grande falta de médicos com qualidade, os poucos que existem, alguns provenientes da RDC com dificuldades de comunicação, na sua maioria são técnicos médios e básicos que dificilmente conseguem diagnosticar ou tratar certas doenças. Também pela falta de condições nos centros, já que não existem hospitais na província, as pessoas internadas nos tais Centros de Saúde são ajuntados muitas vezes dois a três pacientes por cada cama.
Na ausência de ambulâncias, os doentes são transportados de Kipoyo (Tchipoia) e a população recorre à medicina ancestral ou tradicional, a chamada Curandaria, como no tempo medieval.
Há grandes dificuldades nas tocantes necessidades básicas como a água e luz, As pessoa tem que percorrer grandes distâncias na procura do líquido precioso. Somente em algumas residências na vila da capital da província onde moram os chefes, sai água de 3 a 4 vezes por semana.
Em poucas palavras a água potável é inexistente. A simples palavra água potável parece ser desconhecida pelas populações locais que buscam este precioso líquido aos rios e poços.
Pela exploração do petróleo, tal como a província de Cabinda, o Zaire representa um dos principais motores da economia nacional; mas a sua população desconhece o gás de cozinha.
A energia eléctrica ainda constitui um dos maiores problemas naquela cidade, existem bairros circunvizinhos da vila do B.Kongo que beneficiam da energia eléctrica, mas também tem se constatado muitas vezes 3 a 4 semanas sem luz por falta de combustível que alimenta os grupos geradores, isto devido ao mau estado das vias que ligam os municípios da província (a capital do município económico Sóyo para N'zetu), onde os sistemas que transportam o combustível levam 2 a 3 semanas presas na via, sem chegarem ao destino.
Segundo os químicos, o asfalto provem do Petróleo, mas mesmo sendo a província uma potência no petróleo, ainda assim as estradas e ruas do Zaire são de terra batida.
Falando das estradas a única via em obras a ser asfaltada é a via que liga a sede provincial para a capital do país, a única parte já asfaltada é o troço M'banza Congo ao município do N'zetu. Falando de Mbanza Congo, as ruas estão todas totalmente destruídas sem asfalto, só duas ou três ruas foram asfaltadas dentro da cidade.
Não se aconselha a viajar para a província, pior ainda a Mbanza-Kongo, na estação seca, para evitar contrair a bronquite por inalação de poeira.
Aqui, a poeira é a tinta para os móveis e imóveis, desde os edifícios as viaturas e mesmo as pessoas.
Em algumas estradas como as de Luvu e Kuimba, mesmo circulando de dia com a luz do sol, as viaturas acendem as luzes para evitarem colidir-se com outras devido a nuvens de poeira que se levanta, em quanto os ditos muátas "chefes residem em sítios com melhores condições e andam com carros ou jipes de luxo com A/C, vidros fechados e fumados.
A população ainda tem vivido dia a dia num clima de medo, onde não existe liberdade de expressão.
Os maltrates por parte dos policiais, a corrupção ainda é o maior vício por parte dos Policiais, aqueles que tem a possibilidade de exercer uma determinada actividade comercial, não é fácil conseguir legalizar as suas actividades tendo em conta as dificuldades enfrentadas até existem um termo"só para quem tem pai na cozinha".
Nós como jovens desta província estamos bastante preocupado com a forma como somos domesticados nessa província, apelamos ás Entidades dos Direitos Humanos, ONGs, Partidos Políticos Democráticos, os verdadeiros amigos da Páz, da Democracia, Justiça e ao Executivo Central para rever a situação.
Por direito caberia a nós certos privilégios como as de Cabinda, sendo o Zaire uma província onde advêm 60% dos OGEs de angolano partir do petróleo e não só, o simples facto de sermos Angolanos e pioneiros da revolta pró independência de Angola, nos consideramos ter sido dado acostas pelo nosso próprio MPLA, o Executivo Central e pelo P.R – JES durante a sua longa governação sem nunca percebermos o porque.
Viva Paz e Justiça! Viva Democracia!
Elaborado p/ Jovens Zaire
Mbanza Congo

Benguela: A UNITA considera que o governo não tem projecto concreto para as catástrofes

chuvasluanda10Vitorino Nhany, secretário provincial da UNITA em Benguela, diz que o governo local não tem um projecto concreto para se evitar as constantes catástrofes provocadas chuvas na província.
Em conferência de imprensa, o politico disse que, o governo para responder aos desastres, limita-se implementar programas de emergência para assistir as vítimas das enxurradas.
Recordou que, as inundações que Benguela tem registado, nos últimos anos, são reflexos das alterações climáticas que o mundo enfrenta, o que obriga das autoridades locais a criação de mecanismos para a adaptação e mitigação dos choques climáticos.
As cheias, estão provocar danos graves no bem-estar da população local que já está a debater-se com uma pobreza profundamente enraizada.
“ Nesse preciso momento quem está a sofrer com a situação da enxurrada é o coitadinho pobre, porque o governante está no prédio.”
“ Agora se as atenções não estiverem viradas para aquele que está a sofrer, é melhor esse governo desistir. É necessário que venham aquelas são patriotas que possam dericionar as suas atenções para o homem em primeiro lugar.”
Para contrapor a fraca resposta do governo de Benguela em relações aos desastres causados pelas chuvas, a oposição apresentou, recentemente, uma proposta ao governador, Armando da Cruz Neto.
“ O governo sabe dos danos que as chuvas causam, mas quando chega o período seco todos ficam de braços cruzados. É necessário que durante esse período se implemente programas virados para os desassoreamentos dos rios, a instalação de cobertos vegetais para estruturação do próprio solo.”
O dirigente partidário referiu ainda que, a mesma celeridade que se teve para a construção do estádio de futebol, avaliado em cerca 117 milhões de dólares, “ pode ser imprimida para a construção e recuperação dos sistemas de esgotos.”
Questionado se as autoridades locais irão executar as recomendações deixadas pelo Galo Negro, Nhany replicou que, “ se isso não se fizer em prazo de um ano, o povo irá assinar o certificado de incompetência ao próprio governo.”
Entretanto, quatro crianças morreram como consequências das chuvas que caíram nos últimos 15 dias em vários municípios da província, segundo o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
VOA News

domingo, 27 de março de 2011

Manifestações e contramanifestações: o rescaldo

marcolino jose carlos moco 10Só hoje fiquei disponível para tentar satisfazer o desejo dos meus amigos, no Facebook e em outros sites que têm feito o obséquio de difundir os meus solilóquios, para me pronunciar sobre o rescaldo das badaladas manifestações do mês de Março. Não serei detalhado, não tanto por razões de disponibilidade de tempo, que por vezes me impedem de aparecer por aqui, pelo meu sítio, mas especialmente porque tenho para mim que no texto “A Tunísia, o Egipto e quejandos …” foram feitas, antecipadamente, afirmações que, devidamente adaptadas ao pós-manifestações, seriam o meu rescaldo.
Com efeito, numa das afirmações eu referia, um tanto quanto nas entrelinhas, que era precipitado considerar que a Angola actual, com o seu regime, que um dia considerei de “fechadura sorridente”, reproduzisse já um cenário semelhante ao dos estados da África magrebina e quejandos, onde decorrem os movimentos revolucionários a que assistimos. Aqui, já para não falar de muitos aspectos, a maioria esmagadora das pessoas, no seu bom senso, sabe que apesar do inusitado de injustiças flagrantes (como o impedimento de manifestações por causas justas, o desalojamento arbitrário e desumano de populações em nome de um desenvolvimento forçado a favor de grupos seleccionados, a destruição do património histórico-cultural em nome de tal desenvolvimento, todos estes e outros aspectos salvaguardados pela nova constituição formal alardeada pelo próprio regime), não há nada melhor do que descansar um pouco da guerra e de tantas guerras que tivemos até 2002. Aqui gente avisada, sabe que o slogan “Um só povo e uma só nação” foi lançado pelo político e proeminente pensador Dr. Agostinho Neto, com o consciente propósito de que se tratava de um projecto e não ainda de uma realidade. Aqui, as pessoas avisadas sabem, que nestas circunstâncias, qualquer apelo demagógico ao tribalismo, no seu sentido mais negativo, seria o multiplicar, por tantas vezes, do número de vítimas em relação ao que terá acontecido na Tunísia e no Egipto, que são nações de formação milenar.
Não estou a dizer mal dos que, na boa intenção, apareceram e foram detidos, felizmente, sem grandes consequências. Conversei com alguns deles. E aproveito para repetir o que disse a uma jovem jornalista que me perguntava se, com tanta intervenção pública, eu não deveria louvar o governo por ter libertado os prisioneiros cabindenses de consciência: aqui não há favor nenhum pelo tratamento devido a cidadãos pelas instituições públicas: são seus direitos, no caso dos presos de Cabinda, repostos tardiamente.
O que posso aproveitar é encorajar os jovens polícias de todas as cambiantes a continuar a tomar consciência de que, independentemente das ordens superiores que devem cumprir, a dignidade humana está acima de tudo; e que pensem que defendem o Estado e seus cidadãos e a segurança física de seus legítimos dignitários e não interesses particulares (pessoais ou partidários), estranhos às nomas constitucionais e legais.
Quanto a “manifestação branca”, eu poderia chamá-la de “salazarista” ou até de fantasmagórica. Em que altura foram feitas as t.shirts daquele adulatório “déjà vu”? Ter-se-á concretizado uma das minhas hipóteses, a da possibilidade de a coisa ter sido planeada para ver quem levanta a cabeça, e que as macas com os carros do Dr. David Mendes não terão sido mera coincidência? Mas, não a chamarei de “salazarista”, por várias razões, sendo que a mais importante é que tenho a certeza de que muitos dos participantes (muitos deles arrastados, comprovadamente, com ameaças veladas de prejuízo para suas carreiras profissionais) e até organizadores de segunda linha (ou até mesmo de primeira, quem sabe?) estavam lá com a melhor das intenções. Por outro lado, moderado e construtivo como me considero, não me preocupo tanto com o estrondoso dos epítetos mas, com a procura dos caminhos para o conforto de todos nós, que o merecemos. Neste sentido repito aos que me têm acompanhado: havemos de encontrar as veredas para a consolidação de uma paz sustentada e para a construção de uma sociedade aberta e progressiva, sem recurso à violência. Todos os dias eu sinto e vejo estes bons sinais.
O meu amigo William Tonnet entrevistou o tal “de fantasma Agostinho Jonas Roberto dos Santos”, com as suas ameaças a intelectuais que como eu, não concordam com mais jogos do esconde-esconde, neste país de obstinada cultura clandestina, em coisas do foro público. Esta cultura de clandestinidade foi herdada do tempo da PIDE colonial que não deixava os angolanos, de todas as origens, falar abertamente dos seus assuntos fundamentais. Ela foi reforçada no tempo do partido único e da guerra fratricida. Agora, sem outros extremismos, estamos condenados a erradicá-la, se quisermos melhorar as nossas vidas, com dignidade. A este propósito não me venham repetir que eu, Marcolino Moco, não tenho direito de falar assim porque também andei no partido único. Nós, no MPLA, com a compreensão de toda a sociedade, desmantelamos o sistema de partido único porque chegamos à conclusão que aquilo não servia para Angola. Nunca acompanhei e nunca acompanharei os que parecem ter compartilhado aquilo só para alguns dias.
Tenho a dizer ao fantasma entrevistado pelo amigo Tonnet no Folha 8 da semana passada, que ele só difere do fantasma “Justino Justo” do jornal de Angola porque ainda não está no poder, enquanto o outro está nos seus dias de glória, só que anda todo cheio de medo. O fantasma “Justino Justo”, de tão amedrontado que anda, ficou assustado até com a perspectiva fantasiosa de que as inocentes e rotineiras manifestações da UNITA e FNLA, pelos seus respectivos dias (13 e 15 de Março), fossem transformados em endiabrados dias do teimoso e inamovível colega, Sª Ex.ª o Sr. “Fantasma Agostinho Jonas Roberto dos Santos”.
Eu que pela idade e experiência em justeza de causas, já me desembaracei deste tipo de medos, no outro dia, aqui no belo e ajardinado Largo Kussi da cidade do Huambo, onde passo alguns dias; com a sua linda, frondosa e florida acácia no meio, conversava com um vizinho e perguntava porque é que o seu cão ladrava sempre para mim, quando faço o meu matutino, deixando toda as outras pessoas passar em paz? A resposta não tardou. Não é que o cão pensasse que eu fosse um velho feiticeiro, não (risos)! O problema é que eu passava sempre de chapéu de abas largas e de óculos escuros. Moral da história: nem os bichos apreciam opacidades, quando se trata de coisas da praça pública; ou, quem andar a meter medo aos outros (como o cão pensava que eu o estivesse) andará sempre a borrar-se de medo.
Para terminar, sómais um recadinho, para o sr. fantasma Agostinho dos Santos: se ele for tão cristão quanto o meu amigo William Tonnet que eu sei que o é, devia lembrar-se que viemos a Terra para viver até que o Criador decida sobre as nossas vidas; e que Jesus Cristo mandou perdoar: não sete vezes, mas, setenta vezes sete. É o que falta a muitos políticos africanos, fantasmas ou não: saber perdoar-se a si próprios (porque todos somos pecadores), perdoar os outros e deixar os povos a que pertencem viver em paz.
Marcolino Moco
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As infra-estruturas da FNLA em posse de Ngola Kabango poderão ser recuperadas em breve

ngondaekabangu15As querelas internas nas formações políticas em Angola, desestabilizam o exercício democrático
As infra-estruturas da FNLA em posse dos partidários de Ngola Cabango poderão ser recuperadas em breve, pelos actuais representantes de Lucas Ngonda.
O secretário nacional para informação da FNLA, Miguel Pinto, adepto de Lucas Ngonda, disse que uma intervenção do Tribunal Constitucional ajudará a solucionar a crise interna que se arrasta há uma década.
“Os imóveis estão na justiça, tanto a morosidade também da justiça no nosso país é esta. Nós depois de recebermos os acordos 109 e 110, os nossos advogados estão a trabalhar na questão dos imóveis. É a morosidade da justiça angolana, estamos, portanto, a espera que haja uma luz no fundo do túnel, mas eu penso que está para breve”.
Os militantes da FNLA espalhados pelo país, com excepção em Luanda e em poucas capitais de províncias, onde há duas delegações, funcionam em instalações improvisadas.
“Depois de 1997, em que tivemos a crise, a preocupação que nós tivemos é reimplantar o partido em todas as províncias do país, é o que fizemos. Quando fizemos o congresso de 2004 com o velho (Holden Roberto), o velho já não se encontrava nas provinciais, em província nenhuma se encontrava".
Mesmo aqui na capital de Luanda as bandeiras que ainda flutuavam nos mastros eram nossos comités. Neste momento nós não oficializamos onde os nossos funcionários funcionam, não oficializamos, porquanto, noutros sítios há duas delegações, por exemplo, em Luanda. Essa nossa e aquela de baixo, mas nas províncias os nossos militantes funcionam plenamente, há os militantes que têm as suas casas com espaço e dali aguardando que a justiça venha cumprir com a sua tarefa”.
Miguel Pinto, entrevistado ao telefone a partir de Luanda, a propósito do funcionamento paralelo de 2 secretariados províncias da Frente Nacional de Libertação de Angola em Malanje, referiu que o acórdão número 110 do Tribunal Constitucional de 2009 confere puderes a direcção do partido ao cidadão Lucas Benghy Ngonda.
O representante de Ngola Kabangu nesta região, Jacinto Cabanda Dala reafirmou recentemente que a sua equipa continuará a ocupar o edifício, localizado no segundo andar do chamado prédio do banco, por pertencer a parte legítima do partido que prepara um congresso ainda este ano.
“Nós não somos de Lucas Ngonda, nós somos do partido FNLA. A FNLA nunca existiu duas alas, nós saímos em 2008 até 2011, então, vamos realizar o nosso congresso. Por isso, não somos de Lucas Ngonda, somos do partido da FNLA, Ngonda nunca foi presidente da FNLA, Ngonda foi um militante e nunca foi presidente”.
As querelas internas nas formações políticas em Angola, desestabilizam o exercício democrático e da cidadania que se impõe rigor de momento.
VOA News

sábado, 26 de março de 2011

Governo Angolano acusa Estados Unidos de apoiar forças rebeldes em África

maersk shipGoverno angolano insiste no braço de ferro, e diz que as munições não se destinam ao Quénia mas a grupo rebelde num país terceiro
As autoridades angolanas agora começaram a alegar que o material de guerra encontrado a bordo do navio americano não se destina ao Quénia, mas a um país terceiro para o apoio de movimento rebelde.
Fontes da VOA, não informaram a que país Luanda diz ser o destinatário dos quatros contentores com munições retidos pelas autoridades angolana.
O governo do Quénia já fez saber, que as munições lhe pertenciam, mas autoridades angolanas exigem do Quénia uma documentação.
Anteriormente, o partido no poder em Angola, MPLA, acusou os Estados Unidos de estarem a rearmar a UNITA.
As autoridades angolanas dizem agora suspeitar que, para além de munições, o navio americano retido no porto do Lobito, também transportará a bordo armamento.
As autoridades locais, em Benguela, apresentaram entretanto uma proposta a Luanda para a descarga das 15 toneladas de bens alimentares que seriam destinadas a outros países africanos, entre os quais Moçambique.
Fontes da Voz da América, disseram que Luanda está a tentar arranjar uma justificação legal para a retenção do navio americano no porto do Lobito.
Recorda-se que o cargueiro de bandeira americana, “Maersk Constellation”, e a sua tripulação, estão retidos no Lobito desde o dia 28 de Fevereiro devido a questões aduaneiras, depois das autoridades angolanas terem descoberto a bordo um carregamento de quatro contentores com munições.
VOA News

FAA e FLEC confrontam-se em Cabinda

flec91Uma fonte do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA) deu a conhecer hoje, terça-feira, à Angop, que se registaram escaramuças entre as Forças Militares das FAA e um grupo da FLEC, tendo-se verificado baixas de ambas as partes.
O rencontro aconteceu no passado sábado, dia 19, às 19 horas, na área do Mincoje, província de Cabinda, informou a fonte da Angop, em Luanda.
ANGOP

As 7 razões para o povo Angolano se manifestar contra o regime de Eduardo dos Santos

zedu 085Depois das simulações electrónicas apelando para os angolanos saírem à rua no dia 07 de Março, protagonizadas pelos internautas angolanos lúcidos que muito provavelmente procuraram testar uns e outros, quer dizer, o comportamento dos angolanos face a miséria e repressão e concomitantemente a reacção dos governantes ante o clamor do povo frustrado, várias são as vozes que não se fazem esperar a rogar para que os ventos da África do Norte varram este território “ANGOLA”.
O seu porquê pode parecer injustificado, mas depois dos episódios ocorridos nos dias 5, 6 e 7 de Março com incidência para as excitações de alguns dirigentes e das forças de repressão, poucas dúvidas restam para que se consubstancie a legitimidade de uma manifestação em nome da Democracia e Justiça, contra a Ditadura e Irracionalidade.
Prender pacíficos manifestantes e ameaçar a morte um povo inteiro, ou melhor, todos os descontentes, quando em alarde entoamos “MPLA – é o Povo e o Povo é o MPLA”, é sarcasmo de mais. Tudo porque apesar de conscientemente massacrados, angolanos “o povo mais generoso do mundo”, simplesmente juramos dar a nossa vida para proteger o nosso presidente que em 32 anos directa ou indirectamente dilacerou milhares de concidadãos. “Ninguém se mexe, se não morre, ninguém tuge, se não morre”, neste mar em que apenas se afoga. É nesta lógica que o jovem Cocque Mukuta, junta o seu grito aos demais e num trabalho que nos foi gentilmente enviado, lança as suas “sete razões que dão razão de revolta contra a ditadura”:
1. O empobrecimento sistemático do povo angolano e em contrapartida o enriquecimento ilícito da família real e dos dirigentes máximos do MPLA.
Todos sabemos como o MPLA e seu presidente subtilizam as pertenças dos angolanos de todo o território nacional, soterrando-os na miséria material e espiritual. 35% é o total de imposto que um indivíduo deve pagar para fazer um negócio, “o cidadão torna-se mero servidor do estado/MPLA, enquanto os mesmos, nem passam por estas burocracias contraproducentes. Para o “Grupo-JES”, além deles, mais ninguém pode deter o que apelidaram de “monopólio selvagem”;
2. Prepotência, arrogância à que se vestem os dirigentes do MPLA e o seu Presidente.Angola tem dono, disto finalmente estamos certos, desde 07 de Março, a confirmação, senão mesmo a consagração. Basta ver as constantes detenções ilegais que se levam a cabo de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste, inclusive de jornalistas. Um presidente ciente de seu dever cumprido, à margem de qualquer conotação extremista ou tirânica, não faz recurso a um aparato militar para se movimentar num meio que o devotou confiança à 82%. A UGP nas ruas de Luanda se expõe até com armas de Guerra convencionais. O congestionamento que cria ao transito a quando das deslocações do PR, é um grande vírus à economia doméstica. Outrossim, estão as palavras do seu representante, Dino Matross, Secretário- geral do MPLA, disse e eu cito:
“quem tentar vai apanhar”;
3. Nepotismo e Oligarquia de José Eduardo dos Santos. Se o pai não demonstra lealdade aos seus filhos, nunca haverá lealdade nesta mesma casa.
Na irresponsabilidade o povo hoje é visto como dejecto e ninguém diz nada.
Não há responsabilização pelo pessoal do “Grupo-JES”. O país tornou-se num mero clube de amigos, nada é por competência, basta ser do “Grupo-JES”, lugar e mordomias garantidos. Ninguém diz coisa alguma sobre as estradas inacabadas, edifícios mal feitos: “Hospital Geral de Luanda, Divisão do Cazenga, Aeroporto de Luanda, projectos de construção insignificantes que são sobre-facturados em milhões de dólares e muitas outras”;
4. Desfalques e Roubos Sistematizados as Contas do Estado Angolano. – O Banco Nacional de Angola foi esfaqueado. Os Ministérios, de igual forma. Vejamos senhores, como é possível um salário mínimo 80 dólares, em que o diferencial ao salário máximo, não é superior a 100% do valor inferior à aquisição de automóveis de 100 mil dólares? Mesmo com poupança, não se faz.
Comprar uma casa de 800.000 dólares, só mesmo roubando, com a permissão de quem o compete. Sabe-se também que, 45 bilhões de dólares é o que perfaz o Orçamento Geral do Estado Angolano anualmente, e o diferencial é em todas as circunstâncias maior que o previsto. “Em que se justifica o endividamento do país?”;
5. Péssimas Condições de vida das Populações Angolanas. – Alguém falou-me de uma paz que mata mais do que a guerra, parece estar muito próxima da nossa. Não vou descrever a vida no Quela, em Kamitutu, no Kunda-Dia-Base, na Tchavola, em Kamabatela, nos Dembos Kibaxi, no Chongoroi.
Vou falar do Cazenga aqui próximo na Decorang, onde o povo vive na linha vermelha da pobreza. No Catintó o povo está morrendo. Na Vila Sanzala, uma autêntica desgraça. Nos “Ossos” o povo está acabrunhado. O Senhor Presidente sabe, e nada faz, se não sabe, devia se deslocar aos ex-congolenses, e ver como a Zungueira é distratada na sua própria terra. Na verdade, o que existe é “um grupo minoritário que está aí com alguma sustentabilidade, tudo o resto é paupérrimo”;
6. A Ditadura de JES, fruto dos 32 anos no poder. – Presidente angolano é ditador. Faz da TPA, RNA, JA e Angop o seu boletim de informação. Senhor Presidente convive com as falcatruas cometidas pelos seus melhores colaboradores e não diz nada. Diferente do que diz o artigo 127 nº 1, da Constituição angolana e cito: “O Presidente da República não é responsável pelos actos praticados no exercício das suas funções, salvo de suborno, traição à Pátria e a prática de crimes definidos pela presente Constituição como imprescritíveis e insusceptíveis de amnistia”, está o princípio do direito internacional geral, que faz alusão: “O princípio da proibição do enriquecimento sem causa”. Há 32 anos em Angola, tornou-se cultura não prestar contas. De igual modo, JES, faz dos Serviços Secretos os malfeitores da boa verdade. Todos partilhamos as informações de mortes do Professor Mfulumpinga Lando Victor; do Cristiano Santos, Augusto João Pereira, Artur Nunes e outros cujas mortes até a data não foram esclarecidas, mesmo se autoridades usem o bom verbo para escamotear a veracidade ocultada.
7. Exclusão dos angolanos a favor dos estrangeiros. – Não é tribalismo nem racismo se questionarmos a descendência de cada um, dentro de um determinado território. Fruto disso, a distinção entre o povo e a população.
Hoje, não há, na geração pura entre os existentes com uma acomodação, mesmo competente. Olha, o que fazem com Marcolino Moco, David Mendes, Rafael Marques, Makuta Nkondu, João Paulo Nganga, olha mesmo o que fizeram com Ricardo de Melo, Adão da Silva e Alberto Tchakussanga, mortos e sem quaisquer justificações. Além dos anónimos como filhos desta terra, que são mortos nos hospitais de Angola, existem jovens competentes que por não pertencerem ao “Grupo-JES” falecem frustrados e desempregados.
Coque Mukuta
www.mukutabloogpessoal.com

Cinquenta e oito por cento da população angolana não têm acesso a água potável

agua angola 7845É no meio rural onde o acesso a àgua é mais complicado
Cinquenta e oito por cento da população angolana não têm acesso a água potável. Os dados constam do inquérito sobre o bem-estar da população, apresentado pelo Instituto Nacional de Estatísticas de Angola no ano passado.
Com base no mais recente estudo sobre às condições de vida dos angolanos é no meio rural onde o acesso a este precioso líquido é mais complicado, fazendo com que apenas 38 por cento da população rural, ou seja, cerca de sete milhões de pessoas tenham acesso a água potável.
Na capital do país o cenário também não é muito animador, muitas são as famílias que vivem sem água.
O director nacional das águas, Lucrécio Costa, disse que estão a ser abertos novos sistemas de água no país para reduzir a carência deste bem básico a população.
Mais de metade da população angolana vive sem acesso a água potável segundo o Instituto Nacional de Estatística de Angola.
VOA News

Chinês mata angolano a facadas em favela do Rio de Janeiro, diz polícia

angolano brasUm angolano foi morto a facadas por um chinês na madrugada do último domingo (13) na comunidade Vila do João, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro.
Segundo informações da polícia, ele foi flagrado na cama com a mulher do chinês que, ao ver a cena, esfaqueou o africano.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro pedirá a prisão do chinês suspeito de ter matado a facadas o angolano Antônio Conceição Manoel.O nome do asiático não foi revelado.
Em depoimento na Delegacia de Homicídios, Simone Rodrigues de Souza, que estava com o angolano na hora do crime, acusou o chinês de ter cometido o assassinato. Ela contou que o asiático estava inconformado com o fim do relacionamento e, ao vê-la com o outro homem, resolveu matá-lo.
Segundo Simone, o chinês invadiu a casa e, aproveitando-se que o casal estava dormindo, deu três facadas em Antônio Conceição, a golpeou e fugiu. Simone ficou ferida no braço. Ela confirmou no depoimento que tinha um relacionamento amoroso com o angolano.
Após ser esfaqueado, Antônio ainda foi levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, na zona norte, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Angolano era casado, diz parente
Um primo de Antônio, que não quis se identificar, disse ao iG que a mulher e o chinês estariam separados há pelo menos um ano mas o asiático ainda pagria as suas contas. Segundo ele, o primo era casado, pai de dois filhos, mas mantinha um romance com Simone há pelo menos um mês.
Segundo o parente, Antônio completaria 24 anos no próximo dia 31, estava há seis anos no Brasil e trabalhava como autônomo. Ele disse ter recebido informações de Simone de que o chinês trabalhava em uma lanchonete, na Pavuna, na zona norte. Os parentes do angolano foram até o local mas não conseguiram localizar o asiático.

União Patriótica Guineense (UPG) considera Missão Militar Angolana uma ocupação

faa25Bissau – A União Patriótica Guineense (UPG), formação política da oposição sem representação na Assembleia Nacional Popular, considerou que a presença da Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau (MISSAG/GB), uma ocupação estrangeira. Em comunicado de imprensa tornado público esta quarta-feira em Bissau, a UPG adianta que a presença angolana na Guiné-Bissau por si só representa polémica sem que no entanto os guineenses fossem informados dos objectivos deste corpo das Forças Armadas Angolanas.
A advertência política assinada por dois membros de uma «Comissão Ad Doc de Gestão» do referido partido, nomeadamente, Fausto Mendes e Fernando Vaz, sublinha que o Governo, para justificar a MISSANG/GB, evocou o acordo de Cooperação Militar com Angola.
Perante a situação, a UPG disse responsabilizar o Governo por eventuais focos de instabilidade num futuro próximo que «envolva as Forças Armadas angolanas presentes no país com as Forças Armadas Nacionais».
Com base nesta suspeita, a UPG incitou a classe castrense guineense alegando que «as Forças Armadas da Guiné-Bissau não têm tradição nem a equiparação, nem subordinação de uma força estacionária angolana no seu país, tendo em conta as características da MISSANG/GB, com fortes tradições militar e de comando».
Não é a primeira vez que este tipo de críticas são veiculadas contra a presença militar angolana, que lidera o processo de Reforma do Sector de Defesa e Segurança guineense, cuja concretização será condição para a continuidade dos apoios económicos à Guiné Bissau por parte dos seus parceiros internacionais. Vários movimentos e alas da sociedade guineense têm comparado a presença militar angolana com a entrada das tropas senegalesas em Bissau durante o conflito do 7 de Junho de 1998, tentando assim minar a aceitação do processo de cooperação e de Reforma em curso entre as Forças Armadas Guineenses e as de Angola.
No entanto, a UPG reconhece que «as Forças Armadas guineenses, onde as chefias militares reflectem quase em exclusividade uma etnia, (Balantas) e as suas constantes intervenções na vida política institucional do país, fazem com que uma parte dos guineenses tenha saudado a presença da MISSANG/GB na Guiné-Bissau, o que pode contribuir para acabar com esta situação que o país vem vivendo nos últimos dez anos».
A UPG, que agrupa maioritariamente os antigos dirigentes oriundos do partido RGB/Movimento Bá Fatá, terminou a sua comunicação, propondo lançar uma iniciativa intitulada «Nô Djunta Mon», ou seja, «Todos Unidos», como forma pacífica de se manifestarem junto da Assembleia Nacional Popular, no sentido de balizar e esclarecer as actuações da MISSANG/GB.
Sumba Nansil
PNN Portuguese

Filho de Presidente angolano suspeito de lavagem de dinheiro

zenu58José Filomeno dos Santos, filho do Presidente angolano, tido por alguns observadores um potencial sucessor à chefia do Estado, está na mira da imprensa alemã e suíça por alegados negócios ilícitos.
Zenu, diminutivo pelo qual é conhecido José Filomeno dos Santos, é um homem que já estagiou e trabalhou em várias empresas do regime: foi quadro na Sonangol e foi diretor-adjunto da sua subsidiária AAA, antes de se lançar no mundo dos negócios internacionais: passou pela Suécia, estudou em Inglaterra e participou em vários projetos, como a “Afrikanische Innovations Stiftung”, Fundação para Inovação de África em português, com sede na Suíça.
O jornalista suíço especializado em economia, Lukas Haessig, recentemente publicou um artigo sobre as atividades de Zenu dos Santos naquele país, no qual explica que a fundação foi criada pelo filho do presidente angolano, alegadamente para financiar obras de beneficência em África. “Zenu dos Santos pretende assim criar uma imagem positiva de si próprio”, afirma Haessig.
O dirigente da fundação é um advogado suíço chamado Thomas Ladner, que, ao mesmo tempo, dirige também uma empresa de serviços financeiros de nome Quantum na Suíça. Zenu dos Santos é também um dos promotores do banco Quantum Angola: “Isto para mim é uma teia de empresas - uma rede angolana - sempre com os mesmos protagonistas que trabalham todos em conjunto”, diz o jornalista.
O papel pouco claro de um banqueiro alemão
Por trás dos negócios de Zenu dos Santos está Jean-Claude de Morais Bastos, um cidadão suíço originário de Cabinda. Foi através dele que Zenu criou o seu próprio Banco, o “Quantum” recrutando para os seus quadros Ernst Welteke, ex-presidente do Banco Central da Alemanha, que hoje assume as funções de Presidente do Conselho de Administração.
Haessig considera ser “muito peculiar” um ex-presidente do Bundesbank cumprir esta função num banco em Angola, e, ao mesmo tempo, num banco na Suíça com o mesmo nome, mas que - alegadamente - nada têm a ver um com o outro. "Mas olhando para as direções denota-se que são praticamente idênticas. Ernst Weltecke pertence aos dois conselhos de administração e também o cidadão suíço-angolano Basto de Morais está em ambas as empresas".
Acusações de lavagem de dinheiro
Observadores angolanos residentes na Alemanha já lançaram publicamente acusações graves contra esta rede que classificam de máquina de lavagem de dinheiros desviados das finanças públicas angolanas. A lavagem seria feita com a participação e ajuda de personalidades alemãs, como Ernst Welteke, escreve um jornalista angolano residente na Alemanha, num artigo publicado na revista alemã "afrika Süd". Título do artigo: “Dinheiro sujo procura lavagem”.
O jornalista suíço, Lukas Haessig, diz que apesar de haver indícios, por enquanto não há provas. A Deutsche Welle tentou - em vão - contactar Ernst Welteke, membro do partido Social-Democrata Alemão, que em 2004 foi obrigado a demitir-se do Banco Central Alemão por suspeita de corrupção.
Autor: António Cascais/Cristina Krippahl
Revisão: Helena Ferro de Gouveia
www.dw-world.de

Pelos Meandros da Prostituição Masculina, em Angola

katya samuel 50Divido o tempo entre as minhas pesquisas em Psicologia, área da Geronto-psicologia, o curso de Inglês e a preparação do Mestrado. Porém, considero-me uma rapariga normal como as outras; e ainda bem que é assim.
Depois de ler o romance do escritor angolano, Cikakata, intitulado “O Feitiço da Rama de Abóbora” resolvi ir assistir a DSTv, uma vez que as notícias da nossa televisão (TPA) são, para mim, muito previsíveis. Foi quando a minha mãe me incumbiu de ir a casa da vizinha para levar uma metade do bolo de aniversário da minha irmã, como rezam os nossos bons costumes africanos (bantus).
Pelo caminho, passei por uma dessas cantinas dos Senegalenses, a fim de comprar água mineral, pois estava com muita sede. Ao entrar, vi, à esquerda, três senhoras sentadas numa mesinha. Eram bonitas e estavam muito bem vestidas. Tinham um ar de responsáveis e de quem a vida ia de vento em popa. Aparentavam estar na casa dos 45 ou 49 anos e bebiam umas Coca-Cola.
Falavam bem alto e qualquer pessoa que entrasse, querendo ou não, acabava por as ouvir: “O meu marido vai viajar – disse uma delas - mas desconfio que não irá sozinho; provavelmente, viajará com uma das suas amantes enquanto eu fico aqui a ver navios. Mas parece que não sou a única, em Luanda, a viver o mesmo problema, porque descobri que outras vivem na mesma situação.” O que podemos fazer então? Perguntou a outra. “ Epá – disse a terceira - já que a nossa situação financeira não está assim tão mal, e estamos numa idade em que mais precisamos da atenção do maridos, e se eles não dão e, ainda por cima, arranjam mulheres mais novas que nós, o que temos a fazer é dar volta à situação.
“Dar volta à situação”? perguntou a segunda. “Sim”, respondeu a que estava a falar. “Para começar, não nos vamos separar dos maridos, até porque já temos filhos crescidos e daqui a poucos teremos netos.
Vamos aguentar a situação, arranjando jovens com idades compreendidas entre os 25 e 30 anos, para nos fazerem companhia. Assim, enquanto os nossos maridos viajarem com as suas amantes, esses jovens cobrirão as nossas necessidades emocionais (e não só). Basta, para isso, ajudarmos esses jovens a satisfazerem as suas necessidades materiais. Até tenho uma amiga que nos pode arranjar bons jovens, carne fresca, porque ela tem saído com muitos deles”.
Depois de atendida, voltei para a casa, mas não levei muito a peito aquela conversa. Fui directo ao meu quarto e resolvi trabalhar um pouco na minha pesquisa sobre os idosos.
Qual o meu espanto quando me deparo, num portal, com uma entrevista de Amélia Aguiar, que afirma existir prostituição masculina em Angola! Numa das suas passagens ela diz: “A prostituição masculina também existe. Alguns homens só se relacionam com as mulheres na mira de uma compensação material. Todo mundo sabe disso que as coisas hoje em dia passam assim. Há mulheres que também têm já bastante dinheiro, capazes de manter o seu Pacheco e a prostituição reparte-se nos dois géneros. “
Realmente, ela não deixa de ter razão, porque a prostituição – dizem os entendidos – não passa de uma troca consciente de favores sexuais por interesses não afectivos, ou seja, sentimentais, por prazer ou por factores económicos. Portanto, ela consiste numa troca de favores entre o sexo e bens materiais (dinheiro, ou outros objectos de valores), ou então por favorecimentos profissionais, que pode ser de ambos os géneros.
Torna-se, assim, necessário enxergarmos a realidade, porque, muitas vezes, por arrogância ou por ignorância da nossa parte, somos incapazes de ver o óbvio. Pior ainda numa sociedade machista como a nossa, onde grande parte dos homens, salvo raras excepções, considera as mulheres como objectos e máquinas reprodutoras. Felizmente, a globalização trouxe também coisas positivas, promovendo o espaço da mulher na sociedade e a igualdade entre os géneros.
Um grande psicólogo português, de nome Nogueras Dias, afirma que a família, para além de ser vista como um todo com características próprias que o distinguem dos outros sistemas, é considerada como um sistema de interacções, onde os seus elementos interactuam e influenciam-se uns aos outros. Assim, no dia em que os homens começaram a ficar mais quietos, menos mentirosos, promíscuos e infiéis, reduzir-se-á a prostituição masculina, porque nós, as mulheres, mais que o sexo, precisamos de atenção, carinho. Numa palavra; precisamos de muitos mimos e, na maior parte dos casos, nem isso grande parte dos maridos mwangolé dá.
Por : Katya Samuel
katyasamuel.blogspot.com

sábado, 19 de março de 2011

14006 é o numero de imigrantes africanos que perderam a vida tentando chegar à Europa (anexo com fotos)

14006 é o numero de imigrantes africanos que perderam a vida tentando chegar à Europa
(anexo com fotos)

Paulo Illes,
Dakar, 13 de fevereiro de 2011


Marcha de imigrantes durante o XI Foro Social em Dakar coloca o tema das migrações no centro do debate por outro mundo possível.  Associações de Imigrantes da África subsaariana: Senegal, Marrocos, Argélia, Níger, Mali, Mauritânia e região denunciaram a morte de 14006 imigrantes do continente que tentaram chegar a Europa no ano passado. Uma Lista de mais de 40 metros de comprimento foi apresentada pelos organizadores da marcha, cujo tema era o direito à livre circulação. Direito cruelmente violado pelos inúmeros acordos de repatriação e de deportação firmados entre países da união europeia e países africanos.
Segundo testemunho de associações, tais acordos permitem a criação de centros de internamentos dentro dos países de transito, além disso, a criminalização e a perseguição nas fronteiras faz com que os imigrantes busquem outras rotas cada vez mais arriscadas e perigosas. Se por um lado, os mais de 30 painéis realizados denunciaram a realidade dos imigrantes africanos, por outro também foi duramente condenado a violência praticada contra imigrantes nas fronteiras do México com os Estados Unidos, o trafico de mulheres Filipinas e a exploração da mão de obra dos mais de 5 milhões de birmaneses na Tailândia e países mais ricos da Ásia.
A forte presença latino-americana, bem como os discursos de governos considerados progressistas, como Brasil despertou o interesse dos militantes. Pois países como Brasil e África do Sul, referentes para a imigração sul – sul poderia dar uma nova perspectiva junto às nações unidas, principalmente no que se refere à garantia dos direitos humanos. No entanto, o debate demostrou que não basta um discurso progressista, o que precisa de fato é uma mudança radical nas legislações sobre migração, a partir do paradigma da cidadania universal.
A diversidade de enfoques permitiu um amplo debate sobre migrações - não era de se estranhar, pois numa região que desde a colonização foi marcada pela migração forçada, pois ali está a Ilha de Gore, de onde partiram 20 milhões de pessoas de toda parte do continente para a escravidão no Brasil, Estados Unidos, América Central e Europa, e, atualmente é a principal rota para as Ilhas Canarias, de onde partem milhares de imigrantes, se estima que 30 mil só em 2010, além das repatriações.
A Declaração final da Assembleia de Movimentos Sociais destacou a luta pela livre circulação de pessoas, bem como condenou as causas da migração forçada o que deixa de imediato o desafio se ampliar o debate com o Foro Social Mundial de Migrações, o qual pela primeira vez será realizado no continente asiático, em Seul, Coreia do Sul em 2012.


"Declaração da Assembleia dos Movimentos Sociais

FSM Dacar, Senegal, 10 de fevereiro de 2011

Nós, reunidos na Assembleia de Movimentos Sociais, realizada em Dacar durante o Fórum Social Mundial 2001, afirmamos o aporte fundamental da África e de seus povos na construção da civilização humana. Juntos, os povos de todos os continentes enfrentamos lutas onde nos opomos com grande energia à dominação do capital, que se oculta detrás da promessa de progresso econômico do capitalismo e da aparente estabilidade política. A descolonização dos povos oprimidos é um grande desafio para os movimentos sociais do mundo inteiro.
                                                                                                                                   
Afirmamos nosso apoio e solidariedade ativa aos povos da Tunísia, do Egito e do mundo árabe que se levantam hoje para reivindicar uma real democracia e construir poder popular. Com suas lutas, eles apontam o caminho a outro mundo, livre da opressão e da exploração.

Reafirmamos enfaticamente nosso apoio aos povos da Costa do Marfim, da África e de todo o mundo em sua luta por uma democracia soberana e participativa. Defendemos o direito à auto-determinação de todos os povos.

No processo do FSM, a Assembleia de Movimentos Sociais é o espaço onde nos reunimos desde nossa diversidade para juntos construir agendas e lutas comuns contra o capitalismo, o patriarcado, o racismo e todo tipo de discriminação.

Em Dakar celebramos os 10 anos do primeiro FSM, realizado em 2001 em Porto Alegre, Brasil. Neste período temos construído uma história e um trabalho comum que permitiu alguns avanços, particularmente na América Latina onde conseguimos frear alianças neoliberais e concretizar alternativas para um desenvolvimento socialmente justo e respeituoso com a Mãe Terra.

Nestes 10 anos, vimos também a eclosão de uma crise sistêmica, expressa na crise alimentar, ambiental, financeira e econômica, que resultou no aumento das migrações e deslocamentos forçados, da exploração, do endividamento, das desigualdades sociais.

Denunciamos o desafio dos agentes do sistema (bancos, transnacionais, conglomerados midiáticos, instituições internacionais etc.) que, em busca do lucro máximo, mantêm com diversas caras sua política intervencionista através de guerras, ocupações militares, supostas missões de ajuda humanitária, criação de bases militares, assalto dos recursos naturais, a exploração dos povos, a manipulação ideológica. Denunciamos também a cooptação que estes agentes exercem através de financiamentos de setores sociais de seu interesse e suas práticas assistencialistas que geram dependência.

O capitalismo destroi a vida cotidiana das pessoas. Porém, a cada dia,nascem múltiplas lutas pela justiça social, para eliminar os efeitos deixados pelo colonialismo e para que todos e todas tenhamos uma qualidade de vida digna. Afirmamos que os povos não devemos seguir pagando por esta crise sistêmica e que não há saída para a crise dentro do sistema capitalista!

Reafirmando a necessidade de construir uma estratégia comum de luta contra o capitalistmo, nós, movimentos sociais:

Lutamos contra as transnacionaisporque sustentam o sistema capitalista, privatizam a vida, os serviços públicos, e os bens comuns, como a água, o ar, a terra, as sementes, e os recursos minerais. As transnacionais promovem as guerras através da contratação de empresas militares privadas e mercenários, e da produção de armamentos, reproduzem práticas extrativistas insustentáveis para a vida, tomam de assalto nossas terras e desenvolvem alimentos transgênicos que tiram dos povos o direito à alimentação e eliminam a biodiversidade.

Exigimos a soberania dos povos na definição de nosso modo de vida. Exigimos políticas que protejam as produções locais que dignifiquem as práticas no campo e conservem os valores ancestrais da vida. Denunciamos os tratados neoliberais de livre comércio e exigimos a livre circulação de seres humanos.

Seguimos nos mobilizando pelo cancelamento incondicional da dívida pública de todos os países do Sul. Denunciamos igualmente, nos países do Norte, a utilização da dívida pública para impor aos povos políticas injustas e antissociais.

Mobizemo-nos massivamente durante as reuniões do G8 e do G20 para dizer não às políticas que nos tratam como mercadorias.

Lutamos pela justiça climática e pela soberania alimentar. O aquecimento global é resultado do sistema capitalista de produção, distribuição e consumo. As transnacionais, as instituições financeiras internacionais e governos a seu serviço não querem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Denunciamos o “capitalismo verde” e rechaçamos as falsas soluções à crise climática como os agrocombustíveis, os transgênicos e os mecanismos de mercado de carbono, como o REDD, que iludem as populações empobrecidas com o “progresso”, enquanto privatizam e mercantilizam os bosques e territórios onde viveram milhares de anos.

Defendemos a soberania alimentar e o acordo alcançado na Cúpula dos Povos Contra as Mudanças Climáticas e pelos Direitos da Mãe Terra, realizada em Cochabamba, onde verdadeiras alternativas à crise climática foram construídas com movimentos e organizações sociais e populares de todo o mundo.

Mobilizemos todas e todos, especialmente o continente africano, durante a COP-17 em Durban, África do Sul, e a Rio+20, em 2012, para reafirmar os direitos dos povos e da Mãe Terra e frear o ilegítimo acordo de Cancún.

Defendemos a agricultora camponesa que é uma solução real à crise alimentar e climática e significa também acesso à terra para quem nela vive e trabalha. Por isso chamamos a uma grande mobilização para frear a concentração de terras e apoiar as lutas camponesas locais.

Lutamos para banir a violência contra a mulherque é exercida com regularidade nos territórios ocupados militarmente, porém também contra a violência que sofrem as mulheres quando são criminalizadas por participar ativamente das lutas sociais. Lutamos contra a violência doméstica e sexual que é exercida sobre elas quando são consideradas como objetos ou mercadorias, quando a soberania sobre seus corpos e sua espiritualidade não é reconhecida. Lutamos contra o tráfico de mulheres e crianças.

Defendemos a diversidade sexual, o direito à autodeterminação do gênero, e lutamos contra a homofobia e a violência sexista.

Mobilizemo-nos, todos e todas, unidos, em todas as partes do mundo para banir a violência contra a mulher.

Lutamos pela paz e contra a guerra, o colonialismo, as ocupações e a militarização de nossos territórios. As potências imperialistas utilizam as bases militares para fomentar conflitos, controlar e saquear os recursos naturais, e promover iniciativas antidemocráticas como fizerem com o golpe de Estado em Honduras e com a ocupação militar em Haiti. Promovem guerras e conflitos como fazem no Afeganistão, Iraque, República Democrática do Congo e em vários outros países.

Intensifiquemos a luta contra a repressão dos povos e a criminalização do protesto e fortaleçamos ferramentas de solidariedade entre os povos como o movimento global de boicote, desinvestimentos e sanções contra Israel. Nossa luta se dirige também contra a Otan e pela eliminação de todas as armas nucleares.

Cada uma destas lutas implica uma batalha de idéias, na que não poderemos avançar sem democratizar a comunicação. Afirmamos que é possível construir uma integração de outro tipo, a partir do povo e para os povos, com a participação fundamental dos jovens, mulheres, camponeses e povos originários.

A assembléia dos movimentos sociais convoca as forças e atores populares de todos os países a desenvolver duas ações de mobilização, coordenadas a nível mundial,para contribuir à emancipação e autodeterminação de nossos povos e para reforçar a luta contra o capitalismo.

Inspirados nas lutas do povo da Tunísia e do Egito, chamamos a que o 20 de março seja um dia mundial de solidariedade com o levante do povo árabe e africano que em suas conquistas contribuem às lutas de todos os povos: a resistência do povo palestino e saharauí, as mobilizações européias, asiáticas e africanas contra a dívida e o ajuste estrutural e todos os processos de mudança que se constroem na América Latina.

Convocamos igualmente a um dia de ação global contra o capitalismo: o 12 de outubro, onde, de todas as maneiras possíveis, rechaçaremos este sistema que destrói tudo por onde passa.

Movimentos sociais de todo o mundo, avancemos até a unidade a nível mundial para derrotar o sistema capitalista!

Venceremos!"

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Paulo Illes
Coordenador Centro de Apoio ao Migrante - CAMI/SPM
Coordenador Internacional Espacio Sin Fronteras - ESF
www.cami-spm.org
www.espaciosinfronteras.org
Fone: 00 55 11 2694 5428
Cel:    0055 11 8063 2468

"Quiero creer que la gente tiene un instinto por la libertad, que quieren controlar sus vidas de verdad. No quieren que les presionen, que les manden y  que les opriman.  Quieren una oportunidad para hacer cosas que tengan sentido. No sé cómo probar esto. En realidad es más una esperanza de que las personas son así, de que si las estructuras sociales cambian lo suficiente, esos aspectos de la naturaleza humana saldrán a la luz." (Noam Chomsky)