terça-feira, 24 de janeiro de 2017

intolerância religiosa no brasil nos ultimos dez anos

O Brasil teve 697 denúncias de intolerância religiosa entre 2011 e 2016, segundo dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos compilados em relatório lançado na semana passada (19) na capital fluminense. O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking com maior número de denúncias de casos de discriminação, que têm como principal alvo as religiões afro-brasileiras.
Caminhada em defesa da liberdade religiosa e contra a intolerância realizada em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2014. Foto: EBC
Caminhada em defesa da liberdade religiosa e contra a intolerância realizada em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2014. Foto: EBC
O Brasil teve 697 denúncias de intolerância religiosa entre 2011 e 2015, segundo dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos compilados em relatório lançado na semana passada (19) na capital fluminense. O estado do Rio de Janeiro lidera o ranking com maior número de denúncias de casos de discriminação, que têm como principal alvo as religiões afro-brasileiras. Lançado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o relatório é fruto de uma parceria entre Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) e Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER) do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Enquanto em 2014 o número de denúncias de intolerância religiosa havia se reduzido frente a 2013 — de 201 casos para 149 — esse volume voltou a subir em 2015, quando foram registradas 223 denúncias, apontou o relatório feito com base no Disque 100. O Rio de Janeiro teve o maior número de casos (32), seguido por Minas Gerais (29) e São Paulo (27).
“Os estudos indicam que o processo de registro das ocorrências e o processo de resolução dos casos são longos, considerando a série de dificuldades na interpretação da legislação pertinente”, disse o documento. “Fica a sensação de que não adianta registrar o boletim de ocorrência, primeiro passo para iniciar o processo”.
Rio de Janeiro
Os números do Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (CEPLIR) referentes ao estado do Rio de Janeiro são ainda mais alarmantes. Segundo o órgão, houve um total de 1.014 atendimentos referentes a denúncias de intolerância religiosa entre julho de 2012 e setembro de 2015. Desse total, 71,15% tinham como alvo as religiões afro-brasileiras, mais afetadas por esse tipo de discriminação.
O CEPLIR aponta que somente entre setembro e dezembro de 2015 houve 66 atendimentos. Desse total 32% das denúncias referiam-se a discriminação contra muçulmanos e 30% contra candomblecistas.
“Dados estes que nos revelam que a grande maioria dos casos de intolerância religiosa são relacionados aos adeptos das religiões e religiosidades afro-brasileira”, disse o documento; Como o caso do conhecido congoles da Republica democratica do Congo, WEMBO LUNGANGA, no rio de janeiro, que foi obrigado a fugir do pais para se proteger da morte.“ 
Esse significativo aumento de registro por parte dos mulçumanos pode estar associado a ocorrência de fatos internacionais ligados as ações do Estado Islâmico, o que no Brasil acabou por resultar em práticas e ações contra a comunidade islâmica ”, completou o relatório. 

O Preconceito Racial Nas Escola brasileiras


Preconceito Racial:
“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos,haverá guerra”.
(Bob Marley)
racismo_escolaO preconceito racial é o que mais se abrange em todo o mundo, pois as pessoas julgam as demais por causa de sua cor, ou melhor, raça. Antigamente, era comum ver-se negros africanos acompanhados de belas louras nórdicas ou de outras partes da Europa. Não existia o menor preconceito entre esses casais nem em relação a eles. Para os brasileiros, porém, era algo inédito e escandaloso; faziam-se piadas insinuando que o sucesso dos negros se devia ao fato de que eram muito bem dotados anatomicamente para o sexo. Uma visão preconceituosa típica, que procurava desqualificar o negro e que escondia, às vezes, uma boa dose de inveja.
Os negros e asiáticos que iam estudar na Europa, no entanto, eles possuíam uma cultura igual ou superior a de qualquer estudante branco, uma vez que haviam freqüentado boas escolas, indo finalmente aprimorar seus estudos na Europa ou nos Estados Unidos. Não havia nenhuma desigualdade educacional que dificultasse uma estreita convivência com eles.
No Brasil, pretende-se erradicar o preconceito racial e o racismo com leis. Só a educação poderá esclarecer a todos, sobretudo aos brancos, o que representou para a raça negra o que lhe foi imposto pelo tráfico escravista. A Igreja se julgava com o direito de catequizar aqueles que nada sabiam da religião católica. O Governo nada fez, depois da Abolição, para dar aos ex-escravos condições de estudar e conquistar um lugar na sociedade. O Brasil está muito longe de ser um país onde todos sejam iguais. O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência. Estudos realizados pelo IBGE mostram que no Brasil os brancos recebem salários superiores, cerca de 50%, aos recebidos pelos negros no desempenho das mesmas funções, e que o índice de desemprego desses também é maior. No campo da educação, o analfabetismo, a repetência, a evasão escolar são consideravelmente mais acentuados para os negros.
No Brasil, a cor qeu mais se abrange é a Branca, sendo eles 53,3 %, e se destacando mais na região Sul de nosso país. Em seguida, vem a população de cor Parda, com 40,5 %, e sendo em maior parte na região Norte. Depois, vem as populações em menoria, que são da cor Preta que são as que mais sofrem com o preconceito racial, com 5,6 %, e se destacando na região Sudeste do Brasil, e da cor Amarela e Indígena, com 0,6 % em todo o Brasil, com maior parte na região Centro-Oeste.
Com tudo isso, percebemos que o preconceito é um dos problemas mais graves em todo o mundo, e que as pessoas precisam conhecer melhor as pessoas, indiferente da cor ou raça, sendo branco, preto, índio ou qualquer outro tipo, devemos respeitar e zelar pelo próximo.(Fonte:http://www.coladaweb.com/sociologia/preconceito-racial).
No Ambiente Escolar:
A proposta de uma educação voltada para a diversidade coloca a todos nós, educadores, o grande desafio de estar atentos às diferenças econômicas, sociais e raciais e de buscar o domínio de um saber crítico que permita interpretá-las.
Nessa proposta educacional será preciso rever o saber escolar e também investir na formação do educador, possibilitando-lhe uma formação teórica diferenciada da eurocêntrica. O currículo monocultural até hoje divulgado deverá ser revisado e a escola precisa mostrar aos alunos que existem outras culturas. E a escola terá o dever de dialogar com tais culturas e reconhecer o pluralismo cultural brasileiro.
A CACBR, como sendo associação representando os imigrantes africanos na sua totalidade, vem recebendo varias queixas e pedido de ajuda de varias varias africanas, instaladas, no brasil, principalmente no Rio de janeiro, onde varias maes preferirao tirar suas filhas das escolas por causa de racismo e bulying racial.
Principalmente, estamos acompanhando o caso de uma mae congolesa chamada Basuwa Balanga Aimee com suas 3 filhas( Zoé Samuela Kabila, Victoria e Benedicte Kabila) em niteroi.
Talvez pensar o multiculturalismo fosse um dos caminhos para combater os preconceitos e discriminações ligados à raça, ao gênero, às deficiências , à idade e à cultura, constituindo assim uma nova ideologia para uma sociedade como a nossa que é composta por diversas etnias, nas quais as marcas identitárias, como cor da pele, modos de falar, diversidade religiosa, fazem a diferença em nossa sociedade. E essas marcas são definidoras de mobilidade e posição social na nossa sociedade.
Nós, como educadores, temos a obrigação não só de conhecer os mecanismos da dominação cultural, econômica, social e política, ampliando os nossos conhecimentos antropológicos, mas também de perceber as diferenças étnico-culturais sobre essa realidade cruel e desumana.
Olhar a especificidade da diferença é instigá-la e vê-la no plano da coletividade. Pensar numa escola pública de qualidade é pensar na perspectiva de uma educação inclusiva. É questionar o cotidiano escolar, compreender e respeitar o jeito de ser negro, estudar a história do negro e assumir que a nossa sociedade é racista. Construir um currículo multicultural é respeitar as diferenças raciais, culturais ,étnicas, de gêneros e outros. Pensar num currículo multicultural é opor-se ao etnocentrismo e preservar valores básicos de nossa sociedade.
A realidade que enfrentamos hoje é perversa. Olhamos crianças miseráveis perambulando pelas ruas das grandes cidades, vemos pela TV e jornais o sofrimento de crianças afegãs, meninas sendo prostituídas no Brasil e na Ásia e em outros países, massacres que transformam a segurança dos poderosos em insegurança para todos nós. Ninguém exige respostas para tantas desgraças, mas de todos nós exigem um comprometimento pessoal por uma humanidade mais justa e solidária. Curiosamente sempre estamos procurando um culpado por todos esses problemas. Além disso, podemos observar no nosso cotidiano flagrantes e atitudes preconceituosas nos atos, gestos e falas. E, como não poderia ser diferente, acontece o mesmo no ambiente escolar.
O nosso cotidiano escolar está impregnado do mito da democracia racial – um dos aspectos da cultura da classe dominante que a escola transmite-, pois representa as classes privilegiadas e não a totalidade da população, embora haja contradições no interior da escola que possibilitam problematizar essa cultura hegemônica, não desprezando as diversidades culturais trazidas pelos alunos. Assim, apesar de a escola inculcar o saber dominante, essa educação problematizadora poderia tornar mais evidente a cultura popular.

Dia de Combate à Intolerância Religiosa é celebrado neste sábado (21)

Divulgação/Prefeitura de Arari (MA)Vítimas de intolerância registrada são, em sua maioria, praticantes de religiões de matriz africana
Vítimas de intolerância registrada são, em sua maioria, praticantes de religiões de matriz africana
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, foi instituído em 2007 pela Lei nº 11.635. A data rememora o dia do falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum (BA), vítima de intolerância por ser praticante de religião de matriz africana.
A sacerdotisa foi acusada de charlatanismo, sua casa atacada e pessoas da comunidade foram agredidas. Ela faleceu no dia 21 de janeiro de 2000, vítima de infarto.
Apenas em 2016, a ouvidoria da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) recebeu cerca de 64 denúncias de intolerância religiosa. Em 2015, foram 61 casos. Em 2014, 24 registros. No ano 2013, 49 ocorrências. E em 2012, foram 27. 
Denúncias
A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial pode ser acionada pelo e-mail ouvidoria@seppir.gov.br e telefone (61) 2025-7000.