domingo, 15 de junho de 2014

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, reúne-se amanhã com a Presidente do Brasil Dilma

Depois de Brasília, o Chefe de Estado visita Cuba, entre 17 e 20 de Junho. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola a 11 de Novembro de 1975 e Cuba fê-lo a 15 do mesmo mês. O Presidente angolano é acompanhado nesta viagem pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil, Edeltrudes Costa, pelo ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, e pelos ministros da Energia e Águas,  dos Transportes, das Finanças e da Construção. Angola e o Brasil estabeleceram o primeiro acordo de cooperação económica, técnica e científica em 1980. Em 2010, durante a presidência de Luiz Inácio “Lula” da Silva, esse acordo evoluiu para uma parceria estratégica. O acordo sofreu um ajustamento complementar para o período 2012/2014, abrangendo 22 áreas de cooperação, que vão da construção civil à saúde, educação e petróleo. Estima-se que mais de 25 mil cidadãos brasileiros residem em Angola.

BRICS anunciam banco no próximo mês


O Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países que compõem o grupo BRICS, anunciam no próximo mês, em Brasília, a criação de um banco de desenvolvimento.A criação do banco do grupo BRICS é assunto dominante da próxima cimeira, a sexta desde a criação desta plataforma económica e comercial formada pelas cinco mais destacadas economias emergentes, que representam 25 por cento do PIB global e um mercado de 40 por cento da população mundial em quatro continentes.
A reunião marcada para os dias 15 e 16 de Julho em Fortaleza e Brasília vai ser a primeira do novo ciclo de actividade dos BRICS, cuja primeira reunião formal ocorreu em 2009, em Ecaterimburgo, na Rússia. O banco torna-se, em bom rigor, o primeiro resultado concreto deste grupo de países que pretende ser uma alternativa à dominação dos países desenvolvidos das chamadas instituições de Bretton Woods – o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Este é também um dos assuntos a serem abordados amanhã  durante o encontro entre o Presidente José Eduardo dos Santos e a sua homóloga do Brasil, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília, no âmbito da visita oficial que o Chefe de Estado angolano efectua ao Brasil.
Face à sua agenda de desenvolvimento, que entra agora numa fase de mobilização de investimentos para a diversificação da economia e redução da dependência do petróleo, Angola tem sido um expectador atento ao processo de criação do banco do grupo BRICS. Isso foi perceptível com a presença do Chefe de Estado angolano, como convidado, na cimeira realizada em 2013 na cidade de Durban, África do Sul.
No encontro realizado no Fairmont Zimbali Resort, a 30 quilómetros a Norte de Durban, o Presidente José Eduardo dos Santos esteve com os líderes africanos que  dialogaram com os mais altos dirigentes do grupo BRICS. Neste encontro, o projecto da Barragem do Inga, que está localizada na RDC e se estima vir a ser a maior do mundo, foi apresentado à cúpula dos BRICS, entre um conjunto de dez propostas para financiamento.
Em declarações ao Jornal de Angola, Rodrigo Azeredo Santos, chefe do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Itamaraty – Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil, realçou a importância para países como Angola do BRICS e da agenda da sexta cimeira deste grupo económico. Rodrigo Azeredo Santos anunciou que a cooperação entre o BRICS e os países que não fazem parte do bloco, especialmente os africanos, é um dos pontos de destaque na agenda de trabalhos da reunião de Fortaleza. “Para nós, essa relação com África é prioritária, e com Angola, especificamente. Acreditamos que através de algumas actividades em conjunto com os BRICS, podemos levar certos benefícios à cooperação com países africanos”, referiu o chefe de departamento do Itamaraty.
Rodrigo Santos está confiante com o banco de desenvolvimento do BRICS, porque “vai proporcionar mais recursos financeiros e garantias para projectos na área de desenvolvimento social e infra-estruturas, não só nos países membros do BRICS, mas sobretudo para outros países e regiões”. África “é uma grande candidata a absorver uma parte importante dos recursos para projectos do banco do BRICS”, declarou o responsável brasileiro, antes de sublinhar o interesse dos países do BRICS em envolver países africanos ávidos por financiamentos para projectos de desenvolvimento em condições mais favoráveis.
O banco do grupo BRICS vai ter 50 mil milhões de dólares de capital inicial, com quotas iguais de 10 mil milhões para cada um dos cinco países e a garantia de oito mil milhões a ser entregue apenas em caso de necessidade. Brasil, Rússia e Índia contribuem cada um com 18 mil milhões de dólares para o Contingente de Reserva, enquanto a África do Sul dá cinco mil milhões de dólares. O maior contribuinte é a China, com 41 mil milhões de dólares. O total é de 100 mil milhões de dólares.
Durante a Cimeira de Fortaleza vai ser esclarecido se o banco de desenvolvimento vai ou não ter sócios externos ao grupo, assunto que ainda está em negociação. Na mesma altura vai ser anunciada a entidade que vai presidir ao banco e onde fica localizada a sede. Na corrida, estão as cidades de Xangai, Moscovo, Nova Delhi e Joanesburgo.

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