Serra Leoa e Libéria são ricos em diamantes e outros minerais que poderiam servir para o desenvolvimento desses países numa perspectiva de satisfação das necessidades de seus povos. Mas grupos de poder locais, na disputa por quem se tornará uma burguesia compradora, representante local do imperialismo na exploração dos minerais, levaram a guerras civis que devastaram ambos os países nos últimos dez anos. A Guiné possui um terço das reservas de bauxita já descobertas no planeta, 1,8 bilhão de toneladas de minério de ferro, grandes depósitos de diamante e de ouro e quantidades ainda indeterminadas de urânio.
A Nigéria tem uma rica quantidade de petróleo, o mesmo que fez a Oriente médio( ABU DABI, DUBAI, CHINA,...), que há 20 anos atrás era puera, vira luxo mundial em dia de hoje, mas sem nenhuma politica de proteção e prevenção social.
A RDCongo, o pais mais rico da planeta em recursos mineiros, reconhecido como o paraíso na terra, com uma abundancia exuberante de todo tipo de mineiro que pode imaginar nessa terra, e de tanta raridade, ALI TEM, mas os governantes, mau conseguem ter politicas de precaução. Algumas iniciativas são reconhecidas, mas precisamos fazer mais e injetar mais dinheiro.
Por não ter sido considerada ameaça para os países ricos e atingir, até o momento, populações pobres, vacinas e soros contra o ebola foram descartados como objeto prioritário de pesquisa e produção pelos oligopólios farmacêuticos.
John Ashton, médico e diretor da Escola de Saúde Pública da Inglaterra considerou como uma bancarrota moral a falha da indústria farmacêutica de encontrar uma vacina contra o ebola devido a que não investiu na doença por somente afetar africanos, apesar das centenas de mortes. De fato, em diversas situações quem banca os recursos da pesquisa básica de medicamentos e vacinas são os estados nacionais. Hoje, por exemplo, quem desenvolve uma vacina, em seus estágios iniciais, é o National Institute of Health (NIH), agência do departamento de Saúde do governo do USA.
O que ocorre é que mesmo países que construíram sistemas de saúde estatais sob inspiração social-democrata fizeram acordos com os monopólios, não desenvolveram uma indústria estatal, ficando, portanto, dependentes do interesse da indústria farmacêutica produzir industrialmente mesmo as inovações desenvolvidas pelos institutos de pesquisas estatais.
Duas outras empresas do USA desenvolveram medicamentos, mas que ainda não foram testados em humanos. Um desses foi disponibilizado para dois missionários dos USA que contraíram o ebola, o que gerou preocupações da comunidade de saúde quanto à ética no acesso diferenciado a possibilidades de tratamento, ainda que experimentais.
Tal estratégia pode ser a versão técnica pasteurizada do que Jean Marie le Pen, representante de setores fascistas franceses, não se envergonha de apresentar em sua forma mais clara: “Monsieur” ebola poderia resolver os problemas da imigração francesa e da pretensa explosão populacional no mundo em três meses.
Não seria a primeira nem a última vez que o imperialismo utilizaria as doenças infecciosas como estratégia de genocídio e de contra-insurgência, controle de movimentos político-sociais que contestam a velha ordem. Num artigo de 1977, Cleaver² comentava a ressurgência da malária como um problema de saúde pública mundial, contrastando com o sucesso dos esforços realizados em décadas anteriores, situação essa que se mantém hoje. O autor atribui o descontrole à interrupção de recursos internacionais para erradicação da malária e seu desvio para programas de controle da natalidade.
O exemplo mais claro foi as Filipinas onde o governo decidiu interromper um programa de controle da doença em regiões de guerra popular em 1973. De acordo com um relatório militar: “Cedo ou tarde os rebeldes se tornarão muito fracos para combater”. De fato, parece não ter sido de todo satisfatória essa ação, pois apesar da malária, a guerra popular se mantém até os dias atuais.
Lenin, em O imperialismo, fase superior do capitalismo, afirma ser esta uma fase de decomposição do atual modo de produção. A epidemia recente causada pelo vírus ebola na África matando centenas de pessoas, os casos e mortes evitáveis, a negligência dos monopólios farmacêuticos em pesquisar a doença, a despeito dos recursos públicos que recebem, é mais um sintoma da sua degeneração moral e sua incapacidade de resolver (e capacidade de agravar) os problemas reais das populações do globo.
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