sábado, 20 de fevereiro de 2010

Diversidade racial ainda é tabu no mundo dos negócios francês

15/02/2010 | Lamia Oualalou | Paris

A integração de estrangeiros é um tema crítico na França, porém, segundo o empresário Antoine Barth, a desvantagem é muito maior para os negros do que para outras raças

Uma série de medidas foi definida após um debate que questionou – ao longo de três meses, 350 reuniões e 60 mil contribuições pela internet – o que significa ser francês. O governo criará uma nova “carteira de jovem cidadão”, impulsionará a educação cívica e fixará novas normas de integração de estrangeiros, para reforçar o conceito de “identidade nacional” e “cultivar o orgulho de ser francês”, anunciou na semana passada o primeiro-ministro francês, François Fillon.

Grande parte dos intelectuais e da oposição definiu a iniciativa como eleitoreira, diante da proximidade das eleições regionais, na primavera européia. A discussão foi associada com a questão da imigração, especificamente às populações vindas de África de Norte, em sua maioria muçulmana.

Para calar as críticas, o governo apresentou uma pesquisa, segundo a qual 74% dos franceses se sentem “orgulhosos” da nacionalidade e 76% consideram que existe uma “identidade francesa”. No entanto, para o empresário Antoine Barth, criador da MV Deux, primeira empresa francesa de recrutamento especializada na chamada “diversidade”, o debate continua totalmente fora das preocupações do mundo econômico. Em entrevista concedida ao Opera Mundi, ele ressaltou que a integração de pessoas de origem “diferente” continua sendo complicada na França, especialmente nos cargos de confiança e de executivos. Para Barth, porém, essas dificuldades não têm a ver com a nacionalidade, mas sim com a raça: um francês das Antilhas caribenhas, portanto negro, terá mais dificuldades para conseguir um emprego do que um imigrante asiático.


Leia a entrevista na íntegra no sítio do Opera Mundi

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