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O líder da oposição ugandesa Kizza Besigye (na foto)foi ferido esta manhã a tiro quando soldados abriram fogo com balas de plástico contra uma multidão de manifestantes na capital do país, Kampala. Besigye participava numa caminhada de centenas de pessoas nos subúrbios da capital, em protesto contra o aumento dos preços dos alimentos e do combustível, na segunda manifestação do género já esta semana convocada por partidos da oposição e grupos da sociedade civil. Testemunhas relatam às agências noticiosas que a polícia disparou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão e terá tentado mesmo impedir o líder da oposição de se juntar à caminhada, quando este saía de sua casa em Kasangati, nos subúrbios de Kampala, para fazer a pé o trajecto até ao trabalho, no centro da capital, respondendo à chamada de protesto. Alguns dos manifestantes rodearam então Besigye para que este não fosse detido e à chegada dos soldados a situação agravou-se, tendo o líder da oposição acabado alvejado numa mão. “[Besigye] foi ferido num dedo por uma bala de plástico. E levámo-lo ao hospital para avaliar a gravidade do ferimento”, indicou um dos colaboradores do líder da oposição, Patrick Wakidi, citado pela agência noticiosa francesa AFP. O relato foi confirmado depois pelo secretário-geral da Cruz Vermelha ugandesa, Michael Richard Nataka. Esta mesma fonte relatou que Besigye foi assistido no hospital a par de outras trinta pessoas feridas também no decurso dos confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança “É verdade que [Besigye] foi ferido. Ele caiu ao chão e torceu o braço na queda, mas não é nada de grave. O que vimos foi que então apareceu uma ambulância da Cruz Vermelha na qual ele entrou. Cremos que foi levado para o hospital”, sustentou por seu lado o porta-voz da polícia, Vincent Sekate. Derrotado nas eleições de Fevereiro pelo Presidente Yoweri Museveni (no poder desde 1986) – que Besigye denuncia como fraudulentas –, o líder da oposição ugandesa apelou, ainda durante a campanha, a uma revolta popular no país similar às que derrubaram os regimes de décadas na Tunísia e Egipto nos últimos três meses. Várias outras figuras de topo da oposição foram detidas pela polícia em outras zonas de Kampala, quando participavam nesta caminhada de “casa para o trabalho”, tendo as forças de segurança bloqueado o acesso a algumas das principais vias rodoviárias da cidade depois de os manifestantes terem tentado montar barricadas. No protesto de segunda-feira, vários políticos da oposição, incluindo Besigye – antigo aliado e médico pessoal de Museveni – foram detidos pela polícia, acusados de instigarem violência e mais tarde libertados. Autoridades da Suazilândia reprimem manifestações As autoridades da Suazilândia reprimiram nesta terça-feira manifestações contra o regime do rei Mswati III. Um país vizinho de Moçambique governado por uma monarquia absoluta. A última monarquia absoluta a sul do Sahara debate-se agora também com um cenário invulgar de contestação ao poder. A polícia dispersou nesta terça-feira uma manifestação proibida em Manzini, principal cidade do país, que pretendia denunciar o regime. Mary Pais da Silva, advogada suazi de ascendência portuguesa, ouvida pela agência noticiosa lusa, alegou que cerca de cinquenta pessoas teriam sido detidas e que as forças da ordem a teriam espancado. Por sua vez a agência afp alega também que a polícia terá utilizado a violência para dispersar os manifestantes, para além de utilizar jactos de água e gás lacrimogéneo. Um movimento encabeçado sobretudo por dirigentes sindicais. Já que os sindicatos e as organizações estudantis são as únicas forças da oposição toleradas num país onde os partidos políticos estão proibidos desde 1973. Um apelo a uma manifestação na rede social facebook, na internet, fora convocada para decorrer ao longo de três dias desde esta terça-feira contestando o poder do rei Mswati III. O soberano tem vindo a ser alvo de críticas crescentes devido, nomeadamente, ao luxo em que vive com as suas muitas esposas num país confrontado com altos índices de pobreza em que as finanças públicas estariam em estado de falência. Protestos que também decorreram do outro lado da fronteira, em território sul-africano, designadamente sob a égide da maior central sindical sul-africana, a COSATU, reunindo centenas de pessoas pedindo reformas políticas na Suazilândia. António Gaspar, investigador moçambicano do Centro de estudos estratégicos e internacionais de Maputo, entrevistado por Leonardo Silva, salienta que os protestos não datam de hoje e que a África do Sul segue de perto a situação na Suazilândia. AFP |
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quarta-feira, 6 de julho de 2011
Líder da oposição do Uganda alvejado pelo exército em manifestação
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