terça-feira, 5 de julho de 2011

Presidente Rwandês responsabiliza governantes africanos por intervenções estrangeiras

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paul-kagame 23500O Presidente rwandês, Paul Kagamé, considerou que a intervenção militar das potências internacionais nos países em crise em África, baseando-se nos casos da Côte d’Ivoire e da Líbia, é a "consequência dum fracasso coletivo e individual dos dirigentes africanos".
« Quando alguns Estados africanos criam eles próprios as condições duma ingerência externa nos seus próprios assuntos, a sua responsabilidade é inteira. Se a nossa própria fraqueza e a nossa má governação nos expõem à manipulação, é inútil queixar-se», declarou Paul Kagamé em entrevista à revista « Jeune Afrique » a publicar segunda-feira.
Na Côte d’Ivoire, afirmou Kagamé, as imagens da detenção de Laurent Gbagbo « inspiraram-me uma espécie de tristeza quanto à maneira como se faz e concebe a política em África ».
« Quanto mais olho mais vejo, detrás , a sombra do cenarista estrangeiro. O facto de que 50 anos após as independências, o destino do povo ivoiriense, da sua economia, da sua moeda, da sua vida política estejam ainda controlados pela antiga potência colonial põe problema. É isto que estas imagens mostram antes de tudo”, afirmou o Presidente rwandês.
Paul Kagamé indicou que se França interveio na Côte d’Ivoire foi devido à incapacidade da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a resolver a crise neste país, acrescentando que é a consequência dum « fracasso coletivo e individual » dos Africanos.
« Qual é, enquanto Africanos , a nossa parte de responsabilidade?", interrogou-se o chefe do Estado rwandês. “Que imagem a própria África dá ao resto do mundo? Pensamos que o espetáculo dum Exército estrangeiro, mesmo sob cobertura onusina, intervindo nas ruas duma capital africana é uma boa coisa? Por que nós, Africanos, deixamo-nos que se nos criem este tipo de situações? Temos a coragem de nos olharmos num espelho? », questionou-se.
Panapress

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