Um Liberiano foi apreendido por agentes da Polícia Federal (PF) após ser encontrado em um navio de bandeira italiana que ancorou no Porto de Suape, na tarde desta terça-feira (2). O estrangeiro está sendo tratado como menor de idade, até então, pois além de afirmar ter 15 anos, o único documento que possui, expedido pela Comissão das Nações Unidas para Refugiados está com a data de nascimento rasurada.
“Estamos buscando confirmar as informações que temos até o momento para que a Justiça possa determinar o que vai ser feito com ele. Já entramos em contato com o Conselho Tutelar, que ficará responsável pelo jovem enquanto os dados são checados. Caso as declarações sejam verdadeiras, a Justiça poderá determinar um lugar para ele ficar, já que se trataria de um menor refugiado de um país assolado pela guerra. É um caso inédito”, ponderou o chefe de comunicação social da PF, Giovani Santoro.
Em depoimento, o africano afirmou não possuir mais contato com os pais e que seu plano era chegar à Europa e não ao Brasil. Mesmo assim, afirmou que agora tem o interesse de permanecer no país. A embarcação italiana foi multada em R$ 827 e está livre para seguir seu rumo. Ainda hoje, deverá navegar em direção a Vitória, no Espírito Santo, para depois seguir para o Rio de Janeiro, Argentina e então voltar à África.
O Navio Grande Buenos Aires deixou o porto de Hamburgo, na Alemanha, no último dia 24 de fevereiro. No dia 25, a embarcação fez uma escala em Dacar, capital do Senegal, onde o jovem conseguiu driblar a fiscalização, nadar até uma escada e se esconder no bote salva-vidas. Já em alto mar, o clandestino foi descoberto pelo cozinheiro, após o navio deixar Freetown, em Serra Leoa, com destino a Suape, onde atracaria para descarregar equipamentos para a refinaria.
Segundo a PF, os imigrantes clandestinos que chegam a Pernambuco em embarcações possuem um perfil bastante similar. A maioria é formada por negros, pobres, do sexo masculino e tem geralmente entre 18 e 25 anos. Normalmente, são cidadãos de países como Serra Leoa, Nigéria, Camarões e Somália, vítimas da difícil situação econômica vivida no continente africano. O último caso registrado pela PF foi o do nigeriano Ojo Ogbemudia, 21, encontrado por marinheiros do navio MV Atlantic Daisy, de bandeira panamenha.
Enviado por Regina Petrus - NIEM-RJ
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