Apresentado pela primeira vez no ano passado, durante o Festival de Veneza, o filme foi dirigido e produzido por Stone. Com sua equipe, viajou do Caribe até além da Cordilheira dos Andes para relatar a situação política do subcontinente nos últimos dez anos. Entrevistou os principais presidentes identificados com a nova onda.
Guillaume Horcajuelo/Efe
O protagonista do documentário é o venezuelano Hugo Chávez, mas também foram gravados Raul Castro (Cuba), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Rafael Correia (Equador), Cristina Kirchner (Argentina) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil).
Chagas sociais e econômicas
O co-roteirista Tariq Ali, historiador e cientista político paquistanês, definiu o documentário como um “road movie político”. Com uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, Stone busca decifrar as razões que levaram à virada política na região e quais os caminhos propostos pelos novos dirigentes. “As mudanças não estão ocorrendo através da luta armada, mas por sucessivas eleições democráticas”, ressalta Ali. “Esse é um fato muito significativo para a América Latina.”
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O documentário aborda as políticas de livre mercado implementadas nos anos oitenta e noventa, com suas chagas sociais e econômicas, sugerindo que as calamidades financeiras provocadas pela cartilha do Fundo Monetário Internacional (FMI) e as privatizações foram o combustível para o fracasso e o afastamento das velhas elites dirigentes.
O diretor também registra a maneira como a imprensa norte-americana trata o presidente venezuelano e seus colegas. “O projeto começou a partir da demonização dos líderes latinos pela mídia”, afirma Stone ao Opera Mundi. “Acho Hugo Chávez uma figura extremamente dinâmica e carismática. Ele é solto e afetuoso. Mas quando estou nos Estados Unidos não paro de escutar histórias de terror sobre o ‘ditador’ e o ‘homem mau’. Chávez é apresentado sempre como uma ameaça à liberdade.”
Esse não é o primeiro projeto de Oliver Stone com um olhar sobre a América Latina. Nos últimos anos dirigiu também Comandante (2003) e Looking for Fidel (2004), a partir de entrevistas com o líder cubano e outros personagens, inclusive oposicionistas.
O cineasta deverá iniciar a turnê de lançamento de Ao sul da fronteira logo após o Festival de Cannes, onde apresentou Wall Street II, com Michael Douglas. A première brasileira do documentário está marcada para a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no bairro paulistano de Higienópolis, apenas para convidados.
Fonte: Operamundi
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