sábado, 16 de abril de 2011

José Eduardo Dos Santos alerta que oportunistas querem arrastar «confusão» existente em África para Angola

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zedu 89O Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, apelou hoje (sexta-feira), em Luanda, à denúncia dos oportunistas que pretendem promover a confusão no país para a subversão da ordem democrática estabelecida na Constituição da República, e derrubar governos eleitos, a favor de interesses estrangeiros.
José Eduardo do Santos discursava na cerimónia de abertura da primeira sessão extraordinária do Comité Central do MPLA, que decorre no complexo turístico “Futungo II”, com a participação de 225 dos seus 311 membros.
“Hoje há uma certa confusão em África e alguns querem trazer essa confusão para Angola”, declarou o também Presidente angolano, adiantando que “devemos estar atentos e desmascarar os oportunistas, os intriguistas e os demagogos que querem enganar aqueles que não têm o conhecimento da verdade".
Adiantou que nas chamadas redes sociais, que são organizadas via Internet e nalguns outros meios de comunicação social, fala-se de revolução, mas não se fala de alternância democrática.
“Para essa gente, revolução quer dizer juntar pessoas e fazer manifestações, mesmo as não autorizadas, para insultar, denegrir, provocar distúrbios e confusão, com o propósito de obrigar a polícia a agir e poderem dizer que não há liberdade de expressão e não há respeito pelos direitos” referiu.
O Presidente sublinhou ser esta via de provocação que estão a escolher para tentar derrubar governos eleitos que estão no cumprimento do seu mandato, não respeitando o princípio da alternância democrática, porque têm medo das próximas eleições de 2012, pois sabem que a maioria dos eleitores não vai votar a favor deles.
Acrescentou que estas forças usam a mentira, a intriga, a desinformação e a manipulação para dividir as forças patrióticas e afastar o povo do Governo, preparando deste modo as condições para colocar fantoches no poder, que obedeçam à vontade de potências estrangeiras que querem voltar a pilhar as riquezas e fazer o povo voltar à miséria de que se está a libertar com sacrifício.
Referiu que o que pretendem fazer não é revolução. Chama-se confusão, subversão da democracia ou da ordem democrática estabelecida na Constituição da República, argumentando que há pobreza no país.
Assinalou que quando nasceu e até os seus falecidos pais já havia muita pobreza na periferia das cidades, nos musseques, e no campo, nas áreas rurais, citando os poetas Agostinho Neto e António Jacinto, que nos seus versos denunciavam a miséria extrema, e a exploração do contratado, cujo pagamento era fuba e peixe seco e ‘porrada’ quando se refilava.
O Presidente do MPLA lamentou o facto de ninguém se lembrar de dizer que a pobreza não é recente e que é uma pesada herança do colonialismo e uma das causas que levou o MPLA a conduzir a luta pela liberdade, para criar o ambiente político necessário para resolver esse grave problema.
Declarou que as guerras que assolaram o país agravaram a situação, mas com a conquista da paz em 2002 e graças ao trabalho do Governo os índices de pobreza que estavam em cerca de 70 porcento, baixaram oito anos depois, em 2010, para cerca de 37 porcento.
Disse que, no quadro do Programa de Luta contra a Pobreza, se continuar com esse ritmo de redução, a pobreza deixará de existir dentro de alguns anos.
Desmentiu informações que referem a falta de liberdade, quando no país surgem cada vez mais partidos políticos, associações cívicas e profissionais, organizações não governamentais (ong), jornais privados, rádios comunitárias, etc.
“Há dezenas de anos que membros de ong e jornalistas dizem e escrevem o que bem entendem, chegando alguns a ofender dirigentes, o Presidente da República e membros da sua família e, que eu saiba, nenhum deles está preso!, referiu.
José Eduardo dos Santos afirmou que apesar de não existir país nenhum no mundo sem corrupção, o Governo está a fazer esforços para combater este mal.
Enalteceu que “a mensagem a levar a todos os angolanos de boa-fé sobre os nossos propósitos e sobre as nossas intenções deve ser clara, para que ninguém nos afaste do nosso rumo e do nosso processo democrático”.
O Presidente do MPLA afirmou que “quando o povo, o MPLA e o Governo estão juntos, a vitória está garantida”
O Chefe de Estado fez ainda referência à conjuntura desde os tempos da sua juventude com realce para os ideais de luta pela emancipação dos povos que culminou, na década de 80, com êxito em África, a luta pela libertação nacional, que pôs fim ao colonialismo francês, britânico e português.
Referiu que depois de terem sido experimentados vários modelos de organização do estado, inicia em finais de 80 a revolução pela democracia representativa e a economia de mercado em quase todo continente, onde o Presidente, o Governo e os deputados são regularmente eleitos pelo povo.
“Esses processos democráticos, explicou, baseiam-se, entre outros, no princípio da alternância democrática, o que quer dizer que os dirigentes e deputados que estão a governar disputam em eleições os votos dos eleitores, com as pessoas indicadas pelos partidos da oposição, e quem conseguir a maioria desses votos ganha o direito de governar no período seguinte”.
Quando os que estão no poder ganham, há continuidade. Quando os que estão na oposição ganham, há alternância democrática do poder, porque os que lá estavam saem, esclareceu, apelando a que se desmascare os intriguistas e demagogos e a ser “mais activos para vencer a batalha da comunicação da verdade”.
RNA

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