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Angola é um pais cheio de riquezas naturais.Disso não há dúvidas!A maioria da população é pobre também não há dúvidas!Deslocou-me frequentemente á praia morena em Benguela propriamente na área do comércio de produtos do mar.Deparou-me com pessoas de varias idades e estrato social.O que mais me desilude é quando os rapazes escamam em troca de algum dinheiro, idosas e crianças disputam guelras e outros “residuos”de peixes grandes.Que servem para alimentação das suas familias. Fico redondamente furioso! Angola está a mudar”. Fiquei ainda mais frustrado quando no final da reunião de concertação social, o executivo e os seus parceiros sociais disseram que não haverá aumento do salário mínimo nacional por falta de produtividade. Que obscenidade! Têm gritado a diversificação da economia e o país melhorou substancialmente em tempo de paz. Angola está a desenvolver! Essa novidade num “país normal” poderia por em cheque o executivo e os seus parceiros entretanto saíram a festejar. Afinal são ruídos nos nossos ouvidos. João Paulo Nganga caracterizou esta governação como catastrófica e fundamentou o salário no seu geral e o nacional em particular não satisfazem as necessidades sociais gritantes da maioria dos mais carenciados. O Elevado custo de vida e a cesta básica, os cuidados primários de saúde e o ensino primário gratuito no papel. O desmantelamento do mercado informal e outras práticas anti-sociais. Degeneraram num mau ambiente social, instabilidade nas famílias. O que tornara mais dolorosa é saber que a maioria dos nossos governantes e ricos são de famílias humildes e pobres. Muitos estudaram sentando no chão ou tiveram uma infância tenebrosa enfrentando icebergues de sofrimento. Se a pobreza é herança e a riqueza não é ? Conta-se que haja mesmo quem comia jinguba e bombó ou merenda (pirao que passa a noite) nem sequer conseguia o material escolar todo. Essa gente conhece na pele e no sangue o que é ser pobre, é viver permanentemente sufocado! Lembram-se da cena do cobertor curto! Parece que actualmente esqueceram as suas origens. Nestes últimos dias um tsunami de bombardeamento de um tal socialismo- democrático, mais humanização, mais justiça social mais e mais. Brindam-nos em todos os lados com argumentos lindos e bonitos. Uma encenação perfeita! Numa aula de economia na faculdade uma estudante perguntou ao professor, se um dia o petróleo acabar em Angola e com essas péssimas políticas de desenvolvimento, o que será do país? O professor respondeu “não gostaria viver nessa época.” As chuvas causam danos matérias e humanos todos os anos. Existem habitações construídas em zonas de riscos embora haja também políticas desastrosas. Lançou-se uma campanha de solidariedade (nunca é demais), só que neste caso os que não noticiam os fracassos da governação e apresentam 24 horas por dia um país rumo ao desenvolvimento, agora aparecem como amigos das vítimas. Quando deviam fazer um jornalismo para o povo fazem-no diferente. No dia da paz foi uma hora de ganhos, todas as vozes entoavam ganhos. Ninguém conseguiu apontar um erro sequer como é de vício. Que solidários! Encorajo-vos a fazerem também um jornalismo solidário e democrático. Até alguns deputados que poderiam obrigar o executivo a prevenir também saíram a dançar! Seriam a nossa salvação! Os únicos representantes legais do povo! Que teatro meus Deus! Essas politicas estão caducas como caracterizou um líder juvenil benguelense. Enquanto um amigo disse-me ” essa gente não está definitivamente preocupada connosco.” O cinismo e a hipocrisia vigoram nas suas palavras. Há quem diga que o sector não petrolífero está a desenvolver quando na verdade e na prática o orçamento geral do estado é petro- dependente. Quando não reconhecemos os nossos erros não temos como combate-los. A urgência e a emergência nos projectos para Angola, a velocidade para o imediatismo têm sido as chaves desta visão tumultuosa de governação. Fraqueza de partidos políticos, sindicatos, organizações não governamentais formatadas, porta-vozes do bem! Todos devem comungar os mesmos ideais? Quem tem opinião diversa quer subverter a democracia não é ditadura apesar de práticas escuras. Falta o projecto país, que Angola será? Falta modelo de um país, o que deixáramos aos nossos? Existe na pratica um projecto para o desenvolvimento de Angola, sério sem vícios? É hora de parar e pensar Angola. Para que um dia as nossas campas não sejam maltratadas por vindouros de raivas. Deve haver equilíbrio nas nossas acções e palavras, reprovar sempre o que não esteja no interesse da colectividade e denuncia-lo. Deixar de importar os erros e elogiar o que for bem feito. Sei que é difícil. A área geográfica de Angola 1.246.700 km² e os mais de 18 milhões de habitantes devem ser os beneficiários da politicas públicas. Espero que um dia as chamas da desgraça e do agravamento social terminem. OBS: titulo retirado de um filme que rodou os cinemas do país nos fins dos anos 80 e princípio de 90. Domingos Chipilica Eduardo em Benguela Angola24horas.com |
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sábado, 16 de abril de 2011
Um pais em chamas
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