Irmãos e irmãs quilombolas e povo não quilombola, mas de consciência do valor da Região Portuária que habitamos, e suas comunidades, estamos pela nossa associação (ARQPEDRA) enviando carta aberta contra os que estão envolvidos em articulações incestuosas ou nem sempre claras na venda aberta do nosso patrimônio cultural, arquitetônico e simbólico... ou justificando procedimentos que o coletivo das comunidades, por não acompanhar as demandas de ações nos órgãos governamentais, não sabe o que como ocorrem.
Somos criticados por muitos; e até por alguns, que com um pouquinho de reflexão, naturalmente seriam como nós aguerridos guardiões do nosso patrimônio negro, incontestavelmente existente e de matriz em nossa região, não só da Pedra do Sal, mas de toda região, é só futucar! Um quilombola.
Como descendentes de uma identidade de matriz africana na região portuária, não nos calamos ao fato do abuso de nossa identidade. Claro que esses mecenas usam de dissimulação e chegam a alguns dos nossos pares de notoriedade pública ou de identidade local para legitimarem suas performances mercenárias na nossa área.
Não são pretos e nem artífices das coisas de pretos; então vestem a fantasia do “patrono e do sensível que sabe o que fala e que nós quer fazendo o que diz”. Estamos em luta aberta para que não precisemos disso. Não é Fundação Cultural Palmares? Não é SEPPIR? Nosso ministro carioca está realmente de olho, irmãos e irmãs, na observação de nossas lutas e dificuldades aqui no nosso quilombo?
Estamos vendo esses mecenas se movimentarem na intenção de efetuar com recursos públicos e em nome de nós pretos (afrodescendentes e moradores históricos locais) a comemoração dos 25 anos de tombamento da Pedra do Sal - marco simbólico da presença do negro na região portuária sendo tombada como patrimônio cultural afro-brasileiro na primeira gestão, na década de 80, do governo Leonel Brizola, pelo INEPAC.
Veremos mais um BACK2BLACK? Atividade construída para ser um processo de reflexão, evidência, atitude e performance de pretos (negros, afrodescendentes, etc) mas tão caro e tão sofisticado (e impopular pelo preço) que os pretos não puderam ir. E quem foi? - Quem pode pagar pelo preço que puseram o conjunto de serviços no evento! Perguntem aos artistas negros contratados para o tal, qual foi o perfil de público que pode participar desse evento? Alguns publicamente se mostraram chocados! Evento em nome de preto, mas só tinha branco. Prova que nós ainda não temos o “din din” relativo à igualdade racial e social, que tanto buscamos.
Onde estariam os pretos? Do lado de fora de novo!? Os produtores do evento, mero mecenas a serviço da feitura de um produto, mas sem a sensibilidade necessária para entendê-lo, é quem deveria responder por isso!
Aqui na Pedra do Sal, jamais tivemos apoio da SEPPIR, da FCP, da Prefeitura, do Governo do Estado e seus órgãos de articulação para promoção da igualdade racial. Nunca tivemos um banheiro químico, um som, um palco, etc. Nem a „feijoada e o frango com quiabo‟ que nossas irmãs quilombolas produzem e muitas vezes damos (e até que pedíamos muitas vezes) teve, ao longo de dez anos de projeto cultural na Pedra do Sal, o Sal do Samba e as festas temáticas que produzíamos, feitas pelos quilombolas e seus parceiros, um quinhão de recurso público. É fato!
Dizem que nós não sabemos pedir - é verdade! Certa vez o Deputado Federal Carlos Santana, parlamentar carioca, afrodescendente notório, eleito pelo Partido dos Trabalhadores, propôs na Câmara dos Deputados, liberação de uma verba para uma atividade na Pedra do Sal em nome do quilombo... Quilombo esse que ele nunca defendeu e jamais procurou seus líderes para entender as sofridas ameaças na sua luta política e de resistência na região... E ele nos conhece!
Hoje, aqui vemos o tal “Projeto Porto Cultural” se articular para em conjunto com seus “parceiros” promover uma grande festa para o tombamento da Pedra do Sal. Sãos os mesmos de sempre, “sensíveis e sabedores de quem somos”. Eles estão na frente das coisas. Pedem por nós. Eles sabem pedir! Eles são competentes!
O IBB (do jornal revista Batucadas Brasileiras), o Projeto Mauá – liderado por um colaborador da revista jornal do IBB; Ação da Cidadania (que está na região portuária, mas não é região portuária- quem vive aqui sabe disso!); Pretos Novos, instituto construído alicerçado por um marco evidente e importante de nossa história, um „cemitério de pretos‟ que sucumbiam a diáspora, de propriedade de uma empresaria da região (negra?); o nosso amigo Amauri, que está diretor do Centro Cultural José Bonifácio, que está inserido nessa campanha, sem também perguntar a nossa posição de luta e combatividade. Que pena! Sua postura nos deixa sentidos por entendermos ser ele um guerreiro de nossa causa; o mesmo perfil do Carlos Machado, do Afoxé Filhos de Gandhi, que não entendemos sua subserviência ao IBB.
Nenhum desses senhores, com exceção do último, ativos e responsáveis da luta da comunidade na proposta de escolas para região, Vila Olímpica - que fomos os primeiros a levantar a bandeira de sua necessidade de construção em nossa área - mas fomos omitidos do processo pelo governo municipal anterior ao do atual Alcaide Eduardo Paes.
Não fazemos política partidária! Nenhum desses senhores teve visão de política local e de nossas necessidades. Só lutam e falam de seus projetos custeados pelo erário público. Eles querem o seu quinhão dos recursos provenientes do Projeto de Revitalização da Zona Portuária da união dos Governos Federal, Estadual e Municipal: O Porto Maravilha – Que maravilha!
Estamos há muito tempo com nossos amigos Pedro do Barão (Sparta), Mauricio Hora da Providência (Favelarte), Mestre Graúna (Célio Braga) na sua empreitada de capoeira quilombola, nessa luta que não nos deixam aparecer. Requerendo escola e coisas do gênero. De forma humilde, como realmente somos.
O projeto da escola pública portuária, regular e profissionalizante, corre desde 2002 na Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, como demanda de nossas ações coletivas e não publicadas, talvez por incompetência nossa de não termos o viés demagógico que nossos políticos usam muito bem da propaganda. Todos que entrarem no site da secretaria de educação terão acesso ao processo que em 2002, em nome da AMAS , quando estávamos à frente da Associação de Moradores e Amigos da Saúde, requeremos sinalizando a construção de Complexo escolar, cultural, esportivo e profissionalizante, e a vila olímpica (hoje Gamboa), alí na antiga marítima, que até pedíamos por nome, a época, para o complexo, o do Jornalista Tim Lopes.
Muitos salvadores da pátria por aqui caem de pára-quedas (Candidatos a algum cargo político) quando se aproximam os pleitos eleitorais – „Olha que 2010 está chegando‟ e olha as “tias e os amigos do peito!” – Esses salvadores da pátria, são trazidos pelos cabos eleitorais de sempre. Os candidatos vêm pelas mãos de pelegos locais que por ignorância ou motivados por “boquinha própria” (vantagens pessoais) os impõe ao coletivo das comunidades – claro, porque esses reservam pra si bons trânsitos entre muitos dos nossos pares locais, moradores etc...
Abra o olho pessoal que teimam em legitimar e dizer amém a todos os benfeitores bem articulados, bem vestidos e de aparência samaritana, bondosa, e com soluções que irão nos levar ao paraíso. A tal industria cultural, a tal de empresa social de inclusão e outros logos que se usam para aumentar as boquinhas de amigos e colaboradores precisam de você, para serem justificadas.
Abra o Olho. Cuidado que o Porto Maravilha é faca de dois gumes. O projeto urbano levantou a bola para implantação de um procedimento de liberação de construção imobiliária
na região com prédios de 30, 40 e 50 andares. Vão esconder os nossos morros, nossas casas e nossa vista da Baia de Guanabara. Os empresários desse projeto terão isenção de IPTU... e nós? Teremos, sim, ele aumentado pela ampliação e elitização de nossa área residencial; e aos poucos, e muito depressa seremos expulsos, como sempre fizeram com os mais pobres quando aos interesses imobiliários eles não são mais interessantes! E a favela, vai aumentar ou vai sair?
Somos criticados por muitos; e até por alguns, que com um pouquinho de reflexão, naturalmente seriam como nós aguerridos guardiões do nosso patrimônio negro, incontestavelmente existente e de matriz em nossa região, não só da Pedra do Sal, mas de toda região, é só futucar! Um quilombola.
Como descendentes de uma identidade de matriz africana na região portuária, não nos calamos ao fato do abuso de nossa identidade. Claro que esses mecenas usam de dissimulação e chegam a alguns dos nossos pares de notoriedade pública ou de identidade local para legitimarem suas performances mercenárias na nossa área.
Não são pretos e nem artífices das coisas de pretos; então vestem a fantasia do “patrono e do sensível que sabe o que fala e que nós quer fazendo o que diz”. Estamos em luta aberta para que não precisemos disso. Não é Fundação Cultural Palmares? Não é SEPPIR? Nosso ministro carioca está realmente de olho, irmãos e irmãs, na observação de nossas lutas e dificuldades aqui no nosso quilombo?
Estamos vendo esses mecenas se movimentarem na intenção de efetuar com recursos públicos e em nome de nós pretos (afrodescendentes e moradores históricos locais) a comemoração dos 25 anos de tombamento da Pedra do Sal - marco simbólico da presença do negro na região portuária sendo tombada como patrimônio cultural afro-brasileiro na primeira gestão, na década de 80, do governo Leonel Brizola, pelo INEPAC.
Veremos mais um BACK2BLACK? Atividade construída para ser um processo de reflexão, evidência, atitude e performance de pretos (negros, afrodescendentes, etc) mas tão caro e tão sofisticado (e impopular pelo preço) que os pretos não puderam ir. E quem foi? - Quem pode pagar pelo preço que puseram o conjunto de serviços no evento! Perguntem aos artistas negros contratados para o tal, qual foi o perfil de público que pode participar desse evento? Alguns publicamente se mostraram chocados! Evento em nome de preto, mas só tinha branco. Prova que nós ainda não temos o “din din” relativo à igualdade racial e social, que tanto buscamos.
Onde estariam os pretos? Do lado de fora de novo!? Os produtores do evento, mero mecenas a serviço da feitura de um produto, mas sem a sensibilidade necessária para entendê-lo, é quem deveria responder por isso!
Aqui na Pedra do Sal, jamais tivemos apoio da SEPPIR, da FCP, da Prefeitura, do Governo do Estado e seus órgãos de articulação para promoção da igualdade racial. Nunca tivemos um banheiro químico, um som, um palco, etc. Nem a „feijoada e o frango com quiabo‟ que nossas irmãs quilombolas produzem e muitas vezes damos (e até que pedíamos muitas vezes) teve, ao longo de dez anos de projeto cultural na Pedra do Sal, o Sal do Samba e as festas temáticas que produzíamos, feitas pelos quilombolas e seus parceiros, um quinhão de recurso público. É fato!
Dizem que nós não sabemos pedir - é verdade! Certa vez o Deputado Federal Carlos Santana, parlamentar carioca, afrodescendente notório, eleito pelo Partido dos Trabalhadores, propôs na Câmara dos Deputados, liberação de uma verba para uma atividade na Pedra do Sal em nome do quilombo... Quilombo esse que ele nunca defendeu e jamais procurou seus líderes para entender as sofridas ameaças na sua luta política e de resistência na região... E ele nos conhece!
Hoje, aqui vemos o tal “Projeto Porto Cultural” se articular para em conjunto com seus “parceiros” promover uma grande festa para o tombamento da Pedra do Sal. Sãos os mesmos de sempre, “sensíveis e sabedores de quem somos”. Eles estão na frente das coisas. Pedem por nós. Eles sabem pedir! Eles são competentes!
O IBB (do jornal revista Batucadas Brasileiras), o Projeto Mauá – liderado por um colaborador da revista jornal do IBB; Ação da Cidadania (que está na região portuária, mas não é região portuária- quem vive aqui sabe disso!); Pretos Novos, instituto construído alicerçado por um marco evidente e importante de nossa história, um „cemitério de pretos‟ que sucumbiam a diáspora, de propriedade de uma empresaria da região (negra?); o nosso amigo Amauri, que está diretor do Centro Cultural José Bonifácio, que está inserido nessa campanha, sem também perguntar a nossa posição de luta e combatividade. Que pena! Sua postura nos deixa sentidos por entendermos ser ele um guerreiro de nossa causa; o mesmo perfil do Carlos Machado, do Afoxé Filhos de Gandhi, que não entendemos sua subserviência ao IBB.
Nenhum desses senhores, com exceção do último, ativos e responsáveis da luta da comunidade na proposta de escolas para região, Vila Olímpica - que fomos os primeiros a levantar a bandeira de sua necessidade de construção em nossa área - mas fomos omitidos do processo pelo governo municipal anterior ao do atual Alcaide Eduardo Paes.
Não fazemos política partidária! Nenhum desses senhores teve visão de política local e de nossas necessidades. Só lutam e falam de seus projetos custeados pelo erário público. Eles querem o seu quinhão dos recursos provenientes do Projeto de Revitalização da Zona Portuária da união dos Governos Federal, Estadual e Municipal: O Porto Maravilha – Que maravilha!
Estamos há muito tempo com nossos amigos Pedro do Barão (Sparta), Mauricio Hora da Providência (Favelarte), Mestre Graúna (Célio Braga) na sua empreitada de capoeira quilombola, nessa luta que não nos deixam aparecer. Requerendo escola e coisas do gênero. De forma humilde, como realmente somos.
O projeto da escola pública portuária, regular e profissionalizante, corre desde 2002 na Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, como demanda de nossas ações coletivas e não publicadas, talvez por incompetência nossa de não termos o viés demagógico que nossos políticos usam muito bem da propaganda. Todos que entrarem no site da secretaria de educação terão acesso ao processo que em 2002, em nome da AMAS , quando estávamos à frente da Associação de Moradores e Amigos da Saúde, requeremos sinalizando a construção de Complexo escolar, cultural, esportivo e profissionalizante, e a vila olímpica (hoje Gamboa), alí na antiga marítima, que até pedíamos por nome, a época, para o complexo, o do Jornalista Tim Lopes.
Muitos salvadores da pátria por aqui caem de pára-quedas (Candidatos a algum cargo político) quando se aproximam os pleitos eleitorais – „Olha que 2010 está chegando‟ e olha as “tias e os amigos do peito!” – Esses salvadores da pátria, são trazidos pelos cabos eleitorais de sempre. Os candidatos vêm pelas mãos de pelegos locais que por ignorância ou motivados por “boquinha própria” (vantagens pessoais) os impõe ao coletivo das comunidades – claro, porque esses reservam pra si bons trânsitos entre muitos dos nossos pares locais, moradores etc...
Abra o olho pessoal que teimam em legitimar e dizer amém a todos os benfeitores bem articulados, bem vestidos e de aparência samaritana, bondosa, e com soluções que irão nos levar ao paraíso. A tal industria cultural, a tal de empresa social de inclusão e outros logos que se usam para aumentar as boquinhas de amigos e colaboradores precisam de você, para serem justificadas.
Abra o Olho. Cuidado que o Porto Maravilha é faca de dois gumes. O projeto urbano levantou a bola para implantação de um procedimento de liberação de construção imobiliária
na região com prédios de 30, 40 e 50 andares. Vão esconder os nossos morros, nossas casas e nossa vista da Baia de Guanabara. Os empresários desse projeto terão isenção de IPTU... e nós? Teremos, sim, ele aumentado pela ampliação e elitização de nossa área residencial; e aos poucos, e muito depressa seremos expulsos, como sempre fizeram com os mais pobres quando aos interesses imobiliários eles não são mais interessantes! E a favela, vai aumentar ou vai sair?
ARQPEDRA
Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal
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