Há muito tempo os movimentos sociais negros vinham alertando para a necessidade de que um Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil devesse ser realizado, como objetivo de formulação de políticas públicas para o Povo Negro, tendo em vista os impasses políticos e teóricos que, de uma forma ou de outra, têm prejudicado o andamento do processo político da luta desse povo contra as conseqüências do racismo, na medida em que essa luta não se realiza como política efetiva.
Várias iniciativas foram feitas no sentido de se constituir de fato um congresso que legitimasse a Luta Negra. Somente a partir da reunião de entidades do Rio de janeiro e São Paulo, realizada em janeiro de 2006, com o título Reunião de Consultas outras reuniões se seguiram por todo o ano de 2006. O objetivo era saber da militância negra se um Congresso de Negros do movimento deveria ou não ser convocado. Doze meses depois da primeira Reunião de Consultas, na Assembléia Nacional de Entidades Negras realizadas nos dias 13 e 14 de janeiro de 2007, na cidade do Rio de janeiro é que finalmente o congresso foi convocado oficialmente. Compareceram a esta assembléia 104 entidades negras e 220 militantes de nove estados brasileiros. O fato é que o Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil (CONNEB) ganhou corpo. F oi nesse período que homens e mulheres de distintas organizações do Movimento Negro começaram a dialogar e fechar acordos no sentido de que, construir o CONNEB era uma tarefa necessária e urgente.
Hoje podemos afirmar que o CONNEB é o espaço mais representativo do Movimento Negro brasileiro. É nele que estão reunidas forças políticas do Movimento Negro além de um conjunto de organizações nacionais que, de norte a sul vêm construindo esse congresso e o constituindo como o único espaço de discussão, não só efetivo, mas, sobretudo legítimo para que se possa formular uma agenda propositiva de políticas públicas voltadas para Negras e Negros brasileiros, sob o compromisso de construir um "Projeto político do povo Negro para o Brasil". O CONNEB tem propiciado o exercício do diálogo entre grupos antagônicos dentro do Movimento Negro, permitido a construção de alianças importantes.
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