terça-feira, 7 de dezembro de 2010

LIMA: Criticada atitude desumana de fiscais contra as zungueiras

miraldina jambaA Liga da Mulher Angolana (LIMA), organização feminina da UNITA, manifestou o seu descontentamento com o comportamento de alguns fiscais, quando, “de forma rude e desumana”, tentam impedir as zungueiras de comercializarem os seus produtos nalgumas ruas da capital.
A presidente da LIMA, Miraldina Jamba (na foto), que falava num colóquio sobre violência doméstica, realizado no Instituto Nacional da Criança (INAC), disse que “embora estando a fazer o seu trabalho, os fiscais devem tratar as vendedoras ambulantes de forma mais respeitosa, por serem mulheres frágeis e honestas, que humildemente procuram ganhar o pão de cada dia, para sustento das suas famílias”.
Para Miraldina Jamba, o mau comportamento dos fiscais é uma forma de violência social, que em muitos casos conduz à violência doméstica, já que “estas mulheres, depois de serem maltratadas no seu posto de trabalho informal, ao regressarem às suas casas, facilmente podem descontar a raiva nos filhos e nos maridos”.
Tal como a violência doméstica, o problema deve ser combatido de forma urgente, para que se reduza o número de vítimas que o país regista, alertou a líder da LIMA, assinalando que a realização do colóquio sobre violência doméstica se enquadra na campanha dos 16 dias de activismo, que decorre em todo o país até ao próximo dia 10.
O encontro serviu, na perspectiva da oradora, para se fazer uma reflexão sobre os maus-tratos de que as mulheres têm sido vítimas, em proporções que atingem índices demasiado elevados. Miraldina Jamba considerou que a desestruturação familiar, a perda de valores morais e o desemprego estão na base do crescente índice de violência doméstica.
“A LIMA tem a importante missão de sensibilizar e incentivar as famílias a pautarem-se pelo diálogo, na resolução dos seus conflitos, contribuindo, assim, para a minimização dos problemas da sociedade”, frisou. “Espero, com este colóquio, contribuir para sensibilizar a sociedade, no sentido de dar mais atenção à questão dos direitos da mulher, aconselhando as mesmas a apresentarem denúncias, sempre que sofram algum tipo de violência”, concluiu.
Jornal de Angola

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