quarta-feira, 8 de junho de 2011

Georges Chikoty denuncia intervencionismo armado em África

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george chicoty 89O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoty, declarou hoje (quinta-feira), em Addis Abeba, que a África é marcada pelo intervencionismo armado e pela forte implicação política de potências ocidentais na resolução de suas questões, incluindo de política interna.
Georges Chikoty fez esta denúncia quando discursava na sessão extraordinária da Assembleia de chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), que decorre desde quarta-feira em Addis Abeba (Etiópia).
A participar no encontro, em representação do presidente José Eduardo dos Santos, referiu-se, a título de exemplo, aos casos da Côte d’Ivoire e da Líbia, lembrando que as Nações Unidas autorizaram intervenções militares nesses países com o suposto objectivo de proteger as populações locais.
Sublinhou que “pela primeira vez, essa formulação foi usada de forma tão clara pela ONU para justificar a intervenção num conflito, denotando assim uma nova forma de agir na gestão de crises”.
Exprimindo-se perante 13 Chefes de Estado e 24 chefes de Governo africanos, o diplomata adiantou que a nova tendência do Conselho de Segurança, em engajar-se de forma activa e colocando-se a favor de uma das partes em conflito, entra em choque com conceito tradicional de manutenção de paz concebido como rigorosamente neutra desde a criação da ONU.
De acordo com Georges Chikoty, o mundo está a viver grandes transformações que não podem deixar indiferente nenhuma Nação, visto que países africanos que haviam já feito enormes progressos são objecto de destruição sistemática e programada com consequências imprevisíveis para o futuro do continente.
Observou que independentemente das experiências vividas, hoje ninguém sabe de onde virão os próximos conflitos e, por conseguinte, a África não pode cruzar os braços e esperar que emerjam novas crises para encontrar soluções.
O ministro defendeu que os Estados africanos devem assumir as suas responsabilidades perante a Organização Continental, proporcionando-lhe uma autonomia financeira, evitando-se assim a dependência das contribuições de países doadores, redefinido às prioridades da organização, criando uma agenda mínima e mais eficaz.

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