Para ajudar a preservar e difundir mais a história e as consequências do tráfico de escravos angolanos,
o governo da Argentina doou 20 livros ao Museu Nacional da Escravatura.
As obras, entregues pelo encarregado de negócios da missão diplomática da Argentina em Angola,
Ricardo Rogério, incluem alguns clássicos sobre os Africanos na América Latina, como os ensaios "Cosas
de Negros", de Vicente Rossi, "El Candombe", de Rubens Carambala, "La Presencia Africana en Nuestra Identidad", de Dina Picotti, além dos livros de literatura "Los Cuentos de Amadou Koumba", do senegalês Birago Diop, "Provérbios Africanos", do congolês Mwambu Cabakulu e "Cuentos Negros de Cuba", da cubana Lydia Cabrera.
Abordando aspectos do tráfico negreiro, os livros contêm análise histórica, reproducões de páginas de um
jornal da comunidade Negra de Buenos Aires, La Broma e fotografias da presença africana argentina.
Há igualmente obras mais recentes, como a "Los Negros Argentinos, salud!", de Angola Corrêa, que analisa a presença de angolanos na Argentina, assim como a chegada dos "LOANDA" em Santa Fé, no Século XVII.
Para o diretor do Museu da Escravatura, Simão Souindoula, a doação foi um grande reforço no acervo do
museu e fortaleceu o relacionamento cultural entre os dois países.
Ele informou que brevemente sará assinado um acordo de cooperação entre o museu e o Instituto Nacional Argentino contra a discriminação, a xenofobia e o racismo.
"É preciso começamos a rebuscar os valores nacionais que se perderam além-Atlântico, de forma que
possamos atestar e dar maior realce à cultura angolana a nível mundial.
Esta seria também uma forma de relembrar a todos as consequências para nós daquele que é tido um dos
maiores crimes perpetrados contra os africanos.
Para Simão Souindoula, que é também coordenador do comitê para Angola do projeto da UNESCO
"A Rata do Escravo", esses livros contribuem para os estudos sobre o tráfico de madeira de ébano, a partir
dos meados do Século XVI,entre o Reino do kongo e Buenos Aires.
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