As operações policiais que estão sendo realizadas pela polícia do Rio de Janeiro desde o dia 17 de outubro, após a queda de um helicóptero no morro São João, no Engenho Novo, próximo ao Morro dos Macacos, já têm um saldo de mais de 40 pessoas mortas e um número desconhecido de feridos. É o resultado evidente de uma política de segurança pública baseada no extermínio e na criminalização da pobreza, que desconsidera a vida humana e coloca os agentes policiais em situação de extrema vulnerabilidade. A lamentável queda do helicóptero e a morte dos três policiais não pode servir como mais um pretexto para ações que, na prática, significam apenas mais violência para os moradores das comunidades atingidas e mais exposição à vida dos policiais. Ao se utilizar do terror causado pelo episódio para legitimar ações que violam a lei e os direitos humanos, o Estado se vale de um sentimento de vingança inaceitável. Em outras palavras, aproveitando-se da sensação de medo generalizada, o governo de Sérgio Cabral oculta mais facilmente as arbitrariedades e violações perpetradas nas favelas, como o fechamento do comércio, de postos de saúde e de escolas e creches - além, é claro, das pessoas feridas e das dezenas de mortos. A sociedade carioca não pode mais aceitar uma política de segurança pautada pelo processo de criminalização da pobreza e de desrespeito aos direitos humanos. Definitivamente, não é possível jogar com as vidas como faz o Estado contra os trabalhadores - em especial os pobres, os negros e os moradores de favela - utilizando-se como desculpa a chamada "guerra contra as drogas". As organizações da sociedade civil, movimentos sociais, professores da rede pública e outros preocupados com a situação que há cerca de uma semana mobiliza o Rio de Janeiro se uniram para exigir o fim das incursões policiais baseadas na lógica do extermínio e a divulgação na íntegra da identidade dos mortos em conseqüência dessas ações. Até o fim da semana, o coletivo fará visitas às comunidades atingidas e se reunirá com moradores para ouvir relatos relacionados à violência dos últimos dias. Na quinta-feira, dia 5 de novembro, haverá um ato em frente à Secretaria de Segurança Pública, no Centro do Rio. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2009 Justiça Global CRP - Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro SEPE - Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação DDH - Defensores de Direitos Humanos Grupo Tortura Nunca Mais CDDH - Centro de defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis Central de Movimentos Populares Projeto Legal Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência Centro de Assessoria Jurídica Popular Mariana Criola PACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul MNLM - Movimento Nacional de Luta pela Moradia Mandato do Deputado Estadual Marcelo Freixo Mandato do Deputado Federal Chico Alencar Mandato do Vereador Eliomar Coelho DPQ - Movimento Direito Pra Quem? Fazendo Média NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação Agência Pulsar Brasil Revista Vírus Planetário ENECOS - Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social AMARC - Associação Mundial das Rádios Comunitárias APN - Agência Petroleira de Notícias O Cidadão - Jornal da Maré ANF - Agência de Notícias das Favelas Coletivo Lutarmada Hip-hop Conlutas Intersindical Círculo Palmarino Fórum 20 de Novembro ASSINE ESSE MANIFESTO EM --http://www.ipetitions.com/petition/manifestosegurancapublica Fonte: Boletim Eletrônico do Dep. Chico Alencar http://www.chicoalencar.com.br/chico2004/ihome.php |
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Manifesto público - Contra o "revide" da Segurança Pública do Rio de Janeiro
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