quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Os escolhidos do Presidente

Os escolhidos do Presidente PDF Imprimir e-mail
28-Jul-2010
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O país gravita em volta de algumas figuras, os rostos mais notáveis junto do circuito mais "restrito" da Presidência da República, ou seja, os considerados "homens" do Presidente.
Os que detêm o "super poder" — os ministros 4x5, andam e desenvolvem actividades em todos os sectores da sociedade. Na missão que Ihes é incumbida, vezes há em que materializam com sucesso mas também abundam as falhas e os fracassos. Cogita-se em vários círculos da sociedade que os mes mos são intocáveis, por serem figuras muito próximas ao Chefe de Estado Angolano, José Eduardo dos Santos.
Dos colaboradores mais próximos do mais alto magistrado da nação ressaltam os rostos do Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Hélder Vieira Dias Kopelipa, do Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Marta da Silva Feno, Ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, do Ministro das Finanças e Coordenador do Gabinete Técnico para Avaliação de Infra-estruturas Destruídas pelas Cheias em Ondjiva e Regulação da Bacia do Cuvelat, Carlos Alberto Lopes, e da governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santos.
Neste prisma, a análise incide também sobre outras figuras da sociedade e do partido no poder, que embora não estejam no aparelho do Estado, fazem um trabalho digno de realce.
Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Manuel Hélder Vieira Dias Kopelipa considerado como o homem mais "blindado" dentre os que rodeiam o Presidente da República e responsável pela gestão dos principais dossiers do país.
Kopelipa destaca-se por dirigir com mão de ferro a casa militar da Presidência da República e por uma fidelidade "canina" ao Presidente da República que lhe vale total confiança do Chefe de Estado Angolano. Para além das suas funções, tem também sido envolvido nos esforços do executivo angolano, através de instituições como o Gabinete de Reconstrução Nacional.
Nos últimos tempos, o seu nome tem vido a ser beliscado pelo facto da Unidade de Guarda Presidencial (UGP) estar a ser acusada de várias prima lesivas a si conviveria, como, por exemplo, o esbulho de terras, e pelo entornar do "caldo" na fábrica de uniformes e botas ligada à Presidência da República.
Recentemente, o caso mais marcante foi a manifestação de rua de funcionários de limpeza afectos à Casa Militar. Os funcionários revoltosos criaram barricadas, queimaram pneus, pilharam viaturas — foi um cenário nada agradável de observar. Alguns dos manifestantes foram detidos pela polícia.
Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Maria da Silva Feijó — É cogitado como sendo o precursor ou o artífice da Nova Constituição. Depois de algum tempo fora da Presidência da República, Carlos Maria Feijó regressou em grande.
A sua primeira grande aparição aconteceu aquando do balanço do novo executivo luz da nova Constituição. O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência da República anunciou que no ano passado foram criados 320 mil empregos Coube ao mesmo dar a conhecer às prioridades adoptadas pelo executivo nos primeiros três meses de governação. Disse que o Governo tem como prioridades o combate integrado da pobreza e que o executivo pretende reavivar a economia a partir dos programas municipais por intermédio dos níveis baixos da divisão administrativa.
Ao que tudo indica, tudo não passa de uma teoria porque as comas continuam como estão e em alguns pontos do país, fundamentalmente nos municípios e comunas, as populações vivem em estrema pobreza, onde o mau estado das estradas retarda o desenvolvimento de várias comunidades pelo resto do território nacional. Dar o rosto para falar disto ou aquilo é muito bom, o grande problema está na implementação. O país contínua sem dar grandes passos.
Ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, defendeu em tempo a necessidade do reforço das instituições para que o país se afirme "melhor" no seu processo de desenvolvimento.
Apontou ainda que, para esse reforço das instituições, "todos os servidores públicos devem respeitar a lei e as regras estabelecidas".
O governante disse ainda que o executivo angolano tem como grande aposta para este ano a diversificação da economia do país, que até há alguns anos dependia fortemente de receitas petrolíferas.
Disse, por outro lado que, o governo tem ainda, como desafio a eliminação da pobreza e a garantia de bem-estar da população, tendo para efeito traçado como estratégia a intensificação dos esforços para a diversificação da economia.
Aí é onde reside o maior problema, nada do que disse parece estar em execução. Para todos os governantes, o sermão é sempre o mesmo — o combate da pobreza e a diversificação da economia, facto que não se verifica nos dias de hoje. Parece que a teoria de falar pouco e fazer mais, não passa de um discurso falacioso — assim vai o nosso país e os nossos dirigentes.
Manuel Nunes Júnior ao que nos parece está mais preocupado em pagar a divida contraída com as empresas estrangeiras do que com as nacionais. Haja justiça.
Governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santo — É internamente criticada por não ter tornado medidas de prevenção aquando da época chuvosa. O "cartão amarelo" que lhe foi passado ocorreu três meses depois de o Presidente ter feito remodelações governamentais em que Francisca do Espírito Santo perdeu o estatuto de Ministra sem Pasta, um cargo que lhe dava o direito de tomar parte das reuniões do Conselho de Ministros.
Quando nomeada, tudo indicava que Luanda tem um outro rumo, mas nada disso ocorreu. Luanda é hoje o canteiro da recolha deficiente de lixo, da falta de esgotos, de vias secundárias e terciárias, sem vias alternativas, principalmente na época chuvosa, a Luanda das inundações, das demolições. Este é o consulado de Francisca de Espírito Santo. A frente da capital de Luanda, ressalta apenas o aumento e a reabilitação de salas de aulas, mas no capítulo da saúde as coisas vão mal, principalmente, nos bairros suburbanos, para não falar do Hospital Geral de Luanda que foi encerrado por apresentar fissuras poucos anos depois de ter sido construído. Luanda e hoje a cidade dos engarrafamentos, da falta de iluminação — de mil e um problemas.
Ministro das Finanças, Carlos Alberto Lopes. Parece não dominar o Ministério que dirige. As empresas públicas e privadas que trabalharam durante o conflito armado continuam a ver navios, a dívida continua a não ser paga. A concepção de créditos aos pequenos agricultores não é ainda uma realidade, devido, sobretudo, às regras impostas para tal. O barco parece não avançar como o previsto, à que se dar um novo impulso no Ministério das Finanças, porque o pais precisa se desenvolver.
                     
Fonte: Semanário Angolense, de 24 a 31 de Julho de 2010

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