Ativistas vão às ruas contra presença do presidente chinês em Paris

Visita de Hu Jintao na França levanta polêmicas sobre direitos humanos no país

Thomas Coex/04.11.2010/AFP

Ativistas pró independência do Tibet protestam contra visita de Hu Jintao a Paris, em frente a embaixada chinesa

Entre 300 e 400 pessoas se manifestaram em Paris nesta quinta-feira (4), primeiro dia da visita do presidente chinês Hu Jintao na França, para exigir o respeito aos Direitos Humanos na China e reivindicar a libertação do prêmio Nobel da Paz de 2010, o dissidente chinês Liu Xiaobo.
A manifestação ocorreu perto da torre Eiffel pouco depois da chegada do chefe de Estado chinês, que foi recebido com pompa desde a sua aterrissagem no aeroporto de Orly pelo presidente Nicolas Sarkozy.
Os manifestantes agitavam bandeiras do Tibete e do Xinjiang, duas regiões chinesas cujas populações tibetanas e uigures são controladas por Pequim rigorosamente. Ele foram, em seguida, para frente da Embaixada da China, protegida por um forte dispositivo policial.
"Hu Jintao liar" (Hu Jiantao mentiroso), "Hu Jintao go home" (Hu Jintao vai embora) ou ainda "Stop the killing" (Pare com a matança) eram algumas das frases entoadas pelos manifestantes, que também pronunciavam cantos religiosos e preces.
A ONG de defesa dos Direitos Humanos, Anistia Internacional, uniu-se à manifestação, assim como alguns militantes do movimento religioso Falun Gong.

Visita tenta minimizar tensões entre países

A visita de três dias do presidente chinês à França deve, supostamente, por um fim à disputa entre os dois países que surgiu em 2008, após a passagem conturbada em Paris da chama olímpica dos Jogos de Pequim e um encontro entre Sarkozy e o líder tibetano Dalai Lama.
Logo no primeiro dia, Hu e o francês participaram de várias assinaturas de contratos beneficiando a indústria francesa.
No nome de Hu Jintao aparece em primeiro lugar na lista da revista Forbes como o homem mais influente do mundo, seguido em segundo lugar por Barack Obama, presidente dos Estados Unidos. Sarkozy, por sua vez, aparece em 19º lugar no ranking.