quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Militares promovem tentativa de golpe em Madagáscar

madagascarUm grupo de militares outrora aliados dos generais que tomaram o poder em Madagáscar o ano passado levaram a cabo uma tentativa de golpe contra o actual Governo militar, mas o Presidente Andry Rajoelinda garantiu que será travada qualquer rebelião.
O grupo revoltoso anunciou ter “suspendido” as instituições existentes em Madagáscar, mas o Presidente Andry Rajoelina respondeu a essa declaração ao dizer que “o Estado assumirá as suas responsabilidades”, adiantou a AFP.
“Houve distúrbios por parte de alguns que querem impedir a transição”, adiantou Rajoelina aos jornalistas enquanto votava na capital do país. A tentativa de golpe aconteceu enquanto era referendada no país uma mudança da Constituição. “Até agora está tudo normal”, adiantou o primeiro-ministro Camile Vital numa entrevista ao canal de televisão francês France 24. Mas de Madagáscar chegaram relatos de confrontos.
Cerca de 1000 pessoas ergueram barricadas junto aos campos militares onde se encontravam os soldados revoltosos que garantiram ter formado uma comissão militar para dirigir o país, adiantou a Reuters. As autoridades lançaram gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
O líder dos revoltosos, general Noël Rakotonandrasana, falou aos jornalistas e disse ter “suspendido” as instituições existentes. E adiantou: “É uma comissão militar que irá gerir o país”. Acompanhado de duas dezenas de oficiais, este antigo ministro das Forças Armadas, que foi afastado em Abril por suspeitas de estar a preparar um golpe de Estado, prestou declarações num campo militar a cerca de 15 quilómetros da capital, Antananarivo.
Junto ao aeroporto da capital houve confrontos entre as forças de segurança e alguns manifestantes. Rajoelina disse ter recebido ameaças de morte por parte de militares em caso de não se demitir.
Esta tentativa de golpe ocorre no dia em que se realiza o referendo constitucional que pretende ser a primeira etapa de um processo que prevê a realização de eleições legislativas em Março e presidenciais em Maio, as primeiras desde que Rajoelina tomou o poder em Março de 2009.
Uma das mudanças prevista na proposta de Constituição referendada é a passagem da idade mínima para assumir a presidência do país de 40 para 35 anos, o que permitiria a Andry Rajoelina, de 36 anos, candidatar-se às próximas presidenciais. Os três principais grupos de oposição ao Presidente, liderados por três ex-presidentes, apelaram ao boicote neste referendo.
Publico

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