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domingo, 6 de fevereiro de 2011
Reportagem no Jornal da Band sobre refugiados no Brasil
No Brasil, 65% dos refugiados são africanos
Jornal da Band
pauta@band.com.br
05/02/2011
O Brasil entrou na rota dos imigrantes africanos. Muitos chegam ao país fugindo da guerra, situação politica e da fome. Outros vêm em busca de estudo e oportunidades de trabalho. Atualmente, 65% dos refugiados no Brasil são africanos.
José Augusto do Rosário, presidente da Associação Caboverdiana e que está no Brasil há 30 anos, conta que o estudo é um dos principais motivos da vinda de seus conterrâneos. Inclusive nosso atual primeiro-ministro se formou aqui, em São Paulo”, conta.
Eles são atraídos por programas de intercâmbio em universidades públicas e particulares. Atualmente, cinco mil cabo-verdianos vivem no Brasil. Dois mil deles são universitários e a maioria volta para o seu país ao fim do curso.
Entretanto, alguns optam por ficar. Como é o caso do estudante de informática Manoel Gomes. Ele conta que gostou de morar no Brasil e que aqui pode encontrar mais oportunidades de emprego.
Diferente de muitas ex-colônias, Cabo Verde é um país com estabilidade econômica. Mas sem recursos naturais, ainda luta para sobreviver.
Além dos estudantes, há quem venha para o Brasil em busca de melhores condições de vida, fugindo da fome e da miséria.
Osvaldo dos Santos, auxiliar de enfermagem, veio para o país há 11 anos para não lutar na guerra civil que dividia a Angola. Ele nunca mais viu os pais e nem voltou ao seu país. Casou, formou-se em auxiliar de enfermagem e está adaptado à vida no Brasil. “Tem gente que nasceu brasileiro, eu escolhi ser brasileiro”, diz.
A Europa ainda é o principal destino dos refugiados africanos. Mas o Brasil começa a ser um destino bastante lembrado por quem quer deixar a África. No Rio de Janeiro já existem comunidades africanas nos morros.
Os primeiros imigrantes do Congo vieram no final da década de 1970. Nos últimos dez anos o movimento se intensificou. Muitos dos congoleses que estão no Brasil saíram do seu país com diploma universitário e vindos de áreas nobres, mas a dificuldade em encontrar emprego faz com que eles passem a morar em bairros populares.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas em seu país de origem, alguns congoleses têm o sonho de voltar. “Meu plano é voltar ao meu país, ajudar meu país a crescer, a acabar com as guerras, reconstruir e ajudar o povo que está fora do país sofrendo”, diz o cabelereiro Fernando Mupapa.
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