quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

NU investiga estupro de 700 mulheres na fronteira de Angola com o Congo

mulhercongo10As Nações Unidas estão a investigar relatos de que mais de 700 mulheres da República Democrática do Congo foram vítimas de abusos sexuais ao longo da fronteira entre este país e Angola. Alegadamente, os autores dos abusos terão sido soldados angolanos. A ONU apelou aos Governos congolês e angolano para que investiguem a veracidade destas informações.
Um porta-voz das Nações Unidas, Maurizio Giuliano, disse que as vítimas dos abusos sexuais faziam parte de um grupo de cerca de 7000 mulheres congolesas, que foram expulsas de Angola em Outubro. Muitas das mulheres afirmaram que os responsáveis pelos ataques foram soldados angolanos, pelo que o porta-voz da ONU lançou um apelo às autoridades de Luanda e Kinshasa:
“Pedimos-lhes que investiguem estas alegações, e que impeçam quaisquer violações dos direitos humanos durante futuras expulsões” disse Maurizio Giuliano.
Por seu lado a porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Celine Schmidt, disse que as agências da ONU vão lançar uma investigação própria ao caso.
As novas alegações surgem depois de, na semana passada, um relatório da ONU ter revelado que pelo menos 30 mulheres afirmaram ter sido aprisionadas e submetidas a violações colectivas, sendo depois deixadas, sem qualquer roupa, na floresta ao longo da fronteira. Segundo o porta-voz Giuliano, médicos examinaram as 30 mulheres na localidade congolesa de Tembo e confirmaram a veracidade das violações.
É com frequência que cidadãos da República Democrática do Congo atravessam a fronteira angolana para procurarem trabalho nos distritos mineiros entre as duas nações africanas.
Lusa

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