domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Imperativo da mudança e a urgente cooperação de todos Angolanos

jovem angolanoCada um de nós tem um papel a cumprir nesta Angola minha tua e nossa. Muito tenho lido sobre Angola nos últimos anos. Graças a Deus temos variedades de opções de sites que falam acerca de Angola, por exemplo, Angola 24horas e club-K e outros, mas esses citados são os meus preferidos.
Porque vejo neles diversidade de pensamentos e se pode dizer que há imparcialidade em comunicar, se há imparcialidade total não sei porque cada um de nós pode ter uma tendência de pensamento mais virado para este lado ou outro. Não há lugar para neutralidade ou você é contra ou a favor, ou quente ou frio, ser morno não dá. Portanto, nesse artigo de opinião que tem limites quero mostrar o que penso sobre Angola.
Há vozes que clamam pela mudança e esses clamores silenciados se tornam visíveis através de sites nesses últimos meses. Mas essas mudanças são almejadas faz muito tempo Angola. Não têm faltado homens e mulheres valorosos que se manifestam através de suas escritas, e entrevistas concedidas pelos nossos jornalistas em seus sites.
É verdade que devemos fazer a nossa lição de casa, para que as futuras gerações não venham a nos culpabilizar por não termos feito nada (pecado da omissão). Não fizemos nada, ou não temos feito nada, porque tem imperado o medo em vez da coragem de bons cidadãos que deveriam se manifestar pacificamente.
Talvez as vozes se ouvirão quando o povo ficar saturado, isto é, chegar no limite como já aconteceu no Egipto e outros lugares, uma revolta popular, aí ninguém nos segurará. É irreversível esse desejo de liberdade e de mudança. Pode tardar e levar mais tempo se no dia 07 de março do corrente ano, não houver as manifestações prometidas. As mudanças só ocorrerão quando se ultrapassarem as ideologias políticas e fanatismos que nos aprisionam. Penso que é urgente nos unirmos como angolanos. Será preciso colocar o amor a Pátria e a sede pela justiça em primeiro lugar, ultrapassando assim, as ideologias políticas que nos podem dividir. Antes de sermos partidários deste ou aquele partido, em primeiro lugar temos que colocar na mente que somos todos irmãos da mesma terra. Os mais ultrajados choram o mesmo mar de lágrimas da desgraça originada pela má conduta daqueles que desgovernam. Se houver unidade de acções e nos amarmos como irmãos da mesma Pátria, um dia nos compreendermos e nos perdoaremos e ofereceremos as nossas mãos uns aos outros para construirmos uma sociedade onde imperará a fraternidade, a justiça e a solidariedade real. Quando isso acontecer o angolano sentirá o orgulho de ter nascido nessa Terra de todos nós. Parece uma utopia ou sonho impossível, mas esse sonho é possível para homens e mulheres de boa vontade. Somos convocados como angolanos a colocar em primeiro lugar os interesses comuns, isto é, servir o angolano como prioridade, quando falo de servir falo de saúde, educação, lazer, habitação e o amor na pessoa humana e não colocar em primeiríssimo lugar o dinheiro e o bem-estar sómente familiar ou de um pequeno grupo partidário ou de amigos. Só assim salvaremos Angola do atraso e da letargia de todo tipo, isto é, políticas ultrapassadas e repressoras e excludentes, superando o atraso em aplicar políticas sociais concretas e não meras campanhas partidárias, enquanto isso, piora a miséria e da falta de educação e saúde em nosso país.
Urge uma a construção de sociedade nova onde haja jovens pensantes, o que só acontecerá se houver escolas boas, uma educação de qualidade. Quando deixar-se de oferecer bebidas aos jovens dando lugar a boa educação que possa valorizar a sua cultura e seu país teremos homens pensantes que darão sugestões de como melhorar a nossa Angola. Não serão mais lidas textos que contém ofensas mútuas em sites de noticias de Angola. Porque se apostará no diálogo aberto de ideias novas com políticos novos em pensamentos que possam ser executados. O espaço aberto pelos donos dos sites será usado para o bem e para o debate de ideias novas e não velhas ladainhas.... Isso só se fará com a mudança de mentalidade e colocar Angola e os angolanos em primeiro lugar. Não é o que vemos hoje em Angola, pelo contrário a repressão está pior, nossas irmãs zungueiras são expulsas das ruas, lugares que lhes permitem vencer os poucos pertences que conseguem para reven
der para ganharem o pão de cada dia. A repressão policial segue como vento que tudo leva ou arrasta. E essa policia que nunca defendeu o povo está disposto a matar quem pensa diferente. Essa é a nossa realidade que nos interpela como angolanos presentes em Angola e da diáspora, como é o meu caso. Estive em Angola no ano passado e levo comigo o desejo de voltar e servir o meu povo. Há factores que me impedem nesse momento, visto que sou missionário Católico.
E o doutor Martin Luther king dizia: "Se um homem não tiver uma causa a qual estaria disposto a morrer, então não é digno de viver". A pergunta que faço é essa: estamos dispostos a melhor e defender Angola com armas pacíficas? Amamos realmente Angola no ponto de morrer por ela? Amamos os angolanos no seu sentido real e verdadeiro sem demagogia? Angola está nos bolsos ou em nossos corações? Há muito tempo Angola anda vendida aos estrangeiros, Angola está nos bolsos dos governantes.
Os dados negativos sobre Angola são publicadas todos anos, onde se pode ler que Angola continua sendo o pior lugar para uma criança nascer e viver, o índice humano de desenvolvimento continua um dos piores. Angola só perde do Sudão, isto é, depois da obtenção da paz, quer dizer, as coisas permanecem na mesma forma como no tempo de guerra. Antes se dizia era a guerra, tudo é guerra, mas 8 anos depois da guerra o dinheiro do petróleo não se vê onde é aplicado. E se fala muito de crescimento, mas crescimento para quem? Obvio, não é para o pobre angolano...
Há estradas sendo construídas é verdade, mas elas são poucas e as obras não são fiscalizadas pelo governo, não basta que sejam edificadas ou construídas as estradas mas é preciso primar pela qualidade delas, porque senão teremos que mandar vir outra vez os chineses para fazer a operação tapa buracos. Há comentários que já começaram as operações de tapa buracos em alguns lugares de Angola.
Na minha Província do Zaire onde é extraído o petróleo estradas não existem. As escolas são poucas. As crianças continuam a estudar nas igrejas ou capelas, e não existem carteiras. As crianças continuar a sentar em latas de leite quando há, ou se senta no chão ou banquito trazido de casa. Pergunto: como fica a caligarafia dessa criança que vai a escola sem motivação e sem comida na maioria das vezes? A miséria a fome e outras calamidades nos causam ânsia de vômito ou um mal- estar? Ou estamos acostumados e anestesiados pelo sistema político que oferece muita bebida para os jovens em maratonas da vida?
Salvemos Angola. Faça a sua parte como educador, jornalista, enfermeiro, e ame o seu próximo,não veja a cor da pele que tem, veja ele como angolano que ama Angola e luta por ela.Angolano verdadeiro é aquele que é capaz de arriscar a sua vida para defender os angolanos das injustiças cometidas pelos falsos angolanos. Mesmo que os tais “angolanos” tenham nascido em Angola, mesmo que conheçamos seus bisâvos. Mas se não ama Angola e não faz algo por ela estará sendo coerente consigo mesmo na sua angolanidade.
Não fica a lamentar sozinho junta-se com os demais irmãos presentes em Angola e na diáspora e troque ideias saudáveis edificadoras de uma Nação pacifica onde se possa respeitar as pessoas e suas opiniões. Não precisamos de violência porque basta a violência que o povo angolano sofre todos os dias quando são roubados todos seus direitos, quando não vivem como pessoas humanas, não se tem vivido como gente. Viva a paz a democracia e os direitos humanos.
Mas é preciso reforçar que sou pela liberdade e democracia. Defendo a idéia de que as leis devem ser respeitadas por todos angolanos. Não deve haver promulgação de leis que aprisionam ou inibem as liberdades individuais. Se há leis na Constituição angolana não deve ser violado, mas infelizmente é o que temos vindo a observar em Angola. Para que serve essa Constituição que se diz Nova? Onde está a novidade na não aplicação da mesma? No seu conteúdo sem prática?
Antes de findar ficam algumas perguntas para nossa reflexão: qual é o papel das igrejas no novo cenário político angolano? E a oposição angolana onde fica? Ela está disposta a apoiar o movimento para mudança? Falava-se na Campanha de 2008: ‘Angola vai mudar. Angola vai mudar. É hora da mudança”( tornou-se minha música de brincadeira e de ironia). Entretanto, o que se faz para que essa mudança seja acelerada? Onde está a marcha do movimento da mudança que se falou no passado recente no seio de alguns partidos políticos? Onde está a união das forças políticas para fazer pressão ao governo angolano, governado pelo MPLA? Onde estavam as igrejas quando se aprovou a nova Constituição de Angola? As igrejas cristãs em Angola estão sendo, ou seja, são ópios do povo? As igrejas devem se preocupar apenas com questões futuras, por exemplo, a salvação e esquecer o já e o agora de nossos cidadãos? Onde está o papel profético da igreja? Por que não vemos nenhum prelado perseguido por causa do Evangelho? ( ler, Mateus, 5, 1-12). A igreja Católica continuará a divulgar apenas suas mensagens pastorais ou comunicados conjuntos? Onde está o pronunciamento pessoal de cada sacerdote como fazia o frei João Domingos?( Em saudosa memória, que saudades de profetas e defensores do povo). Onde estão os pastores? Será que estão apascentando-se a si mesmo ou são mercenários que deixam as ovelhas para que os lobos as arrebatem e sejas elas domesticadas? e as comem . Quem são os lobos que dispersam as ovelhas em Angola? Seremos julgados pelo senhor e ele já nos alertava no livro do profeta Ezequiel dizendo: “Ai dos falsos profetas que se apascentam a sim mesmo em vez de curar as ovelhas desgarradas e feridas do meu povo”( ler Ezequiel capítulo 34).
Como podemos perceber que a realidade Angola clama por respostas e união de todos angolanos e da sociedade civil, isto é, dos cidadãos e dos cristãos e de outras religiões não cristãs.
Reconheço que há esforços e empenho por parte de alguns políticos da oposição,a própria igreja Católica, suas mensagens são fortes,elas sempre forma contundentes em questões sociais, à luz da doutrina social da Igreja, a qual sou adepto e defensor. A Igreja Católica a qual sou membro e futuro clero, quando se pronuncia colectivamente quando o faz, sempre se pronuncia falando da realidade angolana e convoca para mudança e reflexão de todos angolanos, sobretudo de políticos e governantes, mas infelizmente, ninguém escuta o que os bispos escrevem ou publicam. Nesse ponto seria bom que cada bispo manifestasse publicamente o que sente, porém, de forma profética. Essa atitude é corajosa e são poucos que a aceitarão e haverá críticas. Mas penso que estará o bispo ou leigo cumprindo a sua missão e vocação ´porque no batismo somos reis, profetas e educadores da fé. E bispo em Diocese deve pronunciar-se quando os direitos humanos são violados ou quando
a dignidade humana é ferida. Dom Gabriele, arcebispo de Lubango usou o ambão e sua catedral para defender os expulsos desumanamente em suas antigas cubatas. Essa atitude é bem vinda. Admiro aquele pastor e outros padres de sua Diocese e padres de Diocese de Namibe quando se organizam e falam em favor do povo. Penso que aí está a clara opção pelos pobres que a Igreja fala em seus documentos( Conferir vaticano II: ‘as alegrias e dores e esperanças do povo são também da Igreja...” Coisas boas devem ser destacadas. Dom Gabriele sempre se manifestou solidário com as causas do povo e acredito que está dispostos a ir até últimas conseqüências que as circunstâncias o exigirem. Digo isso porque já o ouvi a falar sobre essa possibilidade de perseguição.... Parabéns aos bons bispos e pastores das igrejas cristãs sérias.
Penso que é urgente as igrejas assumirem as angústias e dores do povo angolano, será preciso sair em procissão para juntar-se com as nossas mães zungueiras em Luanda e outros lugares de Angola. Será uma procissão pacifica como nos prega o Evangelho, nas bem aventuranças que foram lidas no 4º domingo do tempo comum. " Felizes os pacificos porque serão chamados filhos de Deus".( cito o Evangelho escrito por Mateus no capítulo 5). Ser pacífico não significa permanecer no silêncio e apático as injustiças e atrocidades contra a dignidade humana.
Espero que esse texto possa servir para nossa reflexão e nos possa ajudar a tomar medicas que possam beneficiar todos angolanos.
Fraternalmente, Luzolo Lua Nzambi, irmão menor;
Angola24horas.com

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